quinta-feira, 8 de julho de 2010

Feriado Municipal


Outono de 2007 - Amarante - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Feriado Municipal

Hoje comemora-se o feriado municipal que eu preferia não comemorar. Porque "ontem" nasci numa vila excepcional e importante e hoje habito numa cidade banal e insignificante, no contexto nacional.
Este feriado não me diz nada e sempre fui crítica da "elevação" da minha vila a cidade. E, confesso, se eu fosse Amarante, preferia ser uma excelente vila a uma cidade qualquer.
A vila onde cresci tinha um potencial enorme para se tornar uma pequena jóia portuguesa, com o seu casario colorido, debruçado sobre as águas frescas do Tâmega, com um não sei quê de burguês italiano, único neste país. Literalmente rodeada de verde, concentrava em si, no seu núcleo, a vida, vida feita de aproximações, aconchegos e histórias de vizinhos.
A cidade onde habito definha a olhos vistos, económica e socialmente, e o seu miolo está moribundo, num retrocesso sem par, parece que sem possibilidade de inversão.
E por isso, mais uma vez, não estou para comemorações.
Decididamente, hoje não estou para bombos.

3 comentários:

  1. Foi a fotografia que vi miniaturizada no informaticahb que me chamou a este teu post. É de 2007, tua, e estamos conversados. Aí, como aqui, em que, por um tal dia, mas dos de Setembro, se comemora, não sei de morte se de nascimento, um tal de Manuel Maria Barbosa du Bocage, que pese embora desdém de um Torga, aquando por aqui passou e em Diário registo nos legou, foi o primeiro poeta português de que ouvi nome, a lareira dos Cerejais de minha mãe, por boca de avô Manuel Inácio (Ochoa)por ser... o das anedotas. Não seremos nós, Anabela, nestes tempos malsãos, outra anedota?
    Porca miséria, clamamos nós, hoje, não sabemos bem porquê mais italianos ou castelhanos do que portugueses. Deixo-te com mágoa, e com o «pivete» de que agora não falas... MAS QUE CHEGA ATÉ AQUI!
    Cidade, linda cidade, Amar-a-ante, com raiva nojo A AMAR!...

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  2. Foi a fotografia que vi miniaturizada no informaticahb que me chamou a este teu post. É de 2007, tua, e estamos conversados. Aí, como aqui, em que, por um tal dia, mas dos de Setembro, se comemora, não sei de morte se de nascimento, um tal de Manuel Maria Barbosa du Bocage, que pese embora desdém de um Torga, aquando por aqui passou e em Diário registo nos legou, foi o primeiro poeta português de que ouvi nome, a lareira dos Cerejais de minha mãe, por boca de avô Manuel Inácio (Ochoa) por ser... o das anedotas. Não seremos nós, Anabela, nestes tempos malsãos, outra anedota?
    Porca miséria, clamamos nós, hoje, não sabemos bem porquê mais italianos ou castelhanos do que portugueses. Deixo-te com mágoa, e com o «pivete» de que agora não falas... MAS QUE CHEGA ATÉ AQUI!
    Cidade, linda cidade, Amar-a-ante, com raiva nojo A AMAR!...

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  3. Por aqui tem estado um braseiro e é ver as janelas escancaradas de par em par durante toda a noite. Esta noite acordei com o pivete. Inacreditável!
    Apesar dele, a vida continua por aqui.
    Beijinho, Ângelo!

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