domingo, 26 de julho de 2009

Susana Dias


Susana Dias - Museu Amadeo de Souza-Cardoso - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Susana Dias

Hoje publico o último post escrito pela Susana Dias, terminando, por ora, o seu testemunho de luta contra um flagelo que nos toca a todos de forma mais ou menos próxima. Com efeito, todos nós temos um familiar, um amigo, um colega de profissão, um aluno, um conhecido com esta doença diagnosticada e declarada. E quase todos nós temos grandes probabilidades de desenvolvermos uma doença oncológica, mais cedo ou mais tarde, que nenhum de nós está imune.
Interiorizemos os exemplos de luta. Aprendamos com as Susanas Dias a resistir e a dizer Não.
A fotografia que escolhi para ilustrar este post tem um imenso significado para muitas de nós, que acompanhámos a Susana mais de perto nesta fase complicada da sua vida. De cabelo perdido, mas não de cabeça perdida que essa mantém-se no seu devido lugar, a Susana visitou com nosotras a fantástica exposição surrealista de Cruzeiro Seixas ocorrida faz por agora um ano.
Foi um dia feliz, de conversas profundas ocorridas dentro daquela sala de exposições, de chão coberto de areia, que cada uma de nós marcava com os seus passos, passos de mulheres decididas.
E foi tempo de gargalhadas sinceras e conversas brejeiras à volta do culto fálico que rodeia o nosso santo, Gonçalo de seu nome, e que nos rodeia a todos aqui pelo burgo.
E foi/é tempo de acreditar na nossa imensa e transbordante energia.
Não é Laurita? Não é Elsa C.? Não é Susana?

Hoje e amanhã

Hoje, passado um ano, olho as minhas fotos antigas onde se destacam as diferenças físicas, essas de somenos importância, francamente secundárias. As outras marcas, as que enriqueceram profundamente a minha existência são menos visíveis, estão na minha intimidade, onde o olhar alheio não penetra. As sequelas marcam o ritmo da minha vida, obrigando-me a olhar o futuro com realismo (mas sempre com optimismo), compreendendo e concretizando o lema pragmático do IPO, “viver um dia de cada vez”. Sim, porque mesmo que uma batalha possa estar ganha, há muito que perdi a tranquilidade e a ingenuidade de viver sem medo, medo do regresso. Apesar de tudo, das recordações gravadas na memória e das marcas deixadas no corpo, persiste uma imensa felicidade por me sentir mais viva do que nunca!

Susana Dias

21 comentários:

  1. susana no te conocsco y csi no entiendo esto pero espero que pases por mi blog y te suscribas

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  2. Ainda bem que te lembraste de dar voz à Susana, Anabela.
    Apenas me ocorrem ideias que podem ser banalidades.Penso que não se importarão: a coragem da Susana, o exemplo que nos dá,a capacidada de ultrapassar o pudor para desdramatizar a doença...nada digo de original,mas ela sim, a Susana,é única.
    Sabe encontrar o equilíbrio entre a sua intimidade, que só a ela e à sua família petencem, e a transparência no relato das suas experiências, por forma a mostrar e provar que a esperança é sempre possível, que a coragem é necessária e que o cancro não é uma sentença de morte.
    Com a Susana, aprendemos a não ter medo das palavras. Cancro.Dito de cabeça levantada e com os olhos no futuro. Cancro. Exorcisamos os nossos medos.
    Tenho os vossos cabelos guardados, Susana, Cristina, Anabela e Elsa. Tão diferentes que nós somos, e não é só na cor do cabelo...todas o sabemos!Mas tão próximas quando foi necessário!Não é isto que faz de nós Seres Humanos? Tudo por causa do cancro.
    Um beijo grande para todas. Gosto de vós tal como sois.
    Isabel

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  3. Sim, sem dúvida, foi tempo de acreditar que as mulheres do Norte são muito fortes e vão buscar energia às pequenas coisas simples do quotidiano...aos pequenos prazeres, como uma saída de amigas. Gostei muito desse dia e de outros passados convosco, pois relembram como faz bem sorrir e rir... E nós somos peritas nessas gargalhadas saudáveis...
    Xi corações para a Susanita, para ti e, the last but not the least, Elsa C.

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  4. Laura,

    As mulheres são, na generalidade, muito fortes. E não me enquadro nem no Norte, nem no Centro, nem no Sul. Sei que sou forte,e muito, pelo simples facto de ser mulher!

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  5. Eu também os guardei, Fátima Isabel. Também tenho os teus, belíssimos por sinal.
    Sabes que algures quando escrevi o post pensei o que tu referes no comentário? Cabelos tão diferentes, de mulheres fisicamente tão diferentes, e tão próximas quando foi necessário!
    E também eu gosto de vós todas, tal como sois. Não é essa a amizade verdadeira? Aquela que não pretende moldar os outros à sua imagem e semelhança? Aquela que não pretende impingir-te nada, antes te questiona e te espevita com outras matizes de côr, com outros cambiantes de sabor que por vezes nem imaginaste? Aquela que te aceita tal qual és?
    Somos bem mais do que a moldura dos nossos cabelos castanhos escuros, castanhos claros, loiros, côr de fogo, lisos, encaracolados, ondulados, curtos, compridos curtíssimos.
    Foi um imenso prazer partilhar os meus dias convosco na ESA. Saio mais rica. E agradeço-vos.
    Beijocas

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  6. Thanks, Laurita. A energia está por aí e é preciso captá-la. E manter o sorriso. E o riso franco e genuíno também. Por vezes entrecortado com lágrimas grossas, bem sei.
    Não é isto a vida?

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  7. É verdade, Dudú, e nem sei porque algures na história fomos apelidadas de sexo fraco!
    Sexo fraco, nós?! Deixa-me rir!

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  8. É verdade Anabela!
    Somos capazes de ir abaixo, e quase a seguir, nos levantarmos, mesmo muito sofridas, e continuamos!
    Somos assim...

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  9. Dudú,
    (será que tb a posso chamar assim?)
    tens razão: as mulheres são todas muito fortes... referia-me às do Norte porque foi nesse meio que cresci, rodeada de mulheres valentes e corajosas que sempre lutaram por manter as familias unidas e felizes.
    E era também uma forma de homenagear as amigas presentes no post da Anabela.
    Porém, sei que as mulheres são fortes em todo o lado; como prova tenho grandes amigas no centro do país: mulheres muito completas que me deixam muitas saudades...
    De fraco nada temos; podemos ser, por vezes, um pouco mais sensíveis e não temos medo de revelar as nossas emoções e entrecortar, como diz a Anabela, as grossas lágrimas com risos largos e francos... Mas, sem dúvidas, conseguimos tantas vezes transmitir alwegria às nossas crianças quando a nossa vontade seria chorar...

    xi coraçoes

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  10. Ando a ler os postes "Susana Dias" devagarinho. Porque sou lenta e porque o que se diz entre postes e comentários é mesmo para meditar.
    Admiro e aplaudo a coragem, a força, o inconformismo e calculo como será difícil combater uma doença enfrentando também o estigma que vemos no olhar e no comportamento dos outros.
    Quanto ao que dizes aqui acima sobre a amizade, Anabela, AMEI!
    O aceitar os outros tal como são, sem imposições nem constrangimentos, recebendo (e dando) o estímulo de uma ideia nova, de um ponto de vista insuspeitado, de um carinho na hora precisa e de muitos kakakas.
    É pelo que dizes e como o dizes que continuo aqui

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  11. A fortaleza das mulheres é já um tema recorrente, Laurita (será que também a posso chamar assim?), não é Anabela? não é Dudú? Ah mulheres dum carago!

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  12. Obrigada pelas tuas palavras,
    Linda!
    Foste a primeira a acompanhar-me os passos sem eu suspeitar... entravas e saías em silêncio até que passaste a deixar rasto e eu passei a percepcionar-te daqui de longe. Fui-te lendo e e empatia foi imediata. E a amizade surgiu, à distância de um clique. Tão próxima estás tu de mim!
    E que prazer ouvir pela primeira vez a tua voz decidida, melódica e doce ao telefone!
    E que prazer conhecer-te fisicamente entre kakakas!
    E lá continuamos "juntas" nesta caminhada surpreendente.
    Surpreendente, não é?
    Beijinhos

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  13. Pois é Laurita, somos capazes de múltiplos cambiantes e daí advém a nossa força.
    Beijocas

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  14. Surpreendente, mesmo!
    No mundo cão em que vivemos, neste país tristemente anedótico, no meio dos nossos problemas e compromissos pessoais, quantas vezes quase inconciliáveis com tudo o resto, ter encontrado esta tua casa virtual onde estás tu mais um bando de pessoas interessantes, na sua maioria mulheres, diversas e diferentes mas tão sintonizadas com o que sinto, é um maravilhoso prodígio que não apenas da tecnologia.
    Ainda assim, viva a rede! E vivam os telefones e as manifestações!
    Mas morra quem nos desgoverna! PUM

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  15. Viva a rede! Vivam os telefonemas! Vivam as manifestações!
    Quanto aos outros de que falas... PUM MESMO!

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  16. Ah! E faltam por aqui os homes a manifestar-se. Alguns corajosos avançam... mas também há os que recuam...
    Por que será?

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  17. Pois, por que será? Salvam-se poucos.
    Ora não falamos de cozinhados (mas também), nem de sapatos, carteiras, ou moda e geral (mas também), nem de fraldas e filhos e maridos(mas também e também e também), nem das casa e carros (mas ...), nem de depilações e beleza (...)
    Será que política, valores, poesia, arte, viajar não lhes dá pica?
    kakaka;)

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  18. Bem... temos o Clap, o Blackhill, agora o Hélio, o Miguel Loureiro também já deixou rasto por aqui, o Ramiro também e levou o meu bloguito de férias..., temos o Ângelo, o Helder a deixar cada vez menos rasto..., lá para trás temos o Camões, o Pi Pereira, temos o Pedro Barros Pereira... enfim... eles vão deixando por aqui um rastito... achas que ficam intimidados?

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  19. Será?
    Bem vistas as coisas não são assim tão poucos!

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  20. Laurita,

    Claro que me podes chamar Dudú.
    Eu percebi perfeitamente o teu comentário e contextualizei-o. Só quis elogiar as Mulheres em geral. E como sou um pouco desenraizada, e sei que sou forte(olha a minha humildade!), também achei que devia estar nesse círculo!
    Beijinhos!

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  21. Elsa D,

    E como bem afirmas, continuamos juntas, já há bastante tempo, e tem sido agradável conversar convosco, e reparar que, apesar de distantes, somos tão parecidas!

    Beijocas também à dona da casa!

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