sábado, 28 de junho de 2008
Morcega
Anoitecer - Barca - Serra da Aboboreira - Amarante
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Morcega
Morcega é o tratamento a mim reservado pela minha amiga de infância Bé Vasconcelos. Já falei dela neste blogue. É aquela que não cabendo em Amarante pirou-se para Londres faz muitos anos. É aquela que me continua a perguntar "Como é que consegues viver aí?" com um ar sinceramente espantado, apesar de saber que eu faço muitas retiradas, estratégicas, aqui do burgo, quando o burgo se transforma para mim num aquário... ou numa gaiola. Retiradas físicas e virtuais, sempre que me começo a sentir como um peixinho fora de água.
Mas voltemos à Morcega.
Este nome ficou-me do meu gosto excessivo pela noite que me acompanhou até aos 30 e tal anos. Desde a adolescência que eu me identificava completamente com a noite e era ver-me feliz andando nela como uma morcega. Gozei-a plenamente, quantas vezes até nascer o sol.
Quando iniciei a minha profissão, a leccionar à noite por montes e vales, continuei uma mulher feliz. E em casa, durante a noite, remodelava a decoração toda de cima a baixo, acontecendo frequentemente ao A. deitar-se numa casa e acordar noutra radicalmente diferente. Nem sei se a J. se lembra disto. Hiperactiva desde sempre, tinha de gastar todas as minhas excessivas energias.
Hoje continuo a parar pouco. Mas vivo muito mais de dia. Consegui inverter os meus horários estapafúrdios a partir do momento em que comecei a leccionar de dia. Impossível conciliar noitadas com entradas na escola às 8 e meia da manhã. Confesso que foi extremamente doloroso inverter os meus horários, mas lá consegui.
Mas ainda amo a noite, hoje sem os excessos da juventude de Morcega emperdernida. E ainda me é fácil prolongar a noite pela noite dentro. Mas já não é nada, nada que se compare com os meus tempos de juventude. Daí só carrego este nome de baptismo desta minha amiga que, a cada passo, me entra pelo msn com um "Olá Morcega!" que eu adoro.
Retribuo-lhe o tratamento com um "Olá Morcegona!" Apenas porque se trata de uma igual.
Na minha opinião acho que a dona Anabela tem um blog 5*...
ResponderEliminarA maneira de espressar as coisa é especial... Tem um ar de poeta... Como escritora na minha opinão esta aprovada... Espero que escreva muitas mais coisas interessantes assim como o tem feio.... boa sorte com a vida e que tudo lhe corra bem... bjs
Nuno, tu por aqui a esta hora rapaz?!
ResponderEliminarOk, são férias!!! Lol
E quem sou eu para falar depois deste post intitulado "Morcega"?
Que contente que me deixas com o teu comentário... ar de poeta, eu que já disse que jamais escreverei poesia!!! :D
Fiquei mesmo contente.
Boa sorte também para ti, que a vida te seja generosa, agora sem
9º F!:)
Muitos beijinhos
E a professora continua on-line! Lol
Não sei quem tu és, Berto, mas agradeço-te à mesma.
ResponderEliminarFico contente por achares este blogue divertido. Tem dias em que é.
Este Inverno a "minha ministra" deu-me cabo do juízo o que se reflectiu por aqui.
Felizmente a minha filha chamou-me à razão.
Fica bem
Venho juntar-me aqui a estes dois morcegos e espero que ainda a tempo de ficar no ar.
ResponderEliminar.
Anabela, só para te dizer que gostei da simplicidade do comentário do Nuno, mas tão tão generoso e bonito, não achas?
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Que a vida continue a ser generosa, cheia de magia e beleza, e façamos tudo para que a sorte nos proteja.
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Carpe diem!
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E viva a vida de morcego.
E foi assim que aqui se veio abrigar mais um morcego, de seu nome Raul!!! :D
ResponderEliminarSim, Raul, nem imaginas o quanto este rapaz me deixou sensibilizada com o seu comentário. Simples, generoso, bonito. Como ele, aliás.
Olá, Morceguinha! Com essa tua doçura, oh sedutora profissional, não podias deixar de seduzir o Nuno!
ResponderEliminarAgora, sinceramente, acho mais perigoso a sedução do Berto XXX! Porque ele ainda é tão pequenino, sabe lá o que diz! Ainda por cima fala inglês!
Minha Querida, estou a brincar, claro. Quero desejar-te um bom fim de semana. Ando um tanto incomodada com o que li em comentários ao Zé Matias. Quero ver se me passa. Um beijo da Avó Pirueta.
Olá Carmo.
ResponderEliminarO que se passa no blogue do Matias Alves, com comentários abaixo de cão, é mais do mesmo e está no seguimento daquilo que me disse o rato de esgoto que tu muito bem acompanhaste neste blogue.
É Portugal no seu melhor. É aquilo que eu abomino neste país: o ataque covarde, pela calada da noite, pelas costas, grosseiro, mal educado, invejoso...
Lamento que a nossa profissão não esteja a salvo desta trupe... mas também como podia estar... não contactamos com "gente" desta regularmente?
Eu por mim quero distância desta gente.
Mas também me incomoda, mesmo que não seja comigo, desta vez.
Bjs
Já vem dos tempos esfumados que feliz serás tu quando contra ti tramarem com insídia e venenos ciladas e toda a sorte de armadilhas e mentindo te arrasarem e arrojarem a vala; porque do mesmo sofreram quantos te precederam. Alegra-te pois, porque verás daí paga certa quanta jorrar a luz do ar a claridade sobre tua alma. E terás como davi salmista servida mesa de doçura face a face com teus inimigos. Anota, Anabela, que esta é sábia palavra mas não minha antes imemorial. Um dia bom,fresco quanto possível. E leia a clareza discursiva de José Pacheco Pereira a propósito de propósitos de Manuela Ferreira Leite e de alheias outras obscuras tramas frenéticas. A propósito, que lhe diz a si o «facto político»? Vejo-o como que omisso em seu blogue de arábias ou será só porque a Professora vive por demais seu munus LECTIVO e tramas idas E DE AGORA de patroa lourdinha...?
ResponderEliminarO facto político não está omisso do meu blogue. Se lhe investigar o passado verá que o facto político anda por aqui. Como conseguir escapar dele? Impossível já que somos animais políticos. Mesmo hoje acabei de postar sobre políticas educativas.
ResponderEliminarÉ verdade que a política partidária não me diz muito. Corrijo. A politiquice partidária. A mais das vezes inflige-me desgostos e eu arrumo com tudo o que me desagrada para longe da minha vista por uma razão de estratégia. Para manter a minha sanidade mental.
Mas se tiver curiosidade investigue este blogue. A cada passo vai encontrar "posts" corrosivos de crítica à vida política nacional.
E vou ler o Pacheco, evidentemente, que ainda é dos poucos que eu continuo a ler.
Fique bem.