segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Democracia Precisa-se!
Manif - 30-5-2009 - Lisboa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Democracia Precisa-se!
E por cá o grande líder, e grande amigo de Hugo Chávez, também gostaria de poder fazer o mesmo... não?
Procuradoria-geral vai pedir penas de 12 a 24 anos de prisão
Venezuela: Manifestações contra o Governo serão penalizadas como crime
30.08.2009 - 20h55 PÚBLICO
Recebi um comentário a este post, assinado por Mário André, que decidi trazer para o corpo principal deste blogue assim como a resposta/esclarecimento que este desencadeou.
Mário André disse...
politica nojenta? nojento é este post, barato e demagogo... deve ser uma bela de uma professora...
31 de Agosto de 2009 3:53
Anabela Magalhães disse...
Mário André
A política não é, nem deveria ser, nojenta. A política está nojenta, o que é bastante diferente. E está nojenta por culpa da qualidade da esmagadora maioria dos políticos que pululam por esse mundo fora, da esquerda à direita, sem excepção. Os sinais são preocupantes e vêm de todos os lados. Este estreitar de relações com o "meu amigo Chávez", que tem dado machadadas consecutivas na Democracia, é um dos que me incomoda enquanto portuguesa e cidadã, assim como me incomoda a libertação de um terrorista, condenado a prisão perpétua, a troco de um contrato de fornecimento de petróleo. Sou de uma geração a quem foi ensinado "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" e continuo a pensar que há amizades perigosas e inconvenientes, tanto a nível do cidadão comum, como do político. Especialmente do político, que está sob os holofotes e que vai dando sinais a toda uma sociedade.
Ora, os sinais dados são péssimos, de Norte a Sul e de Este a Oeste e não há qualquer decoro quando se trata de atingir determinados fins.
Este post é apenas uma ironia crítica contra estas relações, que eu vi florescer, e contra os tiques controleiros e autoritários do "nosso" primeiro que eu já pude observar nestes mais de quatro anos de governação. Não, Sócrates jamais chegará a um Chávez... até porque não lhe daremos tempo para isso.
Bem sei que há quem goste da política assim. Mas, para mim, e a continuar assim, vai continuar nojenta.
Aqui lhe deixo o enquadramento do post que não pretendeu ser mais do que isto. Estou certa que quem está mais habituado à minha escrita por certo o entendeu assim.
31 de Agosto de 2009 9:35
Nota de rodapé - Já não é a primeira vez que leitores passantes por aqui se sentem incomodados com o teor dos meus posts. Curiosamente, ou talvez não, quando eles têm por finalidade criticar comportamentos e actuações de gente ligada ao ps.
Curiosamente, ou talvez não, não há qualquer tipo de reacção deste tipo quando as minhas farpas se dirigem ao psd.
Aqui fica o registo. Que cada um faça a leitura que entender.
E lembrei-me agora que me esqueci completamente de explicar o título. "Democracia, Precisa-se", aplicado ao caso português é apenas um sublinhar da enfermidade da Democracia, que de facto tem perdido muita qualidade durante estes mais de trinta anos que temos dela. Mas, aplicado a muitos outros exemplos, é mesmo precisa-se de precisa-se porque pura e simplesmente não há.
Já agora fica tudo bem explicado que eu não gosto de não me fazer entender.
Tiques de professora, por certo.
politica nojenta? nojento é este post, barato e demagogo... deve ser uma bela de uma professora...
ResponderEliminarMário André
ResponderEliminarA política não é, nem deveria ser, nojenta. A política está nojenta, o que é bastante diferente. E está nojenta por culpa da qualidade da esmagadora maioria dos políticos que pululam por esse mundo fora, da esquerda à direita, sem excepção. Os sinais são preocupantes e vêm de todos os lados.
Este estreitar de relações com o "meu amigo Chávez", que tem dado machadadas consecutivas na Democracia, é um dos que me incomoda enquanto portuguesa e cidadã, assim como me incomoda a libertação de um terrorista, condenado a prisão perpétua, a troco de um contrato de fornecimento de petróleo.
Sou de uma geração a quem foi ensinado "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" e continuo a pensar que há amizades perigosas e inconvenientes, tanto a nível do cidadão comum, como do político. Especialmente do político, que está sob os holofotes e que vai dando sinais a toda uma sociedade.
Ora, os sinais dados são péssimos, de Norte a Sul e de Este a Oeste e não há qualquer decoro quando se trata de atingir determinados fins.
Este post é apenas uma ironia crítica contra estas relações, que eu vi florescer, e contra os tiques controleiros e autoritários do "nosso" primeiro que eu já pude observar nestes mais de quatro anos de governação.
Não, Sócrates jamais chegará a um Chávez... até porque não lhe daremos tempo para isso.
Bem sei que há quem goste da política assim. Mas, para mim, e a continuar assim, vai continuar nojenta.
Aqui lhe deixo o enquadramento do post que não pretendeu ser mais do que isto. Estou certa que quem está mais habituado à minha escrita por certo o entendeu assim.
É por precisarmos urgentemente de democarcia em Portugal, de debater ideias, que lhe enviei outro e-mail. Leia por favor. Muito importante!
ResponderEliminarOk, Ricardo. Lá vou para a minha caixa de correio electrónico...
ResponderEliminarE 'mai nada'!
ResponderEliminarAssino por baixo, Anabela Maria!
Só nos faltava, mesmo, que esta cambada tivesse tempo de copiar mais esta!
Cara Anabela,
ResponderEliminarObrigado pelo esclarecimento. tenho no entanto alguns apontamentos..
obstinado e talvez não muito inteligente o nosso primeiro ministro é, agora daí a dizerem que tem tiques autoritários e controleiros acho que vai um bocadinho de exagero, no minimo...
E acho estranho não ver mais noutros candidatos...
Em relação a amigos e não amigos, este governo ainda teve relações com a China, convém lembrar. No entanto a Venezuela do Chavez não me conste que seja propriamente um Estado à margem da Lei Internacional.
Em relação a esse tipo de coisas, acho que Portugal já se comportou pior nos amigos que escolhia. Lembro o caso da Indonésia e da invasão do Afeganistão e do Iraque, só para citar alguns. Compreendo que haja urticaria em relação ao chavez, também não gosto dele, mas daí a condenar um primeiro ministro por estabelecer contactos económicos com esse país parece distorcido, no mínimo...
"a libertação de um terrorista, condenado a prisão perpétua, a troco de um contrato de fornecimento de petróleo."
está a falar exactamente de quê?
Não, não lhes daremos esse tempo, Em@!
ResponderEliminarOra viva, Mário, seja bem vindo a este blogue, mais uma vez.
ResponderEliminarPois o "nosso" primeiro tem mesmo tiques controleiros e autoritários.
Garanto-lhe que não fui eu que mandei a polícia xeretar e intimidar os sindicalistas professores, nas instalações dos seus sindicatos, em época de mega manifestações de professores.
Controleiro ele é e autoritário também... acha que foi por acaso que o programa do ps, para um hipotético governo, foi divulgado primeiro na sua página e só depois na do partido de que ele é líder?
Sócrates tem o ps refém da sua figura e o ps vai pagar caro este facto, é a minha convicção.
Quanto à pergunta que me faz estou, naturalmente, a falar de Abdelbaset al-Megrahi e da sua vergonhosa libertação e restituição à Líbia.
Mais uma para desacreditar o poder político que se enterra cada vez mais, a cada dia que passa... e não somos nós que temos culpa... é que eles encarregam-se de fazer tudo sozinhos!
Gostei que me respondesse. :)
Obrigada.
Anabela:
ResponderEliminarPara fechar já um dos assuntos, digo-lhe já que também condeno a libertação do Megrahi. No entanto, parece que existiam dúvidas crescentes se teria sido ele efectivamente o responsável ou se tinha sido pura e simplesmente um bode expiatório. De qualquer maneira, até reversão da pena, não tem lógica libertá-lo. Juridicamente, ou é culpado do crime ou não é.
Mas não percebo o que tem o Socas a ver com isso.
De resto comento o seguinte:
"Garanto-lhe que não fui eu que mandei a polícia xeretar e intimidar os sindicalistas professores, nas instalações dos seus sindicatos, em época de mega manifestações de professores."
E também não foi você que despediu o Charrua da DREN, presumo. No entanto acho que compreende que muitas vezes existe um excesso de zelo para agradar ao chefão. Porque se acha que foi o cavaco que mandou pessoalmente a polícia disparar sobre os manifestantes na altura do buzinão da ponte, então temos muito por onde discutir...
"acha que foi por acaso que o programa do ps, para um hipotético governo, foi divulgado primeiro na sua página e só depois na do partido de que ele é líder?"
Não sabia. Mas parece-me mais uma tontice típica do homem e um desacerto do PS do que um sinal de espírito autoritário. E se estiver preocupada em encontrar tiques autoritários com o mesmo espectro de análise apertado nos outros partidos, o mais provável é não sair de casa no dia das eleições. E se sair, não vai ser para pôr lá alguém pior, presumo...
Além disso, não sei se grande parte do PS, a ver o que vem aí, não se começa já a distanciar do sócrates para o deixar cair a seguir e para lhe passar à frente... Mas isto é só o que me parece.
Sinceramente, o homem não é o melhor primeiro ministro que já tivemos. A maioria absoluta toldou-lhe os sentidos e transformou-o de um putativo bom primeiro ministro num obstinado demagógico. Agora, acho que o Socas sem maioria ainda é o menos mau que pode acontecer a este país... Sim, porque com o Cavaco na presidência, a Manuela tem o caminho aberto para abrir guerra a Portugal inteiro sem que o Cavaco mexa uma palha..
Mas se há coisa que me indigna é a campanha orquestrada pelos media, dominados pela área política que bem sabe, para lhe esgravatar a vida pessoal e lançar duvidas sobre tudo o que ele fez e faz. Distorcem dados que são claros e absolutamente normais, e conspiram sobre todo e qualquer pormenor que, apesar de perfeitamente normal, possa sobre determinado ponto de vista parecer suspeito. Isto para não falar de comentários "anónimos" da Casa Civil da Presidência que criam uma ficção generalizada quando tudo estava explicado antes sequer de ter começado. E fica assim, a suspeição a pairar... Daqui a dois dias estão a acusá-lo de alimentar mal o gato para sugerir uma ligação obscura com um cemitério de animais domésticos. Por este motivo já deixei de comprar o Público, o jornal que lia há mais de dez anos, tal era a quantidade de "jornalismo" TVI que o assolava.
É que é possível criticar o Sócrates pelas posições políticas e pelas decisões tomadas, e apresentar melhores propostas e uma visão mais coerente para o país, que não passem por 3 ou 4 programas com um nome chamativo do tipo "plano técnológico", "plano hidrológico", etc.
Mas só o facto de ninguém tentar criar uma alternativa credível com propostas reais e concretas para o país, e deixar que o jornalismo" TVI acabe por descredibilizar a pessoa, é indicativo do que poderá vir aí. E cheira-me que não vai ser melhor...
Cumprimentos
Relativamente ao Abdelbaset al-Megrahi, se há dúvidas sobre a sua condenação, e elas são consistentes, repita-se o julgamento. Se não há alteração da pena o Megrahi devia apodrecer na cadeia sem a mínima hipótese de jamais experimentar a liberdade. Não me esqueço que aos que iam naquele avião não foi dada qualquer hipótese de escolha. Estamos de acordo, portanto.
ResponderEliminarContinuemos então a nossa argumentação, que é deveras estimulante.
Quer-me parecer que afinal são mais os pontos que nos unem do que os que nos afastam, isto em matéria de política, bem entendido!
É claro que eu não penso que foi Sócrates que deu a ordem, pessoalmente, no caso da polícia, no caso Charrua e afins. Também não acho que tenha sido Cavaco a dar a ordem de carregar sobre os manifestantes no célebre bloquio da ponte, mas considero-os responsáveis últimos porque os sinais dados por ambos, ao longo dos seus mandatos, foram no sentido do aumento dos tiques autoritários do sou eu que mando, sou eu que sei. O outro até nunca tinha dúvidas e nunca se enganava...
Claro está que há sempre uns subservientes que amam colocar-se de cócoras perante os seus líderes e passar-lhes graxa nos sapatos, doa a quem doer. A culpa deles é tolerarem tais sinais dados a uma sociedade, muitas vezes dados por gente absolutamente medíocre e nada fazerem para que estes exemplos não venham nunca mais a ser seguidos.
Neste ponto parece-me que somos capazes de estar de acordo.
Defacto também lhe dou um pouco de razão quando diz que a saída do programa no site do primeiro, primeiro, foi uma tontice. Também acho, mas acho também que foi um péssimo sinal de sobreposição do líder à estrutura, de que eu não gosto. O "nosso" primeiro só existe porque existe ps e não o contrário.
Penso que teremos acordo também por aqui...
Quanto a membros do ps,ou alinhados por esta batuta, se distanciarem deste mesmo ps e do seu líder... é um filme que eu já vi inúmeras vezes e voltei a ver com Pina Moura. É mais do mesmo. É o pressentimento de que se pode perder, a percepção da derrota que os faz encostar mais aqui ou ali. Basta ver a vergonhosa reacção dos militantes do ps perante a derrota nas europeias. Uma vergonha! Porque se acreditam mesmo naquilo então deveriam, especialmente na derrota, suportar o seu líder e não o fizeram, dando mais um péssimo exemplo à Nação de como não nos devemos comportar. É que dar palmadinhas nas costas quando se ganha é muito fácil e até pode trazer dividendos...
Um exemplo nojento, este.
E parece-me que estaremos igualmente de acordo.
Quanto à campanha orquestrada pelos media convenhamos que o "nosso" primeiro se pões bem a jeito! Nunca tal neblina vi sobre uma pessoa e em parte é ele próprio que a faz. Algum dia me passaria pela cabeça apresentar-me no meu local de trabalho como licenciada sem o ser? No meu vocabulário eu chamo a isso desonestidade. Portanto ele põe-se a jeito. É a minha opinião, claro está. Poderemos chegar a acordo?
Também não leio o público e estou longe de gostar do estilo de notícias da TVI.
Quanto ao resto nem poderíamos estar mais de acordo. É que, infelizmente,também eu estou muito cáptica relativamente a melhorias num futuro próximo.
Cumprimentos
O início do post do Sr. Mário André foi infeliz. Felizmente respondeste-lhe, dialogaram e afinal o que vos separa, ao nível da opinião política, não é assim tão controversa.
ResponderEliminarÉ preciso perceber a ironia contida na expressão "política nojenta", que aliás, subscrevo.
Bjs Anabela
Foi, não vou dizer que não acho. Mas também te digo que para quem cai de chofre num post destes e não conhece o meu pensamento e a minha escrita, irónica de carago, é capaz de se pôr a pensar "Mas por que raio esta gaja está para aqui armada em carapau de corrida?"
ResponderEliminarAssim sendo, entendemo-nos. Fico contente quando assim é... e já sabes que eu gosto duma boa conversinha. A sério e a disparatar, que há lugar para os dois tipos na nossa vida, não é assim?
Assim é, amiga!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA mensagem anterior foi por mim eliminada porque ao fazer a correcção de um erro voltei a cometer outro... arre!
ResponderEliminarÉ claro que queria ter escrito céptica, no comentário anterior.