domingo, 11 de novembro de 2007

S. Martinho


Castanhas - Barca - Amarante - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

S. Martinho

Durante a manhã, debaixo dos castanheiros, apanhei as últimas castanhas, abrindo ouriços com as mãos "protegidas" por luvas que, de vez em quando, deixam passar uns picos enormes que se vão espetando nas mãos.

Depois foi tempo de trabalhar arduamente no jardim pedregoso do escorpião azul. O jardim estava a sentir a minha falta e hoje foi tempo de cortar ervas como se de relva se tratasse, podar giestas preparando-as para a próxima floração, arrancar ervas dos empedrados e varrer os meus caminhos e penedos da Barca. O que ficou pronto ficou bem... o problema é que este trabalho não tem fim e quando acabo de um lado já o outro está a reclamar os meus cuidados urgentes. Problema? Não, de facto não se trata de um verdadeiro problema. Trata-se antes de um desafio, uma luta entre mim e a natureza daquele lugar selvagem que eu teimo em moldar. Apesar de ter plena consciência que serei sempre eu a perdedora. E que no fim serei eu a grande perdedora. Mas, por enquanto, divirto-me. E foi uma belíssima manhã de sol, passada em contacto directo com a natureza, com o tempo a escoar devagar.

E como hoje foi dia de S. Martinho comemorei-o entre amigos, à volta duma mesa, com vinho doce e castanhas acabadas de assar. "Comme il faut", portanto.

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