Cântico Negro
É a segunda vez que posto este poema, que eu tanto amo, e que me diz tanto pela rebeldia e pelo desafio contidos nas afirmações de José Régio.
Da primeira vez deixei aqui as palavras escritas. Hoje deixo aqui as palavras ditas. Versão incompleta, mas forte.
Comungo destas palavras, eu que também já afirmei, inúmeras vezes, ao longo da minha já longa vida, não ir por aí, sendo que o por aí era para mim arbitrário, aleatório, enganador, não desejado, não compreendido.
Aqui deixo a força, a garra, a energia, a alma, a vontade do saber dizer - Não, eu não vou por aí!
Xiiii!!! Ainda me acontece. A cada passo, aparentemente, complica-me a vida.
Anabela, minha Princesa, acabo de ler no terrear mais um texto de Rubem Alves, em que ele inseriu uma espécie de parábola sobre os que se deixam aprisonar pelo medo. Vou transcrever-te um pouquinho: "Somos assim. Sonhamos o vôo mas tememos as alturas. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram."
ResponderEliminarEntão não é tão tentador não ter que desbravar caminhos, ter a segurança da certeza e ainda podermos desculparmo-nos com a velhe frase "Não fui eu, ele é que disse para ir por ali". Graças a Deus, sempre fui por onde qui eu is. Mesmo quando não fui. Tinha que ser. Um beijo, Avó Pirueta
Obrigada, Carmo. Já está no corpo principal do blogue.
ResponderEliminarAmanhã postarei o poema do Ochoa.
Bjs
"Deus não me pedirá contas
ResponderEliminarDe eu não ter sido
S. Francisco de Assis
Ou mesmo Jesus Cristo
Deus vai-me pedir contas
De eu não ter sido completa e intensamente
Eu"
(Martin Buber)
Que lindo, Ceu. Não conhecia.
ResponderEliminarObrigada pela partilha enriquecedora.
Bjs