II Congresso Histórico de AmarantePassados já dez anos sobre o I Congresso Histórico de Amarante, eis que me encontro de novo a assistir às conferências possíveis, nesta segunda edição do congresso, entre aulas, reuniões e outros afazeres pessoais que já me levaram ao Porto.
Por agora vou pronunciar-me apenas sobre um facto já constatado e que é a grande ausência de público. Revi mentalmente as conferências a que assisti há dez anos e o público foi então muitíssimo mais numeroso, incomparavelmente mais numeroso, com salas frequentemente cheias. Não está a ser o caso e as salas estão até escandalosamente vazias.
E é pena.
É pena, mas porquê?
ResponderEliminarCarpe diem!
Sem dados concretos que me permitam avançar uma resposta cabal à questão que me colocaste vou colocar hipóteses de explicação.
ResponderEliminar. A crise económica que se faz sentir um pouco por todo o país e que aqui em Amarante é muito notória;
. passados dez anos todas as profissões estão mais exigentes e complicadas; os professores queixam-se, mas também os médicos, os farmacêuticos, os engenheiros, os arquitectos... Trabalha-se incomparavelmente mais, ganha-se proporcionalmente bem menos, e não sobra grande tempo para assistir a estes eventos;
. à falta de tempo junta-se a falta de disponibilidade mental que está sem dúvida ligada à falta de dinheiro no bolso. As pessoas andam irritadas e conflituosas umas com as outras e não hesitam em partir para o insulto e agressão à mínima contrariedade. Ora quem é que neste estado de espírito geral de desalento, desilusão, frustração, falta de expectativas de futuro, quer ir ouvir falar de passado?
Pode haver outras hipóteses de explicação mas, dado o adiantado da hora, já não me ocorre mais nada.
Obrigada pela pergunta, Raul.
Fica registado. É pena! Não somos nada sem percebermos as nossas raízes.
ResponderEliminarMas não percamos a esperança no amanhã... há um rio que é preciso subir.
Carpe diem!
Em entrevista no Amarante TV um dos
ResponderEliminarmembros da comissão organizadora,
Dr. António José Queirós
diz que o público alvo
deste tipo de congressos,
os professores, estão hoje mais retidos nas escolas
do que há dez anos atrás,
como tu de resto bem sabes.
Por outro lado,
hoje em dia também já não há dispensa para estes poderem assistir às reuniões científicas, como esta.
Ainda disse que uma das oradoras esteve ausente do congresso
hoje á tarde
porque lhe teriam marcado,
ontem para hoje, portanto em cima da hora, um trabalho na escola onde lecciona.
Até mais…
Vim ver-te hoje, logo e manhã, porque senti a tua falta de ontem. Saint-Éxupery soube bem definir o que era cativar.
ResponderEliminarE esse teu coração imenso, Princesa do Tâmega, que ainda tem espaço para o ocupares com a defesa da tua terra e do teu meio, é mais um diploma que podes guardar na gaveta das habilitações... Um beijo da Carmo
Posso acrescentar uma hipótese de explicação? Posso?
ResponderEliminarO conhecimento não é fast-food. Exige vontade, concentração, esforço, rigor ... atitudes pouca em voga!
Na hora de almoço entre um e outro afazer fui assistir a três apresentações, diferentes. Uma sobre "medalhas", outra sobre "postais ou cartofilia", e a última sobre "Amadeu de Sousa Cardoso aqui e ali", e também eu que nem professora sou, me envergonhei de alguém da cidade organizar um tal congresso e os seus filhos lhe virarem as costas.
ResponderEliminarSem dúvida, Ceu, as escolas estão a ferro e fogo e a vida profissional dos professores muito complicada.
ResponderEliminarObrigada pela hipótese explicativa avançada, Elsa. Eu acrescento ainda uma outra. A falha na divulgação do evento. Não seria lógico que na minha escola houvesse um cartaz, uns desdobráveis espalhados pelas mesas da sala dos professores?
Aquilo que eu vi foi zero.
Obrigada, Carmo, pelas tuas palavras tão ternurentas.
ResponderEliminarGuardei-as. São agora minhas.
Passiflora, eu continuo chocada.
ResponderEliminarContinuo a rever mentalmente o Congresso de há dez anos...
Que abismo!!!!! salas cheias, gente de pé!
Seria suposto termos evoluído mas em muitos aspectos da vida regredimos. Aqui está um evento que o comprova.
E à pena de não ter escutado o Pedro junta-se agora a pena de não a ter encontrado.
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