Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Cruzeiro Seixas
A exposição, tal como eu previa, está soberba. O surrealismo continua vivo e bem vivo neste personagem pintor de excelência. Há duas salas com pintura de Cruzeiro. A da entrada, mais pequena, sem areia no chão. A segunda, coberta de areia húmida, o que nos deixa perplexos pela estranheza e pelo efeito cénico surpreendente.
Só vendo.
As paredes das duas salas lá estão, pretas ou negras como tições aonde se agarram algumas pinturas, e mesmo uma tapeçaria, de grande tamanho. Dos tectos pendem pequenos quadros que se movem constantemente obrigando-nos a fazer percursos sempre novos e inesperados.
Excelente exposição que revisitarei brevemente, em silêncio, com a calma necessária para a poder absorver.
Partilho um cheirinho dela com os meus leitores. Delicioso. Aconselhando vivamente uma deslocação ao meu burgo.
Quanto ao Cruzeiro, um amor, uma simpatia de senhor que tive o prazer de conhecer pessoalmente hoje. Em Amarante está entre amigos e sente-se entre amigos. Teve até a delicadeza de, em terra de falos, apropriar-se de três deles para a sua exposição. E falou sobre este culto tão típico e tão enraizado da minha terra tal como eu já falei dele neste blogue. Em Roma sê romano. E, já agora, surrealista.
Mas por hoje chega.
O surrealismo é o movimento artístico que mais gosto. Adoro Cruzeiro Seixas. (Re)vejo-o frequentemente na Fundação Cupertino de Miranda!
ResponderEliminarHoje cheguei, do Porto, tardiamente a Amarante.
De qualquer forma, o frenesim de uma inauguração não se compadece com o acto solitário da contemplação e fruição. Irei à exposição com a maior brevidade possível.
Desloquei-me há uns anos à Fundação Cupertino de Miranda para ver uma retrospectiva de Cruzeiro Seixas que não mais me saíu da memória. Adoro Cruzeiro Seixas pelas cores, pelas formas, pelas mensagens, pelo inesperado e improvável, pelo erotismo sempre presente neste surrealista ímpar no panomarama nacional.
ResponderEliminarCombinamos e vamos as duas.
Beijinhos
Ah! E outra aproximação entre nós. Também é o meu movimento preferido.
ResponderEliminarTambém eu queria "meter o artigo" pois a essa hora, andava a dar banhinho em sal-moura a dois cabritinhos de infantario: um pesava 2,5 e outro quase 3!!! hummmmmmmm
ResponderEliminarMas depois de des-lambuzado o butar calçao e boias labadinhas,lá irei, sim!
Vai, Clap. Eu já de lá venho hoje outra vez. Hoje fui com a Elsa e o teu amigo Carvalho. Sim, aquele que quase nos abandonou...
ResponderEliminarVoltarei lá com a Susana. Voltarei lá com o Artur.
Excelente domingo.
Beijinhos, especiais para o patriarca.
Vocês estão sp a dar-me ideias para eu plagiar...
ResponderEliminarEu tb reconheço no surreal (ou sobre-real) algumas afinidades e destino do q é a Arte. Assim sendo irei dedicar aos meus próximos posts essa dimensão. Espero possam apreciar e que eles vos produzam algo de novo.
Um abraço domingueiro.
A exposição é sublime. Adorei o chão de areia. Permite a cada contemplador deixar, literalmente, a sua marca. As paredes pintadas de preto conferem um ar muito teatral às duas salas. São como que palcos...
ResponderEliminarE as obras?
Lindas.
Gostei particularmente das esculturas "As meninas" e "Noite".
Outras(re)conhecia-as da Fundação Cupertino de Miranda.
O que me agrada no Cruzeiro Seixas é a facilidade com que "des-natura" os objectos. E o que são os objectos?
Etimologicamente refere-se àquilo que está fora de nós (objectum). E o que está no nosso exterior, é captado em função da nossa subjectividade (criado pela nossa mente) ou existe na realidade, resistindo-nos?
É a velha querela entre o idealismo e o realismo do ponto de vista gnosiológico.
O surrealismo esventra estas perspectivas, no sentido de tornar real o onírico e transformar o domínio do real em pura imaginação, pulsões.
Todos os pormenores foram meticulosamente cuidados pelo artista.
Como disseste, Anabela: "imperdível"!
Lá nos encontraremos - E.S.A. - na terça.
Surrealismo? OK. Em Portugal?Tenho dúvidas! Vou ler o Alexandre O´Neil e depois falamos.
ResponderEliminarO surrealista português que mais gosto é o Mario Cesariny...na poesia.
Como ele dizia:"Eu acho que se se é surrealista, não é porque se pinta uma ave, ou um porco de pernas para o ar. É-se surrealista porque se é surrealista!"
Diz a Anabela: Hoje fui com a Elsa e o teu amigo Carvalho. Sim, aquele que quase nos abandonou...
Ui!o que quer isto dizer?
Beijos e abraços que vou até Lisboa (eu a armar-me em cosmopolita!).Deixo-vos um poema do MC que em tempos prometi ao Clap uma versão musicada por Rodrigo Leão e Gabriel Gomes sobre a voz do próprio Cesariny
Pastelaria
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita genteque come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
E já agora, Manuel, Carvalho, ou lá o que tu és!, não te esqueças de outro igualmente importante de seu nome Raul Perez, felizmente ainda vivo.
ResponderEliminarE seja bem aparecido por aqui, por este espaço de tertúlia onde entram amarantinos, como nós, mas não só, que a cada passo entra por aqui até estrangeirada.
Estou de acordo com Cesariny: "É-se surrealista porque se é surrealista." Quem se lembraria de cobrir o chão daquela sala de areia, de formas mutantes que, como disse a Elsa e bem, se altera à nossa passagem? Nós integramos a exposição, espaço cénico montado por Cruzeiro Seixas, que nos remete para as vanguardas de qualquer cidade cosmopolita do mundo. E o cheiro? Cheiraste a exposição? Cheira a Home. Irreverência, enorme criatividade foi o que eu vi naquela sala. Cruzeiro Seixas tem 88 anos. É apenas um pormenor. Menor.
Beijinhos e faz boa viagem até à capital.
E obrigada por deixares aqui a poesia de Cesariny.
ResponderEliminarEstá tudo dito de uma forma exacta!
ResponderEliminarderam-me mais uma ideia de rachar tudo...ainda hoje a-posto!
ResponderEliminarbjs e boa viagem
Obrigada, Armando. A exposição obriga-nos a pensar, coloca-nos interrogações. É bom. Gosto disto.
ResponderEliminarÓ Clap, tu agora é beijos e boa viagem para o Manuel?!
ResponderEliminarE vais rachar tudo? Vou já ao teu blogue!
Beijos e abraços e farneis carago!
ResponderEliminarPára-se na Bairrada para tomarmos uma salada???kamone!!!!
O M.C. deixou-nos um poema de M.C.
ResponderEliminarBom gosto!
Quanto aos beijos: deixemo-los cumprimentarem-se e despedirem-se como quiserem. Cruzeiro Seixas aprovaria os beijinhos, não achas Anabela?
Não me digam que o MC é o "nosso" M.C.???!!!
ResponderEliminarSalada? Também. Mas o certo é que na Baisrrada não prescindo do meu leitão. Ah! Como eu gosto de sentir aquela pele tostada a desfazer-se entre os dentes...
ResponderEliminarBairrada, é Bairrada.
ResponderEliminarCruzeiro aprovaria todas as emoções e afectos entre nós.
Que "nosso" M.C.? De que falas tu?
ResponderEliminarAnabela:
ResponderEliminarBais à Bairrada N
ao tarda nada!!!
mas com esse ruído de rilhar o pobre bicho com a tua rica denta-dura,terei de propor a tua mudança de escalão de GrinnnGrinn para......... ( Full fill the foloowing space, plize)
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O MC é o nosso MC, carago! sp na desportiva, passo curto, sorriso nervoso..amigo da imagética...entao carago??? na bais lá?...huummm quantos MC , para além do que tinha o alambique clandestino,conheces tu, carago?
O caos instalou-se no blogue!
ResponderEliminarOs pronomes possessivos estão possessos.
"O nosso" do Clap = Clap + Anabela.
Mas se for um "teu" unilateral é só do Clap...ou eventualmente teu, Anabela.
Meu, asseguro-vos que não é!
Admirável a vossa partilha...
Ah! Esse! O sempre na desportiva, passo curto, sorriso nirvioso... amigo da Imagética... por falar em Imagética... quem é? Assim de repente não estou a ver...
ResponderEliminarDe nada, Elsa! Tu já sabes que nós não somos invijiosos, não é assim, Clap?
ResponderEliminarE toca de fazer toda a gente feliz!
Bem...vou ali ao arquinho tomar um Tónico e devo estar de volta,antes das duas!!!é que se me ataca o pícarrete!!!
ResponderEliminarOh Elsa Oh Elsa!!! Num baralhes...
ResponderEliminarAnabelazinhaaaa???
Imagética>Imagem>som>ai>dor>genética>ética>quintas-feira!Acçao!Filmar!Meu? Musa>meu>museu!MEU??? Nosso?Não! dos Amigos...e tb seu!
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capiscou ou só-la-vai-cum-desenho-tri?
A Anabela já deslindou o M.C.!!!
ResponderEliminarO pronome é que a confundiu...ou talvez não.
Olá!
ResponderEliminarPosso partilhar este video, sobre vida e obra de Cruzeiro Seixas?
Espero que goste, é mais um percuroso de vida, alternativo pois, surrealista, é claro.
www.vimeo.com/9207037
Bjs
Lourenço
Muito obrigada pela partilha, Lourenço. Já o tinha recebido pelo outro lado e confesso que antes de mo enviar o desconhecia por completo!
ResponderEliminarExcelente!
beijinho