sábado, 29 de agosto de 2009
Enigma
Honfleur - Normandia - França
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Enigma
O meu enigma de hoje prende-se com a França e com a minha completa perplexidade por ainda não ter conseguido encontrar Quarteiras ou Benidorms, ou mesmo Póvoas do Varzim, na costa francesa. Bem sei que ainda não a percorri toda, faltando-me toda a costa Sul, mas quanto ao resto está bastante bem calcorreado e ainda não consegui descortinar nada que se assemelhe a tais estâncias balneares. Já fiz inúmeras incursões na costa Sudoeste de França e praticamente toda a costa Norte foi investigada. Fora as grandes cidades costeiras, que são grandes cidades e se comportam como tal, as estâncias balneares dos franceses têm um charme que nos remete para os tempos áureos da Granja, de Espinho, de Albufeira quando aquilo Era.
Será que eles não têm especulação imobiliária que justifique, pela ganância, o espatifar do "Velho" para construir o "Novo"?
Confesso que ia com bastante expectativa relativamente à costa próximo de Paris, mas o que encontrei foi mais do mesmo, ou seja, povoações bem conservadas apesar de super "habitadas" de Verão.
Porque ainda poderia pensar que tal se deveria ao relativo abandono, sei lá, ao facto destas povoações não estarem na moda! Mas não! Há gente por todo o lado, saboreando, presumo eu, uma arquitectura que vem detrás, mas que resistiu a essa mesma passagem do tempo.
E isto para mim constitui um enigma.
A fotografia que escolhi para ilustrar este post foi tirada em Honfleur, cidade plantada na foz do rio Sena e situada "pertíssimo" de Paris. As casas de cinco ou seis andares rodeiam o Vieux Bassin a abarrotar de veleiros. A turistada movimenta-se aos magotes, mas o ambiente é calmo e descontraído, e eu volto a olhar para o perfil daquelas casas alinhadas ao longo do porto e fico perplexa por não encontrar nada fora do sítio. Não se arrasou tudo para se fazer resorts com piscinas e muito menos para construir prédios de appartements de vinte andares para alugar ao centímetro quadrado.
Dou o exemplo de Honfleur. Mas podia dar muitos outros, assim e assado, porque nem sempre as povoações têm este aspecto e por vezes as casas e casitas individuais vão mesmo até ao mar.
E esta costa, extensíssima, belíssima apesar de Agosto, levanta-me uma questão/enigma.
Como é que os franceses conseguem ser assim?
Boa noite, Anabela!
ResponderEliminarNão costumo comentar no Blog da colega, mas fiquei curioso por saber quais as dúvidas da Anabela.
Confesso, que estranho não encontrar a(s) razão(ões) para essa(s) dúvida(s).
Eu desbravo o caminho, com três perguntas:
- Saberá certamente, qual é a temperatura da água nessas paragens?
- E também saberá, qual é a temperatura média do ar e o tipo de clima que lá encontra, num qualquer dia de Verão?
- Porque será, que essas localidades que referiu (Albufeira, Benidorm), acrescentando-lhe as praias italianas e do Sul de França (também!), estão pejadas de turistas franceses, ingleses, alemães e nórdicos e até (muitos!) portugueses?
Cara Anabela: aceito, que não goste de confusões e de orlas costeiras desordenadas, mas que não compreenda as razões ...
Posso perguntar-lhe, para terminar, o seguinte:
Porque é que a cidade de Nova Iorque, tem quase 15 milhões de habitantes e, Freixo de Espada à Cinta tem para aí 2 mil?
Eu sou dos que preferem Nova Iorque. São gostos.
É verdade, Anabela.
ResponderEliminarAcho que, se calhar, se explica pelo modelo sociológico do crecimento espanhol e português nos anos 60, quando tudo isso começa, e do tipo de turismo que por cá se fazia, também. Ou então... não sei!
Beijinho e bom ano lectivo
Teresa
Olá Rui, seja bem vindo a esta minha casa.
ResponderEliminarEm primeiro lugar o meu post é uma provocação irónica. E é um desafio à participação dos meus leitores.
É evidente que eu sei que o clima na costa Norte não proporciona as horas de Sol que existem nas praias do Sul.
Mas no Norte também há Verão e temperaturas perto e mesmo acima dos trinta graus. Terá sido coincidência em três anos seguidos que fui para estas paragens?
Quanto à temperatura da água do mar já a experimentei, por diversas vezes em várias localidades e, garanto-lhe, não me deixou os ossos a doer como a água gélida de Moledo.
De facto não gosto de orlas costeiras desordenadas. Aliás odeio-as, e não me fico só pelas orlas costeiras e entro também pelos interiores desordenados.
Estou mesmo convencida que os países que enveredaram globalmente por estas políticas especulativas do lucro fácil associado à construção desenfreada pagarão uma factura bem alta no futuro.
De resto o exemplo apresentado na fotografia, da cidade de Honfleur, tinha gente aos molhos, a rodos, passeando-se por aquele porto, nas embarcações e nas inúmeras esplanadas. Não é uma questão de número ou de quantidade. É antes uma questão de qualidade.
Quanto a essas praias de Benidorm e da Quarteira estarem pejadas de turistas tem a ver com uma questão que por certo também sabe - têm preços de uva mijona com Sol garantido pela certa.
Por acaso referi duas cidades do Sul, mas olhe que foi um mero acaso.
A Póvoa do Varzim, onde eu fazia praia na infância, ou Espinho, que eu conheci igualmente bem, são dois exemplos aqui no Norte, não têm o clima do Sul, a temperatura da água é muitas vezes francamente desagradável e estão tão espatifadas como as supracitadas.
E como vê continua a não ser uma questão de número. Estive em Freixo de Espada à Cinta o Verão passado e asseguro-lhe que por lá se assiste ao mesmo espatifanço, numa outra escala, como é óbvio, de Amarante, Espinho, Albufeira ou Benidorm. E como tal eu também prefiro Nova Iorque até porque eu amo a boa arquitectura e a cidade tem arquitectura boa como o raio que a parta! (Que é o mesmo que dizer que tem arquitectura boa de carago!)
Também se explicará por aí, Teresa.
ResponderEliminarO país deles é mais "sustentado", e globalmente não têm comportamentos de novos ricos.
Curiosamente, ou talvez não, e é mais uma provocação, o parque automóvel deles pareceu-me mais fraquito que o nosso...
Rui
ResponderEliminarAcabei de acrescentar Póvoa do Varzim aos exemplos já citados porque não desvirtua o sentido. Assim ficam três exemplos lamentáveis do que se não deve fazer por um país, neste caso dois países, um deles, a Póvoa, com um clima absolutamente imprevisível e quantas vezes lamentável para quem se quer esparramar na areia, ao Sol.
Obrigada pela colaboração enriquecedora.
Adoro trocar ideias civilizadamente. Abraço :)
Ai como eu te percebo bem!
ResponderEliminarDeram cabo do Barlavento e caminham a passos largos para fazer o mesmo ao Sotavento.É a vitória do betão armado e dos patos-bravos contra a Natureza.E cada vez temos menos areal, caem arribas, morre gente,nascem que nem cogumelos campos de golfe que bebem ua que faz e fará falta...enfim!
Rui(zinho) eu também gosto de NY, mas o problema não está aí.
Pois não, Em@. O problema está para além daí.
ResponderEliminarObrigado pelo esclarecimento e agradecimento, Anabela.
ResponderEliminarPeço desculpa, não me ter despedido no meu último comentário. Imperdoável ...
Estou vendo que a Dª Em@ :), também gosta de sítios bonitos e com gente boa dentro (este ...).
Cuidado, Anabela ... É uma malandra de primeira! :)
De facto, a Anabela referiu um facto interessante, que só reforça o meu pensamento. Ilustro-o com um exemplo:
Porque será, que os nossos amigos emigrantes se "pavoneiam" com boas máquinas e casas "medonhas" e os seus acolhedores gauleses, têm automóveis normalíssimos e se contentam em viver na maior simplicidade imobiliária?
Passa-se o mesmo com os nossos vizinhos. Aí, tenho conhecimento de causa.
Realmente, o problema ultrapassa-nos ... Mas conhecemo-lo, não é?
Um abraço e parabéns pelo seu espaço.
Obrigada pelas suas palavras, gentis, relativamente a este blogue e à dona dele. :):):)
ResponderEliminarQuanto à Em@... é o diacho duma loira rabina! Que por acaso tem muitas afinidades comigo... kakakakaka...
Quanto ao portuga, para além de não ter, no geral, o poder económico dos gauleses, sofre, no geral, de "pobreza de espírito crónica"!
Este é um dos factores que explica estes comportamentos de pato bravo. Este e mais a corrupção desenfreada num país que perdeu toda a vergonha e decoro.
Poder económico e poder político de mãos dadas num baile que nos lixa a vida e o país de Norte a Sul e de Este a Oeste!
Obrigada! Volte sempre. Foi um prazer trocar ideias consigo.
Abraço
RuiV.:
ResponderEliminarAprendi o caminho para a casa da Anabela no Profavaliação. Até já agradeci ao Ramiro e tudo.Sinto-me aqui muito bem e tu também te irás sentir de certezinha absoluta.Garagalhamos muito, partilhamos e fazemos as "nossas-noites-da-má-lingua", mas só contra os inimigos públicos de costume.
Anabela Maria, faxavor de dizer que eu sou uma loira com 2 neurónios...ontem gritaste por socorro e ainda pensam que eu só tenho um ehehehe.
Kakakakaka... não, minha querida, os teus neurónios estão quase todos no sítio! Quase porque às vezes dá jeito ter uns aos pinotes... não dá? Kakakakaka...
ResponderEliminarThanks pelas tuas palavras... prontus... babei...
Esqueci-em só de referir o seuinte:
ResponderEliminar"Quem nasce lagartixa nunca chega a jacaré", não é?
Ora só com muiiiiita Educação é que conseguiremos arrumar com o vírus do "pato-bravismo"...
Não é *garagalhamos*! É gargalhamos! Fóoooooooooooooonix!
ResponderEliminarDá jeito, pois dá! Eu cá quero uns neurónios amalucados eheheh
É. E partilho contigo essa esperança na Educação... mas eis que todos os dias a nata dos nossos políticos e a nata do poder económico dá-nos a todos exemplos absolutamente inacreditáveis de como não devemos ser...
ResponderEliminarComo se pode proteger disto quem só exercita os neurónios numa pimbalhada, num futebol, numas cervejolas e vinhaça, numas gajas e nuns gajos?
Educação pelo exemplo é o que eu defendo. E o exemplo deve ser, o mais possível, inatacável!
Pois me too! Kakakakaka
ResponderEliminarRui V.
ResponderEliminarNão tens uma porta, que dá para uma arrecadação esconsa, ao lado da sanita? Assim para guardar uns dossiês com documentos?Daqueles que só gente muiiiiiiiiiito importante da 'Naçãoe' tem? eheheheh
É só copiar o exemplo de sua exª. o Dr Dias Loureiro, ex-conselheiro de Estado e coisa e tal.
Gente nogenta!
Anabela Maria, onde páram as nossas companheiras e companheiros de tertúlia?
Bora lá exercer o nosso poder/direito de crítica.
Deve estar tudo a queimar os últimos cartuchos!
ResponderEliminarE lá vamos nós recomeçar!
Sabes o que eu não compreendo, Em@? E isto também é um enigma... por que raio ele não tinha o esconderijo dentro da sanita?!
ResponderEliminarInventei uma palavra nova! Não gostaste? 'Nogenta' ehehehe
ResponderEliminarSabes porque o esconderijo não era na sanita? Porque tinha medo que o esgoto levasse os documentos até alguma praia com jornalistas ehehehe
Sim,,, mas por outro lado a m... fica bem entre a m...
ResponderEliminarNão asneirem!!!!
ResponderEliminarXi!
Kakakakaka... falta aqui o Clapinho para isto descambar verdadeiramente!
ResponderEliminarTenho saudades das intervenções do Clapinho!
ResponderEliminarMe too. E nem sei se ele foi de férias se o que fez...
ResponderEliminarTenho de o chamar... Clapiiinho... apresente-se neste blogue sff!