sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Ainda sobre o Meu Portefólio
Reflexos - Oásis de Fint - Arredores de Ouarzazate - Marrocos
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Ainda sobre o Meu Portefólio
Hoje de manhã deixei uma conversa a meio na ESA. Não gosto. Detesto coisas interrompidas. Acabo-a aqui mesmo para que fique escrita e não se perca no ar.
Para esclarecer algumas dúvidas que ainda pairam dentro de algumas cabeças aqui deixo todos os esclarecimentos sobre o meu portefólio e a sua publicação na página da minha escola. E para esclarecer a situação duma vez por todas tenho de recuar no tempo, ao ano de 2007, data em que frequentei uma acção de formação com o Valente em que, entre outras coisas, aprendi a fazer este blogue e o funcionamento das plataformas moodle. Grande parte dos meus recursos em PowerPoint, à data, estavam já feitos, e foi aqui que trocámos as primeiras impressões sobre onde alojar os materiais já produzidos. Estava fora de questão alojar as minhas apresentações na plataforma da escola, entretanto surgida na sequência desta acção, porque se esgotaria várias vezes a capacidade de alojamento da dita. Teria de ser então numa página pessoal.
Logo que as aulas acabaram e fiquei um pouco mais livre de trabalho na ESA, dediquei-me à realização da minha página de recursos, a primeira que realizei. E pareceu-me a mim que, sendo eu professora na ESA, ficaria bem partilhar o meu trabalho pessoal, isolado e absolutamente solitário, de preparação das minhas aulas de História, um pouco materializado na minha página pessoal de recursos, na página da minha escola já que integro o seu corpo docente. Falei com o Pedro, administrador da dita página, no sentido de o questionar sobre a pertinência da colocação duma hiperligação que ligasse as duas páginas. E o Pedro achou que fazia todo o sentido e procedeu em conformidade. Devo confessar que jamais me ocorreu que o Pedro colocasse o link para a minha página web na página de abertura da ESA e devo igualmente confessar que quando me deparei com a dita logo na abertura do site da ESA fiquei assustada. Não por mim, que continuo a mesma, sempre com os dois pés assentes no chão, a deslocar-me de tacão raso, e já com a minha página publicada e partilhada com o Mundo, mas pelas bocas que poderiam surgir sobre se me estaria a armar em professora que trabalha muito. :) Aqui chegados convém confessar que não sinto qualquer necessidade de me armar e convém também não esquecer que sim, sou uma professora que trabalha muito para os seus alunos e que sempre fiz esse trabalho com muito gosto, e que não me sinto minimamente envergonhada por isso. Coloquei ao Pedro as minhas dúvidas e apreensões, e sugeri que talvez o local mais adequado fosse o departamento. Que deixasse estar na página de abertura, retorquiu o Pedro, que a hiperligação estava muito bem na primeira página, que até a valorizava e que era a coisa mais interessante que por lá se encontrava no meio de tanta aridez. Ok, Pedro, assim seja. Ficaria assim por uns tempos.
Devo esclarecer que este procedimento do Pedro, administrador da página da ESA, não suscitou à data, e tanto quanto pude observar, qualquer tipo de reacção, nem boa nem má, registei apenas uma absoluta indiferença. E aqui chegados convém frisar que era a hiperligação para a minha página de recursos que abria mesmo a página da escola, ou seja, estava no início e não no fim, como aconteceu agora com o meu portefólio digital. Esta hiperligação por lá ficou durante dois ou três meses, até que foi colocada na página do meu departamento, onde ainda hoje se encontra.
O procedimento do Pedro relativamente ao meu portefólio digital foi exactamente o mesmo, apenas com a variante já referida anteriormente de a hiperligação não abrir mesmo a página como acontecera com a página de recursos, e assim sendo a hiperligação por lá ficou de Setembro até meio da semana que agora finda, encontrando-se agora no seu local natural acompanhando a minha página de recursos, no sítio do meu departamento.
Então, pergunto-me eu, porquê tanto alarido? E ao procurar uma resposta só encontro uma alteração de 2007 para 2008 e essa alteração chama-se Avaliação do Desempenho Docente.
E lamento. Lamento que não haja uma visão esclarecida e madura sobre o que é isto de partilhar trabalho, sobre o que é isto de não guardar o meu trabalho a sete chaves, só para mim própria, e lamento que quem partilha e que quem coloca o seu trabalho à disposição dos outros possa ser confundido com exibicionista. :) Lamento ainda que a partilha possa ser confundida com falta de humildade porque é exactamente o seu contrário. :) E lamento tudo isto porque partilhar é apenas partilhar. :) Aprendi esta lição de vida com os meus farmacêuticos, ainda ontem escrevi isto, e esta questão teve já direito a variadíssimos posts neste blogue, por ser basilar daquilo que eu sou, daquilo que eu quero ser.
E amanhã deverei ser melhor do que hoje sou.
Percorro um caminho e não me desviarei dele. As pedras que encontro, e que me travam a caminhada a cada passo, apanho-as e reutilizo-as dando-lhes utilidade, pavimentando o chão por onde depois me desloco. Faço isto constantemente na Barca. Faço isto constantemente nas várias dimensões em que se divide a minha vida.
Nota final - Olhando para o trabalho por mim desenvolvido nas minhas duas páginas pessoais publicadas na net fiquei a pensar se seria uma mais-valia para mim, enquanto docente, o facto de estarem duas hiperligações do sítio da escola para os meus sítios. E cheguei à conclusão que não considero ser este facto minimamente enriquecedor para a minha actividade docente ou até para a pessoa particular que sou. Tal facto é-me absolutamente indiferente. Nem me aquece, nem me arrefece, como é costume dizer-se.
Pelo contrário, considero ser uma mais-valia para a escola onde eu trabalho que a sua página web contenha estas duas hiperligações para as minhas páginas pessoais porque enriquece o seu património pedagógico que se alarga a pais e encarregados de educação que por lá naveguem. Tomara que todos os professores tivessem:
1 - Trabalho original elaborado e vindo de um tempo em que este trabalho não era absolutamente nada valorizado e em que se trabalhava unicamente por amor à profissão.
2 - Vontade e disponibilidade para assumir os riscos duma partilha, pouco comum entre nós.
E não, não me desviarei do caminho por mim traçado. Mandem as bocas que mandarem.
Tenho dito.
Assinado: Miss PowerPoint ou ainda, para quem preferir, Menina do Portefólio.
A isso chama-se inveja, cara amiga, inveja!
ResponderEliminarOs cães ladram e a caravana passa!
ResponderEliminarMas é triste ver que as escolas estão minadas de pessoas que apontam o dedo a quem é solidária, como tu!
Nunca, desde que tomei contacto com o teu excelente trabalho que partilhas com TODOS os professores de História deste país, o vi como um acto de exibicionismo mas antes como uma partilha generosa de um ser humano excepcionalmente bem formado.
Só quem nada tem para partilhar critica quem o faz.
Bem que esses pobres de espírito lá da tua ESA podiam ter aprendido a lição de uma verdadeira boa prática!
E que tal uma acção de formação sobre atitudes e valores?!... Espírito de partilha e de solidariedade... talvez?!!!
É verdade,Helder! Esse vil sentimento que impede que Portugal se cumpra!
ResponderEliminarAinda bem que por aqui passaste, Maria Almeida, e pudeste deixar aqui expressa a tua opinião. Não te conheço pessoalmente, mas sei, tenho a certeza, que falamos a mesma linguagem. Chegaste a mim nem sei se pela página de recursos, se pelo portefólio, se pelo blogue. A partilha que entretanto se efectivou entre nós já ultrapassou a própria partilha para se tornar verdadeira amizade.
ResponderEliminarOs meus amigos não são necessariamente as pessoas que convivem comigo todos os dias, às vezes até pelo contrário.
As escolas estão minadas por incompreensões várias que se exacerbaram com a ADD. É uma das consequências deste modelo que me desagrada profundamente e uma das razões da minha luta. Afirma que promove a partilha mas provoca na prática o seu contrário.
Beijocas
Sem dúvida, Helder. E dor de cotovelo. :)
ResponderEliminarOla.
ResponderEliminarSó para dizer que a li na obliqua e que logo alinhe o meu trabalhinho aqui Prós-xinocas prometo voltar e ler com atençao todinha. Sins? sinssssssssssssss-
sinsssssssssss....
(PS: nao gostei da cara que levava às 13:30 TMG!)
Pois é natural. Foi depois desta conversa interrompida. E como se não chjegasse acabei a manhã na Sala de Estudo da ESA que hoje mais parecia uma arca frigorífica do que uma sala de uma escola. Saí de lá meia morta. :)
ResponderEliminarÉ que eu ainda ando adoentada e a minha voz ainda se assemelha mais a uma voz de bagaço! :)
Chegasse, evidentemente!
ResponderEliminarOh, amiga minha, que novelas mexicanas fazem os copistas dos modelos chilenos e os copistas portugas dos copistas de modelos chilenos.
ResponderEliminarQue gente parola, piquena, parva, no sentido etimológico do termo!
São esses, e só esses, que merecem o cadáver avaliativo esquartejado que a tutela teima em impor a todos nós.
Sabes o que chamei hoje a um que: está no 10º escalão; sempre disse aos alunos que era engenheiro e não professor; fartou-se de falar grosso na sala de profs contra tudo e contra todos, sindicatos incluídos; calou-se quando passou a titular; diz agora que não faz greve porque precisa do dinheiro; e que só a faria se o sindicato, em que não está inscrito, lhe pagasse o dia?
Pois... saltou-me a tampa e com todas as letras chamei-lhe miserável!
Persegue o teu sonho, ó des(brava)dora de caminhos de partilha.
Beijo
Pois é...imagino, apesar de não saber exactamente que tipo de comentários é que te foram dirigidos, mas posso ter uma ideia, a partir do que tens aí no blogue. Enfim, isto não +e oara todos, não e o trabalho que tens desenvolvido é um exemplo. O espíriro de abertura, vontade de aprender e dedicação deve faltar a quem te terá criticado ou feito algum tipo de comentários. Continua, sou leitor assíduo do teu blogue:)
ResponderEliminarhttp://cerqueira-paulo.blogs.sapo.pt
Adenda ao anterior.
ResponderEliminarNão sei se estou a gostar destes repentes que me atacam, desta falta de tolerância que me assola.
Sinto como tu, é preciso dizer BASTA a quem nos maltrata e a quem mancha o nosso retrato.
E fizeste tu muito bem! É que também os há! Há-os absolutamente miseráveis. E há-os cobardes, de duas faces, de múltiplas faces, os que não têm um pingo de vergonha, os invejosos, os mal formados, os trapaceiros... ficaria aqui a noite toda. Há tudo isto entre nós. O nosso nicho é representativo do país onde vivemos e do qual eu sou muito crítica. Apenas porque gosto dele. De outro modo não me daria ao trabalho.
ResponderEliminarQuanto ao meu sonho, já sabes Elsa, que o persigo sem vacilar.
E o que me deixa feliz? Saber que também os há esmerados, educados, trabalhadores, esforçados, bons amigos, companheiros na dor e na alegria, solidários, preocupados, excelentes pessoas e excelentes profissionais... ficaria aqui a noite toda... Também tenho destes na ESA! Aconchegam-me os dias! :)
Ó Paulinho até que valeu ter postado este texto para te fazer escrever aqui no bloguito da rapariga! Tu que privas bastante comigo na ESA, e já me conheces de outros Carnavais, sabes que podes contar comigo e que eu sou sempre a mesma aqui, ali, acolá, ontem, hoje, espero que amanhã. :) Ok! Por estes dias bastante mais nervosa! :)
ResponderEliminarBeijinhos
Continua como és. A inveja, o cinismo, a hipocrisia e sobretudo as mentes pequeninas, continuam o seu vil percurso. É difícil conviver com pessoas/colegas? que reagem dessa maneira. Muitas vezes saio da escola entristecida com atitudes menos louváveis.
ResponderEliminarNunca mudes!
Bjs