domingo, 22 de março de 2009

Frente e Verso


Mãos Minhas Digitalizadas

Frente e Verso

Desde que me lembro sempre gostei de mãos. O meu gosto por mãos começa pelas minhas, de que gosto especialmente, e estende-se às de muitas outras pessoas e este meu gosto, muito marcado em mim, que eu sou um bocado para o excessiva ou eu não fosse um Escorpião, ainda por cima Azul!, já foi assumido por mim, lá para trás, neste blogue.
As mãos são como as impressões digitais deixadas pelas pontas dos dedos, são como a cara específica e única que corresponde a cada ser humano. Há até um povo que se serve das mãos para proceder à identificação do outro, isto porque andam velados, eles, sem que aqui pelo Ocidente se levantem vozes de indignação e apregoem e berrem "Discriminação!" e caia o Carmo e a Trindade. Entre os Tuaregues, que também já tiveram direito a post aqui nesta casa, os homens andam velados deixando unicamente os olhos de fora, quantas vezes protegidos por óculos de sol, e servem-se das mãos para se identificarem entre eles. Acho lindo! E não sei de outro povo em que tal facto aconteça.
Mas voltemos às mãos, às minhas específicas mãos, para assumir de novo que gosto delas e que gosto especialmente do que posso fazer com elas.
Estas mãos que publico, em regeneração deste Novembro, mês em que parei o meu trabalho na Barca, são as minhas.
Haveriam, hoje, de deixar a minha mãe orgulhosa, ela que sempre tratou das suas com tanto cuidado e que sempre me viu, desgostosa, a espatifar as minhas.
Mas que hei-de eu fazer? Continuo a gostar de sentir a terra entre os dedos, ora seca ora húmida, continuo a gostar de serrar em movimentos cadenciados os ramos dos carvalhos e castanheiros, encarrapitada neles, continuo a gostar de podar e calcetar, e continuo a gostar... de as espatifar.
E o engraçado é que sistematicamente elas respondem-me positivamente, regenerando rapidamente bolhas, calos, cortes, arranhões... decerto porque sabem do amor por aquilo que faço e do qual não estou disposta a abrir mão.
Ultimamente as minhas mãos têm feito bastante mais trabalho burocrático, começando a sentir-se assim para o aprisionadas, e o que me tem valido é o poder continuar a teclar forte e feio aqui no blogue, permitindo aos meus neurónios, irrequietos e hiperactivos, descarregarem as energias bem pelas pontinhas dos dedos para toda a blogosfera.
Com sorte, no próximo fim-de-semana começarei a dar cabo das minhas mãos, num processo de oxigenação neuronal absolutamente imprescindível para mim e que faz das minhas mãos aquilo que elas são - generosas e firmes.

10 comentários:

  1. Mãos que te fazem justiça, pois. :)
    Já te fazia hoje a espatifá-las...

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  2. Espatifei-as a tarde toda a corrigir testes, com um sol espectacular lá fora e a minha Barca a berrar por mim!

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  3. Thanks, Dudú... sabes que eu também gosto delas?! Kakakakaka

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  4. Gosto especialmente delas pelo que elas me permitem fazer - teclar, desenhar, cortar, plantar, acariciar, podar, calcetar, manusear, pintar, escrever... ai, ai...

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  5. Ela já andou por aqui disfarçada de Bugs. Deve ter ido deitar o filhote!
    Nós é que já deitamos os nossos faz tempo, não é assim?

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  6. Pois,às vezes tenho saudades desse tempo! Por outro lado é tão bom vê-los autónomos,felizes...

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