segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Será Fado?

Será fado?

"Estamos perdidos há muito tempo...
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por una direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: "O país está perdido!"
Algum opositor do actual governo?...
NÃO!"

Eça de Queirós in "As Farpas"

Daqui.

4 comentários:

  1. Este comentário não tem que ver com nenhum dos posts que colocou.
    É antes uma obrigação moral de lhe perguntar se já recuperou do abalo(?) que passou.
    Tem formação suficiente e todos nós algures passamos por momentos...enfim!
    Não veja nisto qualquer lampejo de paternalismo...não tenho jeito para tal...e nem me atreveria.
    Oxalá esteja tudo bem....e VEM AÍ O NATAL!
    Sabe que sendo um ateu...o NATAL toca-me de modo muito especial?

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  2. OLá Hélio!
    Antes de mais, obrigada pelo seu cuidado.
    O "abalo" derivou da tomada de consciência de que aqui ou ali poderia ter mesmo metido o pé na poça. E se há coisa que eu detesto é meter o pé na poça.
    Tenho-me como pessoa bastante cuidadosa, especialmente no que diz respeito aos miúdos.
    Sei, pela minha prática lectiva, o efeito extraordinário na sua auto-estima decorrente do facto de publicar, de quando em vez, a verdade e nada mais do que isso. Por vezes também publico "puxões de orelha", se eles precisam.
    A minha relação com eles é bastante especial e eu trabalho muito esta vertente que transparece neste blogue aqui e ali. Ao mesmo tempo sou bastante exigente com eles e marco-lhes o passo com uma rede de malha bastante fina. :)
    As fotografias em causa, francamente, não deixavam reconhecer quem quer que fosse, do meu ponto de vista. Mas... mais vale prevenir do que remediar...
    Tudo isto para lhe dizer que serei ainda mais cuidadosa daqui para o futuro. É que não custa nada, muito embora se perca alguma contextualização e especificação.
    De resto "quem anda à chuva molha-se", já diz o povo.
    Tenho perfeita consciência de quanto mais exposição tiver o meu trabalho mais sujeita estarei também a "chatices". Já não é a primeira vez que as tenho, desde que abri o blogue. E já não é a primeira vez que os meus alunos ou ex-alunos se agigantam em defesa da "sua" professora. Fico sempre sensibilizada com esta situação.
    E agora, cá para nós que ninguém nos ouve, muito embora nem tenha procurado saber se há de facto algum miúdo com pai de nome G, ou se tal é absolutamente falso e inventado, é minha convicção íntima de que o G corresponde a alguém exterior. :)
    Continuemos, pois, que a luta continua.
    Ah! E quanto ao Natal... subscrevo...

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  3. Não é que eu desconfiava que esse tal G fosse alguém exterior. Mas teve uma vantagem. Fez-nos passar um bom momento de trocas e baldrocas que nos divertiram. Teve esse mérito. E, por issso, agarremo-nos às coisas boas.

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  4. É verdade, Raul!
    E sabes que hoje tive a dita turma das fotografias de costas.
    Uma aluna abordou-me no final da aula, a dar-me conta de que se apercebeu da retirada das fotografias, a lamentar o facto e mostrou-se incrédula perante a situação.
    Expliquei-lhe que é mesmo convicção minha que o G não é pai de qualquer dos meus alunos, presentes ou mesmo passados.
    Enfim!
    Mas valeu como alerta para sermos todos ainda mais cuidadosos!
    Beijinho

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