segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Luta Continua



A Luta Continua

4 comentários:

  1. Bom dia Anabela -- e boa semana de luta!
    Bento xvi afirmou hoje que o respeito pela beleza da criação é fundamental para o bem comum. (Isto a propósito da cimeira a resolver ou a tentar (será tarde demais?) resolver o problema do aquecimento global.
    Hoje em Moscovo 10 graus centígrados como já há 111 anos não havia a ameaçarem fauna e flora. Os limpadores de neve nada têm que fazer.
    Já antes na FAO afirmara o papa ser a água pura e o pão um direito universal a inscrever urgentemente na carta dos sagrados Direitos do Homem e a aceitar tacitamente por todo e qualquer governo do planeta da fome.
    Quando agora vejo ampliados os 2 excertos de jornal que aqui dás coro de vergonha da insensatez de quem só pensa «arrecadar lucro inteiro» (poema de Manuel da Fonseca que ontem te citei...)

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  2. O miolo do pão:
    Bem se afadigam lavradores a sol escaldante
    lançando na rasgada terra mínimas sementes.
    Bem se dão incansáveis ceifeiras,
    com golpes certos, à seara.
    Malha-se na eira,
    destrinçando na palha loiras espigas
    e nas loiras espigas precioso grão.
    Mós remoem o que será terna farinha.
    Afanam-se aclarando a noite empoados padeiros:
    Amassadas, a forno levam fornadas e fornadas.
    Inquietam-se motoristas, e ajudantes:
    Em carrinhas brancas trazem bênção à alta antemanhã.
    Cuidam comerciantes em abrir portas
    pra darem a dinheiro desejado pão.
    Cristãos rezamos aO Pai para o pão quotidiano nos prover,
    porém no planeta da fome produz-se armamento e falta o bem pedido.
    Homem com boa vontade, olha para o pão.
    Quando o partires, julgues tu que ninguém ouve, diz obrigado.
    Talvez por sorte um coração magoado multiplique por mil o cereal grão
    até aos irmãos desesperados,
    recôndita alegria.
    (Sonhadas Palavras)

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  3. Da Última Grande Ode:
    ‘Se O omitirem,
    as pedras e os menino O gritarão,
    loucura para o mundo,
    sabedoria para os simples,
    única medida…’
    Ser-vos-á servida quantidade acubulada, a transbordar:
    Fará com que vos senteis à mesa, preparará refeição,
    e vos atenderá, caso estejais vigilantes, dias, noites, cingidos
    rins, vestidos com rigorosíssimo traje, e compunção.
    ‘O sol se deu resplendendo,
    as boas e as más horas,
    igual pra justos e injustos.’
    Não criastes, artistas, filósofos, economistas,
    estudiosos da praxis, sociólogos, um mundo ao avesso,
    sufocados p’la vossa absoluta cultura,
    com o Sim e o Não a equivalerem-se?
    Que é daqueles que tratastes de somenos?
    ‘Um Brot, um Brot, um Brot!’ ‘De profundis clamavi!’
    Donde esse vosso estranhamento perante a morte,
    outro tempo, natural como respirar.
    Pedi que a Hora não vos interrompa em meia viagem.
    Alcance-se do Amigo Único A Antiga Palavra:
    ‘Venenos, espancamentos, pestes, serpentes não temereis…’
    (Sonhadas Palavras)

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  4. Fecha-se o livro, solta-se louvor:
    Cheio é o Orbe das Tuas maravilhas,
    Santo, Imenso e Bom Senhor.
    Criaturas aladas, levai meu ai.
    Névoas, neblinas, regatos, ribeiras,
    anjos, e meninos, bendizei.
    Mártires d’amor, cantai.
    Poetas, aedos, bailarins expressem
    minuciosas belezas inumeráveis.
    Seja desmesuradamente prolongado
    o saltério aOs Celestes Prodígios.
    Arquitectos, artistas, dramaturgos, cinéfilos,
    informáticos, jornalistas Te proclamem.
    Urzes, giestas, estevas, tílias, margaridas, lilases,
    fremi a única alegria.
    Aragens, brisas, fogueiras anunciem O Pleno.
    Relâmpagos, raios, tempestades, gritai.
    Répteis, peixes, batráquios, fugitivos animais, louvai.
    Luz matinal, aclama O Que Em Ti.
    Pedras, terras, orlas, explodi um canto novo.
    Flores, verduras e florestas, mares e nuvens, esplendei.
    Luzeiros, astros, sóis, estrelas, clareiras e galáxias, ecoai.
    Abscôndito, em Teu Nome houvemos força.
    Onde haja torpor nos fira incólume Teu sorriso.
    A que resulte, para o peregrino, renascido amor.
    A que não esqueça Lázaro:
    Tenha abertas as portas da choupana.
    Filho de David, reencontra as reses desgarradas.
    Traz a teu redil quantos Te magoam.
    Teu entranhado Enlevo seja comum bênção.
    Como algodão hidrófilo, Teu jugo;
    pacientíssima, até aos fins,
    Tua expectativa quanto a cada um.
    Entreguemos na raiz da Cruz tribulações:
    Provê, a todos, o melhor bem:
    A rodos derrames consolação.
    P’los agradabilíssimos Átrios,
    Te elevemos diferente Louvor.
    Bebamos Vaso Pleno.
    AjudasTe-nos quando o Egipto sofremos;
    saciasTe-nos com A Terra Prometida.
    EndireitasTe-nos os molestos ossos;
    guardasTe-nos
    nO Coração
    mais Coração
    dO Coração.

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