Contra os Mega Giga Enormes
Professores do Norte "engrossam" protesto contra mega agrupamentos
Dezenas de representantes de órgãos de gestão de escolas participaram hoje, no Porto, numa reunião promovida pelo Sindicato dos Professores do Norte (SPN) destinada a fazer "engrossar" o movimento de protesto contra a reorganização da rede escolar.
"Este movimento de contestação tem de ser ampliado e cada um na sua escola deve fazer a sua parte", sustentou a coordenadora do SPN, Manuela Mendonça. A dirigente sindical criticou a forma "atabalhoada" como está a decorrer o processo de reorganização da rede escolar, frisando que o sindicato, filiado da Fenprof, não deixará de manifestar a sua oposição e de resistir a "esta tontaria completa" de organizar a rede em mega agrupamentos. "Não o farão com a nossa conivência", frisou Manuela Mendonça. A dirigente considerou ainda que "não se vislumbra qualquer razão de ordem pedagógica para uma reestruturação da rede desta natureza, que inevitavelmente criará uma grande instabilidade nas escolas e constrangimentos acrescidos ao seu funcionamento". Sustentou também não estar em causa a necessidade de racionalizar meios, mas defendeu que "nas escolas devem prevalecer critérios de natureza pedagógica sobre quaisquer outros e a planificação da rede deve ter em vista a imprescindível humanização dos espaços escolares". Na reunião foram apontados vários exemplos "desta reestruturação". Segundo Manuela Mendonça em Celorico de Basto será constituído um único agrupamento de escolas (AE) que resulta da fusão dos três atualmente existentes (Celorico, Gandarela e Mota-Fervença), e em Bragança está prevista a fusão do AE de Izeda com a Escola Secundária Abade Baçal, que distam, entre si, 40 quilómetros. No Porto, os dirigentes do sindicato apontaram o caso da junção da Escola Secundária António Nobre com o AE da Areosa, que é um TEIP (Território Educativo de Intervenção Prioritária). "Fundem escolas com identidades distintas, juntam milhares de alunos, centenas de professores, realidades sociais e económicas completamente diferentes, quando deviam preocupar-se com a humanização e com o reforço do sentimento de pertença à comunidade", frisou Manuela Mendonça. Segundo frisou, "o Governo não tem o direito de provocar esta instabilidade nas escolas, sobretudo num período particularmente complexo de final de ano escolar e preparação do arranque de um novo". A ministra da Educação, Isabel Alçada, anunciou no final de maio que vão ser encerradas cerca de 500 escolas do 1º Ciclo com menos de 21 alunos, estando, no entanto, em curso negociações com as autarquias para analisar caso a caso.
Daqui.
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