Declaração de Cedência

Tâmega - Formão - 29-09-09 - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Declaração de Cedência

Muito embora eu não goste das lógicas que movem as máquinas partidárias, sejam elas de clubes desportivos, de igrejas ou de partidos políticos propriamente ditos, passo bem por cima de tudo isto quando altos valores me invadem a vida.
Um deles é, sem dúvida, a defesa do rio Tâmega, que já se assemelha a cruzada.
Assim, e embora não goste da máquina partidária, qualquer que ela seja, declaro aqui, publicamente, que cedo o uso de todas as fotografias por mim tiradas ao Tâmega, de forma graciosa, a qualquer partido que queira agarrar este touro pelos cornos.
Confesso que considero o partido socialista o ideal para encabeçar esta cruzada, uma vez que foi o partido mais votado nas eleições legislativas, uma vez que é governo local para aí há dezoito anos, uma vez que, provavelmente, ganhará de novo as autárquicas, e uma vez que já está intimamente ligado a um historial de corninhos.
No entanto, e volto a frisar, as fotografias estão disponíveis para todos. E acrescento que para todas as associações, movimentos, colectividades e para todos os particulares também.
Lutem pelo Tâmega. O Tâmega agradece. Porque é um bem mais precioso do que a politiquice local.

A fotografia que uso para ilustrar este post é, provavelmente, uma das mais belas que tirei às águas do Tâmega e não me canso de olhar para ela e pensar nos muitos quadros impressionistas que já me foi dado observar por esse mundo fora.
A água está pastosa das cianobactérias ou algas azuis e os reflexos da vegetação sobre a sua superfície provocam, por vezes, este efeito de pequena impressão, de pequena pincelada de cor, que tem como resultado final um Tâmega Impressionista.
E que impressão ele causa! Impossível deixar alguém indiferente. Alguém minimamente escorreito, claro está!

É certo que a fotografia é bela. Mas é igualmente certo que a fotografia é trágica.