Partilha

Partilha

Quando cheguei à E.B. 2/3 de Amarante, vinda directamente da ESA, fui informada que integraria a equipa do PTE lá da Escola, uma vez que a direcção achou que a minha integração nesta equipa poderia ser uma mais valia para a mesma, o que muito me honrou e faço por não desmerecer.
Depois de umas sondagens sobre se teria clientela entre os meus pares para umas sessões de PowerPoint, páginas web e blogues, matérias em que me desenrasco com relativa facilidade, deitei pés ao caminho e espetei lá no placard da sala de professores a minha disponibilidade para ensinar o pouco que sei.
Não sou de informática, tenho plena consciência de que os meus conhecimentos nesta área são muito limitados, mas a verdade é que estou num patamar mais elevado face a quem não sabe ligar o computador, a quem tem dificuldade em trabalhar com o word, a quem nunca realizou um PowerPoint, uma página web ou um blogue e mistura tudo tudo sem saber distinguir cada uma destas coisas numa baralhação sem fim.
Aos meus pares, agora pupilos, deixo-os logo à vontade. "Vais fazer!" era o que me dizia o Helder Barros e eu fazia, pois que remédio! Ora estes aprendizes terão de o fazer também, sob pena de não aprenderem nadinha. Por isso lanço-os às feras, que é o mesmo que dizer aos computadores. "Queres aprender a fazer um blogue? Então vais já abrir um." "Queres fazer um PowerPoint? Então vais fazer." As teorias são poucas, alguns princípios básicos sobre o conceito da coisa e à medida que as dificuldades vão surgindo vão sendo superadas com a minha ajuda.
"Como se introduz uma imagem no PowerPoint? Como se move para outro sítio? Como se diminui ou aumenta?" são questões que já não se colocam para nós, que executamos estes gestos mecanicamente, mas que, para quem começa, podem ser um bicho de sete cabeças.
Espero partilhar os meus conhecimentos de forma produtiva. Para isso concebi sessões individualizadas e personalizadas, como lhes gosto de chamar. Nada de turmas vastas. Um ou dois elementos por sessão, sessões combinadas entre as partes, a funcionar aqui ou ali, desde que com computadores à frente de cada "formando", com a duração que queiram, que eu estou inteiramente aos dispor no meio dos aprendizes.
Aprende-se fazendo. É assim que se percorre o caminho e o meu também não fugiu a esta regra. E aprende-se com os outros, com quem sabe mais do que nós. A seguir temos o dever de partilhar esta informação e de a espalhar, cada dia mais e mais, numa ramificação sem fim. Continuo a acreditar na partilha. Defendo-a com unhas e dentes, contra ventos e marés. E, acima de tudo, pratico-a da única forma que sei e que é praticando.
E eu já fui uma totó no que a computadores diz respeito. Costumo contar a história, que aqui deixarei registada já de seguida, depois de afirmar "Sou uma absolutamente igual a vós". Já a deixei registada neste blogue, lá mais atrás no tempo e hoje recordo-a com um enorme sorriso e até gargalhadas de verdadeiro deliciamento. Há poucos anos atrás, estando eu a trabalhar com um rato sem fios, assisti à morte do dito. Abana daqui, abana dacolá e nada, o rato não ressuscitava. Socorro filha minha e lanço-lhe um lancinante e já angustiado pedido de ajuda que se traduziu em "J, o rato avariou!"
Claro está que me sujeitei à ironia misturada com gozo pegado de receber em troca um "Mãe, e se lhe mudasses as pilhas?!"