terça-feira, 13 de maio de 2008


Maias/Giestas - Barca - Serra da Aboboreira
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Xô Carrapatos!!!!

Bem sei que é costume de dia 31 de Abril para 1 de Maio! Bem sei que este ano me esqueci completamente! Bem sei que a minha avó Luzia jamais se esquecia de semelhante tradição/crença! Bem sei que não acredito em nada disto. Bem sei que apenas as quero postadas no meu blogue por uma questão estética. As da minha criação e da minha lavra. Aquelas que eu acarinho, trato e podo como quem trata de uma roseira rara. E elas agradecem-me assim. Por isso aqui deixo uma molhada de maias e um

Carrapatos!!!

bem grande apesar de não acreditar em nada disto... mas, por Amarante, anda uma atmosfera tão pesada!...
Vai daí

Xôoooo Carrapatos!!!

3 comentários:

  1. Gostava de perceber melhor essa tradição. Por favor explica, vai...
    Junto-me ao coro: Xôooo Carrapatos! T' arrenego! Vá de retro!
    Que eu também não acredito... pero que las hay, las hay.
    beijo

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  2. Elsa, confesso que para poupar tempo, retirei aa explicações possíveis do blogue http://magnoliaviva.blogspot.com/

    Presumo, pelo comentário, que esta tradição/crença não exista na tua região.

    Aqui vai:

    A origem da tradição das Maias perde-se no tempo e pode ter várias explicações.
    Segundo alguns, a Maia era uma boneca de palha de centeio, em torno do qual havia danças toda a noite do primeiro dia de Maio. Por vezes, podia ser também uma menina de vestido branco coroada com flores, sentada num trono florido e venerada, todo o dia, com danças e cantares. Esta festa, de reminiscências pagãs, foi proibida várias vezes, como aconteceu em Lisboa no ano de 1402, por Carta Régia de 14 de Agosto, onde se determinava aos Juízes e à Câmara "que impusessem as maiores penalidades a quem cantasse Maias ou Janeiras e outras coisas contra a lei de Deus...".
    Ainda segundo outros, o nome do mês de Maio terá tido origem em Maia, mãe de Mercúrio, e a ele está ligado o costume de enfeitar as janelas com flores amarelas.
    Seja como for, todos estes rituais pagãos estavam ligados ao rito da fertilidade para com o novo ciclo da natureza, à celebração da Primavera ou ao início de um novo ano agrícola.
    Mais tarde, houve necessidade de lhe incutir algum sentido religioso, promovendo a sua ligação à Festa da Santa Cruz ou ao Corpo de Deus. Esse facto pode justificar a lenda do Alto Minho, segundo a qual Herodes soube que a Sagrada Família, na sua fuga para o Egipto, pernoitaria numa certa aldeia. Para garantir que conseguiria eliminar o Menino Jesus, Herodes dispunha-se a mandar matar todas as crianças. Perante a possibilidade de um tão significativo morticínio, foi informado, por um outro "Judas", que tal poderia ser evitado, bastando para isso, que ele próprio colocasse um ramo de giesta florida na casa onde se encontrava a Sagrada Família, constituindo um sinal para que os soldados a procurassem e consumassem o crime... A proposta do "Judas" foi aceite e Herodes tratou de mandar os seus soldados à procura da tal casa. Qual não foi o espanto dos soldados quando, na manhã seguinte, encontraram todas as casas da aldeia com ramos de giesta florida à porta, gorando-se, assim, a possibilidade do Menino Jesus, ser morto.
    Talvez resultado desta lenda, hoje em dia ainda é possível observar em algumas zonas do nosso país, a colocação de ramos de giestas em flor, ou até mesmo coroas feitas de ramos de giestas, conjuntamente com outras flores e enfeites coloridos, nas portas e janelas das casas ou nos automóveis, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio.

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  3. Bem que suspeitei, Anabela, que se tratasse de algum costume com raízes lá longe, nos tempos celtas ou por aí. Pelos vistos não me enganei. Apreciei saber das voltas cristãs e desse hábito tão bonito das coroas e ramos de flores. É que eu gosto mesmo destas histórias antigas.
    Pois, realmente, aqui pela minha zona não há nada que se pareça, que eu saiba. Embora haja uma agitação indefinida à volta das Maias, certamente também reminiscências.
    Mil gracias pela pachorra.
    Confesso que ainda fico intrigada com o xô carrapatos.
    Beijocas

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