segunda-feira, 21 de julho de 2008

Relatório do 7º Reencontro com a História



La Colegiata de San Isidoro - León - Espanha

Museu de León - León - Espanha



Catedral de León - León - Espanha
Casa de Botines - León - Espanha
Muralhas Romanas de León - León - Espanha
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Relatório do 7º Reencontro com a História

Relatório da Actividade do Grupo de História, inscrita no Plano Anual de Actividades da ESA, e a que só faltou a Aurora e a Nazaré.

Dia I - 18 de Julho
A manhã do passado dia 18, sexta-feira, foi reservada à viagem Amarante-León aonde chegámos mesmo a tempo do almoço. Assim sendo, as visitas iniciaram-se já de papito cheio de iguarias diversas, e toda a tarde foi passada a desfrutar da cidade que, para mim, foi um pouco decepcionante em termos de património. Para capital do Reino Cristão de Leão, posteriormente do reino de Leão e Castela, confesso que esperava mais. Mas, mesmo assim, a cidade merece uma visita.
Leão foi fundada pela Legião Romana, no séc. I a. C., e lá se foi desenvolvendo devido à sua importante localização que garantia a passagem do ouro explorado na Província da Hispânia. Pequenos trechos das muralhas romanas são ainda visíveis na cidade, muralhas estas que não foram capazes de suster os ímpetos visigodos deste povo bárbaro que, comandado por Leovigildo, a atacou e tomou em 586. Os Visigodos preservaram as fortificações que irão ser úteis mais tarde, aquando dos ataques árabes à região, região esta que, neste período, conhecerá uma história muito conturbada, de avanços e recuos, ora árabes, ora cristãos, inscrita na típica história da Reconquista Cristã da Península Ibérica.
Em 914 Leão torna-se capital do reino de Leão pela mão de Ordonho II, e torna-se uma importante e rica cidade medieval, cobiçada, atacada, e saqueada por Almançor, em 987, reconstruída e repovoada por Afonso V, rei de Castela. Foi uma importante cidade medieval devido à sua localização estratégica nos caminhos percorridos pelos peregrinos que peregrinavam rumo a Santiago de Compostela. Ainda hoje os podemos ver pelas ruas da cidade, que estas peregrinações nunca estiveram tão na moda como hoje, talvez numa tentativa, algo desesperada já!, de regresso a uma mística e a uma espiritualidade algures perdidas no tempo.
Mas deixemo-nos de histórias. Passemos ao património visitado.
O Palácio de los Gusmanes, datada do século XVI, alberga o Parlamento da Província e é um belíssimo edifício que apreciámos pelo exterior.
A Casa de los Botines, do famoso arquitecto catalão Antoní Gaudí, onde está sediado hoje em dia um banco, é um edifício neo-gótico construído entre 1892 e 1894 e é a prova provada de que nem tudo o que foi, ou é, construído por um arquitecto de renome é belo. O edifício é simplesmente horroroso, mas eu também sou um bocado suspeita já que, por norma, não sou apreciadora de "neos". Estamos longe da criatividade delirante e orgânica de Gaudí, que eu aprecio.
Bela é a Colegiata de San Isidoro, de estilo românico, mas com intervenções posteriores, góticas e renascentistas, onde repousam monarcas da Casa Real de León. A sala do Panteão Real é de uma beleza e simplicidade quase comovente, decorada com frescos originais do século XII, polícromos e muito belos, com cenas do quotidiano e religiosas. Infelizmente é proibido tirar fotografias, mesmo que sem flash.
A catedral, a sofrer obras de restauro, foi construída entre os séculos XII e XIV e é uma jóia do gótico clássico que alberga uma impressionante colecção de vitrais que dão ao interior uma luz coada e filtrada de um colorido fabuloso. Foi demoradamente percorrida por todos nós.
A parte final da tarde, quente, foi passada no interior do Museu de León que nos permitiu fazer uma viagem no tempo, desde a Pré-História até à actualidade, numa colecção excelentemente exposta e organizada.
E pronto. Foi tempo de banho no hotel, estrategicamente localizado mesmo em frente à belíssima Colegiata de San Isidoro, e foi tempo de partida para o tapeo, que "Em Roma, Sê romano"!
E nós fomos.

21 comentários:

  1. Sim Senhora Professora gostei muita da explicação, mas assalta-me uma dúvida, lapso meu do fraco conhecimento da historia portuguesa, que peço me ajude a deslindar.
    Então desde quando se pode falar de um Portugal com as fronteiras tal como hoje as conhecemos? (exceptue-se algumas pequenas picardias como as de Olivença e/ou uma outra q me escapa agora).
    Pode ajudar sinora profissora?
    :-)

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  2. SEnhora Repórter, está aprovadíssima! Narrativa simples, vem estruturada, tão objectiva quanto possível (mesmo quando dizes que é horroroso eu acredito que estás a ser objectiva... de acordo com as tuas noções de belo e de horroroso...)
    És tu, é a Teresa do Lindo Nome e Bela Teia, anda tudo a viajar. E eu aqui presa... A Teresa de Longe é que resolveu apanhar uma constipação de verão. E como não tem dito nada, presumo que ainda esteja sem pio.
    O Clap continua Clap, graças a Deus, a Passiflora´não podia ter um nome mais apropriado e eu senti a falta dos teus posts mais compriditos. Mas voltaste e stisfeita. Isso é que interessa. Beijo, Carmo

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  3. AGORA SEMPRE EN FRENTE ATÉ Á ROTUNDA, CONTORNAS E SEGUES A BRIZA ATE AO MAR!.... CARAMU-
    JINHOS!

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  4. As fronteiras portuguesas quase ficaram estabilizadas em 1249, aquando da expulsão dos árabes de território nacional, com a conquista de Faro, em 1249, no reinado de Afonso III.
    Mas ainda fomos buscar uns bocaditos de terra a Este e as fronteiras ficaram "definitivamente" estabilizadas em 1297, pelo Tratado de Alcanises, assinado entre D. Dinis e D. Fernando IV de Castela.
    Não conheceram muitas variações ao longo dos tempos, a não ser uns casos pontuais, como Olivença, o que faz do nosso país um caso raro de estabilidade a nível mundial.
    Aqui fica a nota histórica, Clap.

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  5. Voltei e satisfeita. É certo.
    E aqui estou eu pronta para as narrativas.
    Obrigada pela aprovação. Normalmente nem foco aspectos históricos neste blogue. Avisei logo no início que este blogue não se destinava a isso. Sabes, fico esgotada destes assuntos com a preparação dos meus PowerPoints que me consomem tanta hora dos meus dias. Depois preciso de outros ares e arejo largo neste blogue! Kakakakaka
    Beijinhos

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  6. Ai, mas o que eu estou precisada da brisa do mar!
    Está um calor de esborrachar!!!
    Quem é que andava no gozo com os da meteorologia?!

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  7. ..então se disser que temos 760 anos de manha..digo mal?

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  8. Olhe, digo-lhe o que aprendi com o inginheiro: " fazer as contas! É fazer as contas!"

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  9. Relatório como manda a lei!
    .
    E esse pé já está melhor?
    .
    Carpe diem!

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  10. Está catita, Raul, foi só mudar de calçado. :D

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  11. A esta hora tardia só água fresca.
    Que calor de esborrachar que está!
    Amarante pereceu pegar fogo durante o dia e grande parte da noite!
    Quero uma chuvada, exactamente igual à que apanhei ontem pelo caminho.
    Água para a mesa 12.

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  12. Abram as comportas para ver se aproveitamos para limpar a ....(PPPPII) dos pombos!

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  13. Isso é que era, Clap. Já as viste em S. Gonçalo? Parecem bandos de pardais à solta...

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  14. A historia da menina e do caozinho
    é lindaaaaaaaaa!!ehehee

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  15. eheheheheh... vamos lá ver quem a vai acabar. Tu?

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  16. PIM-PAO-PUM cada bola mata um, prá galinha e pró peruuuu,...

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  17. Deliciosa exposição!
    Nem sei nada de história, mas adoro o romance histórico. Fez-me lembrar (li-no em castelhano) El puente de Alcántara de Franz Bauer, fiquei namorado dele.
    Beijinhos.

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  18. Obrigada, Galego. Olha a minha responsabilidade a meter uma lança em Espanha! :D
    Gostei que gostasses.
    Fica bem
    beijinhos

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  19. (Definitivamente, pelo número de comentários, a história traze mais visitas ao blogue que o sexo!)

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  20. Olha Rui, confesso-te aqui em privado que é verdade. E nem sei se isso constituíu grande surpresa para mim... Kakakakaka.
    Mas lá que fiquei com curiosidade a ver no que dava fiquei!
    Ainda tenho que postar sobre isto, mas primeiro tenho de acabar esta fase espanhola.
    E ainda continuo a tentar arranjar fotos da tua filhota! :) Sim, que eu não desisto facilmente!
    Beijocas

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