Visita Crepuscular - Karin Somers - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Voo
Não tenho a certeza... mas penso que já transcrevi, algures no tempo, este excerto de Ruben Alves para o meu blogue. Se assim não foi, sonhei!!!
Seja como for, a Carmo serviu-mo, gentilmente, reavivou-me a memória, e eu não posso deixar de o colocar aqui mesmo, no corpo principal do blogue, porque entronca com o que eu tenho estado para aqui a dizer nos últimos dias.
"Somos assim. Sonhamos o vôo mas tememos as alturas. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram."
Não conhecia o excerto. Está excelente... ele tem tanta razão... prendemo-nos numa gaiola para não sentir o medo do vazio e da liberdade...
ResponderEliminarBeijos
Eu continuo a minha luta diária. Sacudo todos os açaimes, esbracejo e esperneio até à exaustão.
ResponderEliminarEspero continuar assim até ao fim dos meus dias.
Bjs, Professorinha
Não encontraria uma fotografia / imagem melhor para este texto de Ruben Alves. Ambos são belíssimos.
ResponderEliminarA escultura parece perguntar-se: aprenderei a voar? ou desistirei de tentar?
Felizmente que a vida, como as obras de arte, resistem às certezas, ao fim pre-determinado: a obra é "aberta" -disse Umberto Eco. Pois, tal como a vida...em que a clausura e a liberdade dependem do que somos, das decisões que tomamos e do caminho que percorremos. Agrilhoados, nunca ousaremos voar, nem sequer tentar!
O imprevisto,o acaso, convivem com a auto-determinação racional. "A vida não tem literatura inclusa" (Savater). Felizmente.
Ambos são belíssimos, sem dúvida.
ResponderEliminarVoltarei à exposição da Karin para fotografar as esculturas de outros ângulos. Ainda não estou satisfeita. Ainda não esgotei as possibilidades, as perspectivas.
As esculturas da Karin e os seus nomes têm tudo a ver comigo. Sinto-me muito identificada com este mundo povoado de imagens que nos interpelam e nos levam a múltiplas leituras. Amo isto. Amo o que me deixa a pensar.
A obra é "aberta".
A nossa vida também. A nossa vida também.
Bjs, Elsa.
Obrigada por enriqueceres este blogue com os teus comentários.