Pintura e Gravura Rupestre - Centro de Recursos da Sala de História
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Estratégias Pedagógicas (Simples) Aplicadas ao Ensino da História
Por certo não terei sido a primeira a aplicar esta estratégia pedagógica ao ensino da História, mas lá que nunca a vi aplicada, lá isso não! E também nunca a vi partilhada, nem em simples teoria.
Pois este Verão, na praia, juntando o útil ao agradável, caminhei junto ao mar como sempre faço recolhendo conchas e curiosidades, e lixo, desta feita recolhendo também pequenos calhaus rolados espalmadinhos que, pensei eu, vão dar lá para Outubro uma actividade catita.
Sendo a História a ciência que estuda a vida do Homem ao longo do tempo, a matéria, em História, aborda-se numa linha cronológica, desde os tempos mais recuados, ou seja, desde a Pré-História, até aos dias de hoje, sempre com a preocupação de datação o mais precisa e rigorosa possível e da contextualização, face a um achado, a um facto, enfim, ao que for. Há quem, adulto, não entenda isto... mas adiante!
E no início de Outubro lá andava com as minhas "preciosidades" a saírem do armário do Centro de Recursos da Sala de História... sim, pintura é diferente de gravura, e sim, parietal é diferente de rupestre... muito embora a pintura e a gravura possam ser rupestre e parietal... mas também possam ser rupestre... e entrarem na classificação de arte móvel.
Pois foi o que lhes pedi. Já que paredes não dá muito jeito para transportar, distribuí um pequeno seixo por todos os alunos que o quiseram, alguns fizeram questão de apanhar uma pedra à sua escolha, e pedi-lhes que, inspirados nas pinturas e gravuras que viram na minha apresentação em PowerPoint ou em pesquisas na net, pintassem, com pigmentos naturais por eles feitos, uma pintura rupestre, de um lado, e do outro, uma gravura rupestre.
Foi para trabalho de casa, que os meus trabalhos de casa saem fora da caixa, e eles ficaram entusiasmados com a coisa. Muito embora eu lhes tenha dado um prazo dilatado no tempo, meados de Novembro, os trabalhos já começaram a ser entregues e estão, como eu previa, maravilhosos.
- E então o que usaram para as cores? - perguntei-lhes eu... ao que eles responderam entusiasmados que usaram colorau, açafrão e carvão que, misturados com a clara de ovo, transformaram-se em belas cores paleolíticas.
As fotografias que agora partilho são de arte móvel, rupestre, do século XXI. Mas inspiradas em muitas pinturas e gravuras do Paleolítico Superior. Foram realizadas pelos meus alunos e são muito muito belas. E estão registadas em fotografias no portefólio digital de cada um deles.
Nota - Em conversa com um ex-aluno que já está a tirar o mestrado, e que encontrei hoje de tarde pertinho do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, e a propósito desta arte rupestre por mim fotografada, ele assegurou-me que os meus alunos jamais se esqueceriam das minhas aulas e destas minhas estratégias, tal e qual como ele jamais se esquecerá das minhas originais aulas com recurso às minhas pessoais apresentações em PowerPoint. - Saíam da caixa, professora!
Muito grata, Aluno Meu! Um dia destes conversaremos com mais tempo sobre isto e sobre aquilo e sobre aqueloutro também.