Tâmega - Biosfera - RTP2

Tâmega - Formão - 5-09-09 - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Tâmega - Biosfera - RTP2

É caso para dizer que "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura!"

E é caso para dizer que muito graças à acção desenvolvida por diversos bloggers nacionais, a quem aproveito para agradecer, que nos respectivos blogues não se cansam de denunciar a situação dramática vivida aqui mesmo na região do Tâmega, a "barragem de silêncio", a que parecia condenado o crime ambiental que por aqui se perpetua há anos com a conivência de todas as entidades com responsabilidades nesta área, parece hoje definitivamente rompida e, de facto, o "Tâmega Moribundo" tem hoje mais visibilidade nacional do que nunca.

Assim, estou em condições de anunciar, e divulgar, que amanhã será a vez da jornalista Sílvia Camarinha se deslocar às margens conspurcadas e podres do Tâmega, onde gravará parte das imagens que posteriormente passarão no programa "Biosfera", na RTP2.
De novo serão entrevistados o Engº João Branco, da Quercus e o Drº Emanuel Queirós, em representação do Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega que, por certo, dirão tudo o que há para dizer, mais uma vez, uma e outra vez, até que algo se mova por aqui pelo rectângulo.
Infelizmente não poderei estar presente, já que é um dos dias mais complicados em termos de Escola, mas aproveito este post para aqui deixar o convite extensivo aos amarantinos em geral, pois o assunto diz respeito a todos e a cada um de nós, assim saibamos exercer uma Cidadania Responsável.

E aqui deixo um pequeno texto do meu irmão, pessoa que acompanha a problemática do Tâmega desde sempre.

"Desde a segunda metade da década de 1980 quando começou esta saga no Tâmega – que agora se repercute de forma madrasta sobre o nosso ambiente e os nossos recursos vitais, de forma indelével e inexorável – acompanho com inconformismo a agonia do rio e a representação distanciada, inane e aleatória dos nossos governantes, sobre as problemáticas que a sociedade vem reflectindo nas suas margens e nas águas. São os casos do Ministério do Ambiente, do Instituto da Água (Autoridade Nacional da Água), da ex-Direcção Regional do Ambiente/Administração Regional Hidrográfica do Norte, e da Câmara Muncipal de Amarante, que se alhearam do necessário cumprimento do quadro legal - nacional e comunitário - em vigor

No contexto actual, patente no estado de putrefacção que o Tâmega regista e ante o libelo que a decisão carrasca da artificialização da bacia do Tâmega sobre ele e sobre nós arrasta com o famigerado «Programa Nacional de Barragens» - perfeita e refinada patranha nacional - tal como no passado em que corria livre, o rio é a imagem actual do nosso colectivo, resultante da acção directa dos diversos públicos e actores."

José Emanuel Queirós