terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Prós e Contras

Dá gosto começar a ver os professores unidos na mesma luta contra a prepotência dos políticos que ocupam a 5 de Outubro. Foi preciso muita provocação e humilhação públicas para que finalmente os professores esquecessem as divergências que os dividem e se centrassem no que é importante. E o que é importante é não ceder perante o atabalhoamento de medidas pensadas em cima do joelho, impostas como panaceias não sei de quê e que estão a criar tantos conflitos, crispações e angústias nas escolas. Esta equipa que ocupa o Ministério da Educação é prepotente e comporta-se de forma autista, assobiando para o lado perante a exaustão, a indignação e o protesto crescentes no seio das escolas. Como ignorar os protestos, os movimentos espontâneos que vão surgindo um pouco por todo o lado, as queixas de milhares de professores que se organizam, que cerram fileiras junto das estruturas que os representam? Como ignorar que fomos chamados de professorzecos? Como ignorar e fazer tábua rasa da nossa experiência de muitos e muitos anos no terreno? Não que nos opunhamos à avaliação de desempenho. Concordamos com ela e exigimo-la. Mas não excessivamente burocratizada como está previsto neste modelo e não implementada de forma tão deprimentemente atabalhoada quanto esta. Em tantos anos de ensino nunca vi tal coisa e estou estupefacta perante tamanha estupidez, insensibilidade e falta de bom senso.
Uma palavra de apreço para Mário Nogueira que hoje esteve no seu melhor. Sem rodeios, que contra factos não há argumentos. E sim, por vezes a justiça lá vai funcionando neste país, dando-nos alegrias incomensuráveis face à degradação da vida económica e à desagregação da coesão social de um país que não quer, presumo eu, e se recusa, presumo eu, a mergulhar na lama. Grande lição, a de hoje. Humildade precisa-se.
Chegou o momento de dizer basta.

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