Bob Geldof - Make Poverty History
Continuo a olhar para Bob Geldof como um dos meus heróis vivos e uma das minhas referências a nível mundial. Porque chama os bois pelos nomes, porque diz as coisas de forma directa e sem subterfúgios, porque, sem se deslumbrar com o êxito alcançado, e sem se perder dentro de si não ficou cheio de si, como tantos outros, xiiii e não é que me lembrei do nosso 1º?!, e procura fazer deste mundo um mundo melhor, falando, alertando consciências, e actuando no terreno de forma sistemática e corajosa.
Esteve cá há pouco tempo e para uma plateia de ilustres afirmou que Angola é governada por criminosos. E não será? Pareceu-me sentir muitos constrangimentos pela sala. É bom. É bom que haja gente corajosa e sem medo para enfrentar os poderes instituídos e que não se reja pelo politicamente correcto. Estamos fartos do politicamente correcto.
Qual o papel desempenhado pelos nossos políticos, pelos nossos governantes dos países ditos desenvolvidos em fazerem da Poverty History?
Pois, as guerritas aqui e ali são mais importantes. África fica bem lá longe.
A falta de alimento será um problema com tendência a agravar-se nos próximos anos, não porque escasseiem de facto os alimentos, mas porque há investidores sem escrúpulos que lucram com a fome no mundo.
Cabe-nos a nós, cidadãos comuns, aumentar a pressão sobre os políticos de meia tigela por forma a que esta pressão se torne insustentável e os obrigue a redireccionar as suas actuações para o que é realmente importante.
O vídeo que aqui deixo é chocante. Tal como é chocante a situação em que se encontram muitas populações no planeta. Propositadamente posto-o hoje, no dia a seguir ao Dia Mundial da Criança, exactamente porque as crianças são um dos grupos mais vulneráveis à pobreza extrema, à fome, às doenças, à exploração.
Os nossos políticos, os nossos governantes têm feito muito para tornarem a pobreza história, e digamos que muito se deve a Bob Geldolf e ao vocalista da banda U2.
ResponderEliminarTanto o Bono como o Bob Geldof fazem sucessivas pressões para que os G8 perdoem a dívida externa dos países pobres.
Mas será isto uma boa política e uma boa decisão do G8?
É verdade, que há de necessidade de resolver este grave problema de injustiça e pobreza extrema, no entanto, qualquer perdão das dívidas, deve ser acompanhado de medidas mais profundas para resolver a gravíssima situação do continente africano, como a exigência de mais Democracia, criação de instituições de controle, luta contra a corrupção, fim de ditaduras e governos corruptos e sanguinários, muitas das vezes e quase sempre, apoiados pelos Ocidente. Espera-se benevolência da parte dos países ricos, mas tem que se exigir responsabilidade aos países africanos.
É preciso uma resolução prioritária da grande calamidade que é a SIDA, combate ao tráfico de armas, fim da pilhagem dos recursos naturais. É preciso uma resolução dos graves problemas de escravatura, de genocídio e de toda a espécie de crimes contra a humanidade, um quotidiano do continente africano. Sem a resolução destes problemas, nunca se acabará com a pobreza endémica, e até direi mais, aumentará num futuro próximo.
Cito-o "Espera-se benevolência da parte dos países ricos, mas tem que se exigir responsabilidade aos países africanos." Concordo plenamente mas reforço a ideia que também tem de se exigir verdadeira responsabilidade da parte dos países ricos e das grandes multinacionais que sacam e espoliam os povos mais débeis em concluío com os ditos políticos corruptos que se mantêm décadas a fio no poder porque no fundo, no fundo há demasiada "gente" interessada que assim seja.
ResponderEliminarE o que se passa em pleno século XXI, em algumas zonas do planeta, muito em África, é simplesmente abjecto.
Concluindo. Perdão das dívidas? Certamente. Mas seguido de verdadeiras políticas que elevem as populações da miséria e da degradação extrema em que se encontram. Porque se for para perdoar dívidas e tudo ficar como dantes é melhor nem se incomodarem, nem se darem ao trabalho.
Obrigada pelo seu contributo, Armando, que ajudou e contribuiu para o aprofundamento reflexivo deste problema dramático e escandaloso dos nossos dias.
Aviltante!
ResponderEliminarOcorre-me uma das frases usadas, hoje, por mim: bestificação do humano.
Perante este cenário, apetece-me parafrasear Hobbes: "O Homem é o lobo do Homem".
Creio que a Teoria da Justiça de John Rawls mereceria uma reflexão, dado que assenta nos seguintes princípios: "1º Cada pessoa deve ter igual ao mais extenso sistema de liberdades básicas (...); 2º As desigualdades económicas e sociais devem ser distribuídas de forma a que simultaneamente: a) se possa razoavelmente esperar que sejam em benefício de todos; b) decorram de posições às quais todos têm acesso."
In Uma Teoria da Justiça
O lamentável, Anabela, é que nestes países e, também no nosso, nem as "liberdades básicas" são asseguradas, nem a redistribuição da riqueza é uma realidade.
Criadores de altas tecnologias, descuramos o desenvolvimento da educação em prol da humanização.
Animais "bipolares" - eis o que somos!
É verdade, nem sequer somos capazes de tomar conta das próprias casas. É como dizes, Elsa, aviltante.
ResponderEliminarEstou com a minha Émy a ver este poste. Foi-me traduzindo (infelizmente eu de Inglês nada percebo)as palavras de Geldolf e traduzindo a canção que acompanha as imagens. E realmente não podemos continuar a viver como nada de errado houvesse no mundo. Quem dera que o "Make Poverty History" se torne passado o quanto antes.
ResponderEliminarEspero que estas imagens façam "mossa" nos nossos jovens assim como mexeram com o Geldolf quando em finais de 1984 também viu imagens idênticas e que o motivaram para aquele fabuloso concerto "Live Aid" de 13 de Julho de 85.
E boas questões são aqui levantadas nos comentários ( do Armando e da Anabela)que tornam este poste muito rico e que será motivo para os meus alunos de formação cívica aqui virem reflectir e trabalhar.
E Elsa, é pertinente lembrar Rawls e quem dera que as suas ideias fossem interiorizadas por todos. Não perderiam os menos "desfavorecidos" a esperança de que poderiam também auferir de um bem estar social e, os mais "favorecidos", saberem que deveriam contribuir para os mais desfavorecidos, porque justiça social é, na linha de Rawls, antes de mais, amparar os mais desfavorecidos. Mas não é fácil aplicar a teoria "distribuitiva" como ele pretendia. Mas que é uma grande meta, é.
Carpe diem por esse rio acima e parabéns por esta reflexão.
Obrigada, Raul, pelas tuas palavras e comentários enriquecedores para um post que eu amaria, mas amaria não ter feito!
ResponderEliminarAnabela Princesa do Tâmega, vou transformar o meu comentário num poste. Bem ilustrado, isto é, com muitas fotos. Tiradas por mim.
ResponderEliminarAs minhas frases são curtas. Porque são golpes. Que que faço em mim quando quero acordar os outros. Beijo, Carmo
Anabela, vou colocar parte deste teu poste no "meu mundo". Não te importas, pois não?
ResponderEliminarCarpe diem!
Lá passarei, como sempre, Carmo.
ResponderEliminarSei que tens muito a dizer sobre isto.
Bjs
Quanto a ti Raul, já sabes que tens licença de levar o que quiseres... como diz o galego "É uma honra."
Anabela!
ResponderEliminarEncontrei isto (http://ocomandoenosso.com/ e http://ocomandoenosso.blogspot.com/) e achei que poderás "publicitar" no blog.
Beijos desde o "Algarve norugo"
Já cheguei no fim da conversa.
ResponderEliminarMas a minha interrogação maior é esta: Como podem, Senhor, as Mães Africanas, aguentar tanta dor?
Quando vem o Dengue, a Malária, O Marburgo, o Ébola, a corrupção, a tirania, a guerra , a preprotência, as cheias??
E quando vem tudo junto, Senhor???
Vou deixar as suas interrogações, que também são minhas, sem respostas. Não as tenho.
ResponderEliminarE o que é certo é que muitas vezes vem tudo junto, não é assim?
Vergonha.
Vergonha que para benefício duns poucos tenham que morrer tantas pessoas. A culpa ficou solteira, mas as contas na Suiça estão cheias. Ver morrer um filho de fome é a pior coisa que pode agüentar um ser humano.
ResponderEliminarEste seu post me comove fondamente e faz-me sentir impotente, mesmo torna ridiculas as minhas preocupações quotidianas.
Concordo, Rui, a maioria das nossas preocupações são fúteis se comparadas com isto.
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