Guggenheim - Bilbao - País Basco - Espanha
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Guggenheim - Bilbao
E o que dizer de um edifício como este?
As primeiras palavras nem saem da boca perante semelhante edifício. Abrimos a boca, de espanto, e não saem sons! Emudecemos perante o arrojo de um arquitecto que soube captar a alma basca e lhe cantou um hino plasmado em arquitectura e em escultura. Sim porque este edifício é as duas coisas. É uma peça de arquitectura/escultura pousada sobre água. E está aqui tudo o que deveria estar.
O arquitecto Frank Gherry projectou um edifício indomável, arrogante mesmo, cheio de personalidade e especificidade, simultaneamente rude, duro, e suave, acolhedor. Como os bascos. E este edifício, indomável, desdobra-se em múltiplas embarcações, em múltiplas proas de navios que se erguem altivas e rasgam o mar, e a terra, numa atitude mais do que desafiadora e que por último se abrem numa gigantesca flor, exemplar maior de arquitectura orgânica que se percepciona nas formas curvilíneas e sensuais deste edifício recoberto por placas de titânio que lhe dão este aspecto simultaneamente agreste e doce.
Uma inteligente homenagem aos bascos, tradicionalmente pescadores, que entenderam perfeitamente a mensagem e incorporaram o edifício na cidade como sendo património de cada um, individualmente. E que assim recuperaram e dinamizaram uma parte da cidade anteriormente degradada e onde hoje dá gosto ir.
E como o titânio está a envelhecer bem dando ao exterior do edifício uma patine que vai do prata velho ao acobreado fazendo com que estes matizes e cambiantes de cor acompanhem esta textura, irregular, destas formas recobertas pelas placas de titânio. Amo isto.
É por isso que eu continuo a visitar aquilo a que chamo de arquitectura inteligente, desta vez de um arquitecto americano, que já esteve para fazer qualquer coisa na nossa Feira Popular, em Lisboa, no tempo do Santana Lopes. Infelizmente parece que ficou tudo no limbo. (Continuo sem perceber o fim, por decreto papal, do limbo... é que ele dá tanto jeito! Então em política!)
O Guggenheim de Bilbao vale bem uma visita propositada a tão peculiar edifício.
Vale por si só, independentemente de todas as exposições excepcionais que possa albergar.
Esse edifício é um hino à arquitectura moderna de grande qualidade e vanguardismo. Blue Scorpion tem uma sensibilidade para a arquitectura que esconde ali, uma arquitecta em potencial, que por este ou aquele motivo, não o chegou a ser!
ResponderEliminarQuanto ao país Basco, amo aquele território e adoro, em particular S. Sebastian! You are the great one, Blue Scorpion!
Vim agora aqui, passado todo este tempo, dizer-te que amo mesmo Arquitectura. Poderia ter sido arquitecta. :):):)
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