Educação e Vida
Hoje posto um vídeo belíssimo com fotografias de um dos fotógrafos que eu mais admiro a nível mundial, e que por diversas vezes já referenciei neste blogue - Gregory Colbert. O texto, em português do Brasil, é sem dúvida muito pertinente ao nível das práticas educativas que precisam, de facto, de novos paradigmas neste nosso século XXI.
Um é a partilha. A partilha do saber, do conhecimento, a partilha das práticas e da experiência, a partilha das emoções. Já falei sobre isto anteriormente e continua a fazer-me confusão a não saída, do que quer que seja, de dentro para fora da sala de aula. Apesar dos riscos envolvidos, eu que o diga que já os senti bem na pele, acredito que a melhoria do ensino passa obrigatoriamente por uma abertura que ainda só desponta aqui e ali, acredito que a melhoria do ensino passa obrigatoriamente por uma partilha generosa, desinteressada e madura que igualmente ainda mal desponta aqui e ali. Da partilha resultará uma enorme evolução profissional. Acredito nisto. Porque se uns fazem bem aqui, outros fazem bem acolá, e é deste contacto com práticas diferenciadas que nasce a inspiração colectiva. Acredito mesmo nisto. E por isso pratico a partilha.
Outro é o não ter medo perante os novos desafios que nos vão sendo colocados, a nós que já temos alguma idade, mas que não podemos estancar no tempo, porque estancar é ter direito ao nosso certificado de óbito precoce em todos os aspectos da vida. Vida profissional incluída. Também acredito nisto. Recuso-me a ser uma professora obsoleta. Mais, recuso-me a ser uma pessoa obsoleta.
O outro é o trabalho colaborativo. Confesso que neste campo as escolas em geral, a minha em particular, não promove este tipo de trabalho. Tanta hora se escoa em horas de Departamento e não há horários para trabalho com os pares, neste caso com o meu grupo de História, o que faz com que cada um trabalhe para si próprio, e para as suas turmas, no mais profundo isolamento. Também não há horários para trabalho entre diferentes departamentos o que faz com que os esforços a este nível sejam isolados, desgarrados e muitas vezes percam eficácia.
Eu pessoalmente continuo a sentir enormes carências e falhas ao nível das novas tecnologias que vou tentando colmatar, como posso, recorrendo ao meu 112 informático, chamado Helder Barros, que me vai dando uma dicas sobre como fazer isto ou aquilo através do msn, ou mesmo lá na escola quando conseguimos conciliar disponibilidades. Obrigada Helder, obrigada por aturares a melguita!
Ou seja, e para concluir, se eu sinto que progrediria muito mais, enquanto profissional e enquanto pessoa, com mais partilha entre nós e mais trabalho colaborativo, outros sentirão o mesmo, não?
Aqui fica a pergunta.
Embora apertadinha de tempo, quero responder à tua pergunta: Sim! Sim e sim. Claro!
ResponderEliminarMas também quero deixar um caso para reflectir. Vou tentar ser breve. Há três anos, enquanto representante do grupo de Português, delineei um projecto de utilização dos portáteis, no âmbito do CRIE, com vista à utilização das TIC, produção de materiais e respectivo arquivo digital do grupo; no ano passado, eu e a coordenadora de departamento projectámos e planificámos "O Tempo de Encontro", duas horas por semana, para trabalho colaborativo e desenvolvimento de competências TIC dos docentes, tipo processo autoformativo, proposta aprovada em Pedagógico.
Sabes o que se fez ao longo do ano? Ao longo dos três anos? Nem tenho palavras para te dizer o meu desânimo…
Volto cá... porque não gosto da negatividade. Não me dou por vencida...
ResponderEliminarPosso levar o vídeo? Eu sei que posso...
Bem-haja pelas tuas partilhas, assim assumidas!
E então eu não sei da desgraça que vai por aí?
ResponderEliminarHá 4 ou 5 anos o meu colega de informática, Pedro Carvalho, disponibilizou-se para nos dar graciosamente uma formação sobre PowerPoint. Somos mais ou menos 170professores na ESA. Sabes quantos compareceram? Acho que estou a exagerar se te disser que foram 8!!! A formação não dava créditos. Claro!
Há três anos, no âmbito do Projecto dos Computadores Portáteis, entre os cerca de 170 professores da ESA aderiram talvez uns 10. Não achas vergonhoso? Eu fui uma delas, até porque já tinha imenso trabalho feito no âmbito das apresentações em PowerPoint. E é claro que já sabes a resposta para tão pouca adesão. Era preciso produzir. O engraçado foi quando chegaram os portáteis!!!! Alguns acharam que nós não tínhamos direito a andar com eles de casa para a escola e vice-versa e também queriam o bem bom sem o trabalho!!!
Sou contra a valiação de desempenho por ser excessivamente burocrática, mas lá que pôs alguns rabinhos a mexer lá isso pôs!!
Sorry. É verdade.
Mas é evidente!!!
ResponderEliminarLeva tudo o que quiseres!
Bjs
Alguém tem duvidas, Anabela? O problema é que ainda temos muito que fazer. Mas o caminho faz-se caminhando. Mais do que a o enriquecimento profissional, é o enriquecimento pessoal que a partilha proporciona. Mais que as fotografias - porque aí para mim és a melhor - é o sumo das frases que o acompanham. Também vou levar comigo o vídeo.
ResponderEliminarNo meu primeiro post deve ler-se "a avaliação". Evidentemente.
ResponderEliminarOlha, Raul, saíste-me um exagerado como o Helder!! Sou uma aprendiz de fotógrafa, é isso que eu sou.
ResponderEliminarAgradeço as tuas palavras, o falares em sumo, que eu de facto não sou muito a perder tempo com fait-divers.
E fico contente por terem gostado do vídeo tal como eu gostei... de blogue em blogue vai-se espalhando a mensagem, não é assim?
Bjs
Eu sei que podia.
ResponderEliminarComo diz a avó pirueta: não há acasos, há encontros (penso ter citado bem). Ai tanta infracção junta às regras de bem escrever!!!
Pois, Anabela, custa dizê-lo, mas quem minou os processos de formação em vigor até Janeiro, foram os mercenários da educação (recuso-me a chamá-los de professores) que faziam acções a metro, sempre preocupados com a contagem dos creditozinhos...
E quem desvirtuou o processo de avaliação foram os mesmos, que até os relatórios de reflexão pessoal copiavam... Que faltinha!
É claro que estes procedimentos abjectos foram muito úteis para a tutela.
Aliás, o "manastério" (era assim que a minha sobrinha marroquina pronunciava em pequena), qual Pilatos, sempre lavou as mãos do processo. Agora dá um jeitaço para meter todos no mesmo saco...
Ele não acasos, não...
Sem dúvida, e por uns quantos à solta pagamos todos! E eu bem que adivinhava um desfecho deste género. Mas não me conformo. Não me quero ver esmagada em burocracia.
ResponderEliminarE jamais concorrerei a professora titular. Vou agora concorrer a uma coisa com que estou em profundo desacordo??!!! Bolas! Nem conseguiria olhar para mim todas as manhãs!
Sim, que não era preciso ser pitonisa, nem "génio", para antever os desfechos.
ResponderEliminarNo caso do concurso a titular a história repetiu-se. Mas desfaçatez não falta para manifestações e protestos contra o que foram coniventes.
Ai... valha-nos Santo António, que isto é pregar aos peixes.
Muitos beijinhos
Sabe tão bem ter estes encontros...
«contra aquilo com que foram coniventes»... assim está correcto
ResponderEliminarCerto, Elsa, aqui fica a correcção.
ResponderEliminarCansaço de fim de ano, não?
Também estou.
Pois é caras colegas, é mesmo o desânimo total. Temos que admiti-lo. Infelizmente ainda temos muitos colegas que só fazem formação para obter créditos. É triste mas é uma boa parte da realidade. Não toda, felizmente!
ResponderEliminarIsto levava a outros discursos, mas é melhor ficar por aqui. Eu como coordenadora de departamento sinto muito essa dificuldade. O pessoal anda muito incomodado, mas acomodado, também.
Não te invejo a sorte Fátima!
ResponderEliminarFica bem.