Professores - Negociações
Começaram hoje. E a ver vamos se toda uma página de ludibrianço, ilegalidades muitas, falsidades sem fim e intoxicação da opinião pública se alterou.
Os sinais, para já, são extremamente preocupantes.
Começaram hoje. E a ver vamos se toda uma página de ludibrianço, ilegalidades muitas, falsidades sem fim e intoxicação da opinião pública se alterou.
Os sinais, para já, são extremamente preocupantes.
A História não se apaga, conta-se! E a verdade é que alguns de nós... quantos?... continuam a ser desrespeitados nos seus locais de trabalho e vítimas de processos disciplinares que mais parecem do tempo da antiga senhora.
Haja quem não se esquece de nós.
Obrigada!
Citação - O seu a seu dono:
Confesso que não contava com Ela vinda dos confins de um tempo de Escola que já lá vai e que é contemporâneo de uma Escola que organizou uma Feira Medieval do caraças a ocupar todo o centro da cidade.
"Foste Minha Aluna! Da turma do R que te protegia! Só não me estou a recordar do teu nome... e ela jardins, flores... ai meus deuses, és a Rosa!!!"
E era! Nunca mais a tinha visto. E foi um momento de enorme felicidade para as duas!!! E falámos do R... e de outros e outras... de tempos de Escola escrita com maiúscula, mais humana, mais empática, mais respeitosa, mais acolhedora e amistosa...
Entretanto cheguei a casa e tinha este carinho na caixa de correio, que, com a licença da Rosa, agora publico agradecendo-lho do fundo do coração:
"Foi minha stora, sempre com muita atenção para com as alunas com necessidades educativas especiais. A minha gratidão."
Eu é que vos agradeço, Rosa, por terem enriquecido enormemente a minha vida!
Confesso que, durante décadas, se sonhei ou tive pesadelos nunca me lembrei destes ao acordar de cabeça sempre limpa e sempre criativa como o raio que me parta.
Agora que estou em nova fase de vida, mais velha, e com um ignóbil processo disciplinar às costas, confesso que tenho tido uns pesadelos deveras estranhos.
Aqui vai um:
Começou no final de uma reunião de avaliação de conselho de turma mesmo no final do ano lectivo anterior. Andava eu de notificação de processo disciplinar dependurado neste meu pescoço, a acreditar nas palavras escritas do senhor inspector do ME, pescoço este de gazela, diga-se de passagem, e depois de me terem visto assim nesta figureta no talho... qual talho?!!!!!... tipo de casa comercial onde eu não entro há vinte mil anos pelo menos!!! e eis que, antes de sair, finda a dita reunião, resolvi interpelar o presidente do conselho geral que estava ali mesmo à mão de semear para lhe perguntar se por acaso não tinha alguma coisa para me dizer sobre o facto de uma profissional da minha estirpe estar a ser vítima de um processo disciplinar.
O senhor presidente baixou os olhos... incapaz de olhaar cara a cara a minha cara?... fez-se um prolongado silêncio... levanta lentamente a cabeça e diz-me "Sabes? Todos nós estávamos convencidos que a ameaça não se iria concretizar... mas a cena foi em público... "
Foi aqui que acordei agoniada... sem tempo até de lhe retorquir "Ah! Ok! Muito bem... então eu estou com um processo disciplinar já que a senhora directora perdeu as estribeiras em público no preciso momento em que me ameaçou alto e bom som, leia-se berrou... "
Confesso que acordei em grande agitação sem saber muito bem se isto tinha sido real ou imaginário... se o candeeiro de tecto do meu quarto seria uma nave espacial e se eu corria o risco de ser raptada para um planeta distante por não ter mesmo lugar neste...
Ai cum catano!
Grata por todo o empenho e desgaste.
Subscrevo tudo.
Orgulho é o que eu sinto pelo vosso incansável trabalho!
Obrigada!
A todos os meus alunos, que o foram há poucos ou muitos anos, mas tantos anos que já tive o gosto e o prazer de ter os seus filhos nas minhas salas de aula, Alunos a quem sempre chamei os Meus Alunos Netos, agradeço um percurso de Escola que foi, segundo o meu prisma e sem falsas modéstias, tão gratificante e trabalhoso quanto eu consegui, a cada momento desta minha vida em grande parte dedicada de alma e coração aos Meus Alunos e à Escola Pública, que eu imaginei sempre escrita com letra maiúscula, povoada de Gente com letra maiúscula.
A escola hoje não é isto. Tornou-se um lugar de tirania mais ou menos disfarçada de democracia, um lugar tóxico, povoada de muitas situações impróprias para consumo, pelo menos para mim que jamais transporei as linhas vermelhas que para mim tracei ao longo de uma vida que já se dirige, a passos largos, para os setenta anos de idade.
Esta fotografia chegou-me hoje, tirada por um Aluno Meu de há muitos anos atrás, que me reporta a uma Escola Humanista e Democrática, em tempos de Magalhães.
Não aguento a escola de hoje, escrita com letra muito minúscula, onde me querem obrigar a ficar diluída, violentada, humilhada, condenada, suspensa, amesquinhada, sem respostas... coisa que nem a um cão se faz, quanto mais a uma Professora que deu sempre tudo o que tinha para dar, dentro e fora das salas de aula, ao ponto de escutar a minha filha adolescente "Mãe, leva o colchão para a escola!"
Em dias de chumbo, como os que agora vivo, com um processo disciplinar às costas, uma condenação suspensa por 22 meses... seria o tempo da anterior legislatura?... e um recurso para o senhor ministro da Educação que, por agora, felizmente mudou, mas que ainda não obteve resposta, com uma queixa pendente sobre mim para o Ministério Público por parte da inspecção e com a concordância da senhora directora do Agrupamento Teixeira de Pascoaes... ai dr. Joaquim!!!... o que mais me passa pela cabeça é abandonar uma profissão que já foi a Minha Profissão mas que já não o é mais. Não assim.
E em dias de chumbo, como os que agora vivo eis que me chega esta fotografia, tirada por um Aluno Meu acompanhada por uma frase muito importante para mim:
"Só quero ver o jardim todo a florir."
Grata, Aluno meu! Grata Alunos Meus! Estarei sempre aqui para ti, para vós, enquanto os meus pés pisarem estas calçadas que calcorreio desde criança, até com os meus pés descalços.
Hoje recordo-o e, recordando-o, rapidamente espatifado, até me dá vontade de chorar por ter gasto tantas mas tantas horas, que jamais me serão pagas, em trabalho até altas horas da madrugada, que hoje vejo, ao olhar para trás, quase completamente inglório.
Vá lá que permaneceu até aos dias de hoje um espaço incomplaravelmente mais bonito e aprazível para a miudagem deste meu concelho. Quanto ao resto... escafedeu-se tudo pelo caminho...
Obrigada, Senhora Professora Doutora Alexandra Bento pelo acolhimento da ideia! Obrigada também à Professora Elisabete Silva por todo o apoio prestado sem o qual também nada disto seria possível.
Que sonho lindo...
De resto... mas quem te manda a ti, Anabela Maria, teres da Educação uma visão tão abrangente e holística que te leva a meter pés a caminho e mãos também, já agora, e a meter foice em ceara alheia?
Mas não te chegava a História?!!!!!
Para quem quiser saber mais é favor clicar aqui.
Nota - Irmão, ainda não fui despedida da função pública.
Para ler o artigo na íntegra clique aqui.
Entretanto o meu processo disciplinar prossegue. Com o mediatismo que eu lhe quiser dar, certo? Acho que ainda estamos num país livre... acho...
Entretanto seria bom que quem nunca mexeu uma palhinha, nem nunca concordou com as (minhas) formas de luta do ano passado e até com o meu "mediatismo" que já vem de trás... ah ah ah... deixa-me rir!!!!... na hora de começar a receber o tempo de serviço roubado pela tutela... pelo menos me pedisse desculpa.
E, se fosse em público, confesso, seria o ideal... mas a verdade é que eu já ficava contente com um privadíssimo mea culpa.
É bom que saibam e tenham consciência que o que fazem, o que escrevem, o que testemunham, o que asseguram, o que mexericam tem consequências sobre esta profissional que pratica isto:
"Se não podes com eles, afasta-te deles".
Confesso que, durante décadas, se sonhei ou tive pesadelos nunca me lembrei destes ao acordar de cabeça sempre limpa e sempre criativa como o raio que me parta.
Agora que estou em nova fase de vida, mais velha, e com um ignóbil processo disciplinar às costas, confesso que tenho tido uns pesadelos deveras estranhos.
Aqui vai um:
Começou com um encontro entre mim, a senhora directora do meu agrupamentos e a senhora vice-directora dentro do gabinete da direcção... conversa daqui, conversa dali sobre as obras que o município andava a fazer substituindo as anteriores e malfadadas caixilharias de vidros simples e finíssimos e eis que a senhora directora do agrupamento, ao qual ainda pertenço, mostrava-se indignada com a merda da obra que o município dava por acabada e ela não aceitava. É que, pelos vistos, tinham mudado tudo excepto as coberturas dos jardins das salas de aula, em vidro, por vezes todo escaqueirado... enfim, de facto, uma obra que estava uma valente merda!
- Ora anda cá ver! - Atirou-me ela. ela senhora directora.
E lá fui eu, mais a senhora directora, mais a senhora vice-directora em passeio organizado e temático pela escola fora feita de múltiplos pavilhões acabados de ser intervencionados.
E o que queria a senhora directora de mim?
Pois que eu fotografasse as maleitas deixadas para trás por ordem do município e as denunciasse no meu blogue... que o meu blogue era muito lido pelo pessoal autárquico... ou seja, a senhora directora "encomendava-me" uma postagem contra o município já que ela tinha que se dar de bem com deus e com o diabo, sendo que deus era o ps central e o diabo a coligação local que ainda hoje agrega psd/cds... e eu a zeca que lhe devia obediência e, quiçá, culto!
Foi aqui que acordei em grande agitação sem saber muito bem se isto tinha sido real ou imaginário... se o candeeiro de tecto do meu quarto seria uma nave espacial e se eu corria o risco de ser raptada para um planeta distante por não ter mesmo lugar neste...
Ai cum catano!
Não me posso queixar de todo o apoio recebido, vindo de longe, ao longo deste angustiante processo disciplinar kafkiano de que tenho sido vítima.
As missivas de teor semelhante a este que hoje me entrou no chat do facebook e que aproveito para divulgar com a respectiva autorização, vão muito no sentido de eu ser uma inspiração na luta dos professores, de eu ser uma inspiração para a luta dos professores ao longo destas já decadas de dar o corpo ao manifesto por um amanhã melhor. Afinal, não é por acaso que eu estudei na Escola Pública, que a minha filha estudou na Escola Pública e que os meus netos estudam na Escola Pública... não sabendo eu até quando face à deterioração das condições que vejo e observo a agravarem-se a cada dia que passa.
As missivas chegam-me de Norte a Sul do país, passando também pelo centro, vindas de gente que conheço pessoalmente e mesmo de gente que desconheço por completo.
Do interior da ainda minha escola o que mais recebo é um silêncio constrangedor e confrangedor, salvo raras excepções por quem eu sinto um enorme apreço e amizade nesta hora de difícil processamento da minha situação de condenada que nunca baixará os braços, nunca imobilizará as pernas e nunca calará a sua voz, falada e muito menos escrita.
Estarei sempre grata do coração por este apoio que rebenta completamente com um possível sentimento de desamparo e de solidão a que pudesse sucumbir.
Estou aqui. Ainda estou aqui. Apesar de tudo.
"Cara Anabela,
peço desculpa pela ousadia, mas não posso deixar de lhe dirigir algumas palavras de conforto.
Não desista!
Também não estou a atravessar uma boa fase na minha escola, mas não podemos baixar os braços. Se nos tentam calar é porque fazemos alguma diferença.
Tenho muita admiração por si, e acredito que muitos colegas sintam o mesmo.
Da minha parte, é a Anabela que me faz continuar a falar, a enfrentar e não desistir das minhas convicções e valores.
É uma inspiração nesta luta, por vezes desigual.
Não está sozinha.
Força, colega!"
Agradecendo desde já todo o apoio, carinho e consideração por mim demonstrados, informo que é para mim uma honra ver o meu nome no meio deste lote onde, sinceramente, penso que não deveria estar. Informo ainda que estou out, por agora, da luta dos professores... que não acabou e que continuará, por certo, sem esta zeca que não lhe fará falta alguma.
Mas a luta continua, sim?
Às voltas com uma monumental sinusite que me trouxe a injectáveis diários de um antibiótico super potente, depois do uso de um outro antibiótico e de cortisona q.b. que me encheram o papinho, eis que aproveito agora os dias, entre tardes deitada no sofá, de forma lenta e deveras consciente, para arrumar muito do entulho que povoava o meu telemóvel.
Comecei por mandar para o galheiro montanhas de contactos telefónicos relacionados com a minha vida profissional e que eram de gente entulho que me conspurcava o telelé, as mãos e a mente de cada vez que tinha de percorrer a lista telefónica para aceder a algum contacto de facto pertinente, de gente que esteve sempre presente na minha vida e que, mal soube que a coisa estava mal parada com o processo disciplinar de que fui e continuo a ser alvo, se manteve firma e hirta como barra de ferro... ao meu lado, mesmo que seja para me apontarem erros, segundo as suas cabeças porque a cada cabeça sua sentença, certo?
Confesso que algum, pouco, do entulho que agora enviei para o lixo me custou especialmente... inocentemente, confesso, houve gente que me enganou até ao último momento.
Agora, desejo a todo este entulho, que seja feliz... que seja muito feliz, mas muito longe de mim!
Sim?
Ora ponham a música no máximo e cantem comigo um novo e pior tempo que aqui chegou.
... ou troca tintas... ou o mais que for possível chamar a esta estirpe de "pessoas" que é capaz de renegar a sua própria sombra.
Não confiáveis, bom será que as pessoas minimamente escaldadas por esta estirpe de gente só comuniquem com eles à distância ou, melhor ainda, na presença de um advogado.
Se se apanham em cargos onde podem exercer algum poder, incham tanto tanto que mais parecem balões voadores... e que bom seria se voassem para bem longe daqui, subindo cada vez mais alto, mais alto e ainda mais alto, quiçá rebentando em pleno espaço sideral de tanto inchaço.
Escondem, por vezes, uma incompetência confrangedora a coberto do/no desmando da boiada que lhes respalda as fraquezas e inseguranças, contribuindo, assim, para o estado a que isto chegou.
Se é triste?
É! Por amor da santa... se é!!!!
E eu, qual mulher das neves, abomino estes cata-ventos troca tintas capazes de negar o que acabaram de afirmar, capazes de afirmar o contrário do que acabaram de afirmar, capazes de negar até as suas próprias sombras.
Fazem um trabalho notável a dissecar as baboseiras que muitos "especialistas" em matéria de educação arrotam por aí.
Aqui vos deixo mais um vídeo, com os meus agradecimentos a todos quantos ainda não desistiram de lutar por uma Escola Pública escrita com maiúsculas.