sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Palavra a Paulo Nozolino



A Palavra a Paulo Nozolino

PAULO NOZOLINO DEVOLVE PRÉMIO AICA/MC

COMUNICADO

Recuso na sua totalidade o Prémio AICA/MC 2009 em repúdio pelo comportamento obsceno e de má fé que caracteriza a actuação do Estado português na efectiva atribuição do valor monetário do mesmo. O Estado, representado na figura do Ministério da Cultura (DGARTES), em vez de premiar um artista reconhecido por um júri idóneo pune-o! Ao abrigo de “um parecer” obscuro do Ministério das Finanças, todos os prémios de teor literário, artístico e científico não sujeitos a concurso são taxados em 10% em sede de IRS, ao contrário do que acontece com todos os prémios do mesmo cariz abertos a candidaturas.
A saber: Quem concorre para ganhar um prémio está isento de impostos pelo Código de IRS. Quem, sem pedir, é premiado tem que dividir o seu valor com o Estado!Na cerimónia de atribuição do Prémio foi-me entregue um envelope não com o esperado cheque de dez mil euros, como anunciado publicamente, mas sim com uma promessa de transferência bancária dessa mesma soma, assinada por Jorge Barreto Xavier, Director Geral das Artes. No dia seguinte, depois do espectáculo, das luzes e do social, recebo um e-mail exigindo-me que fornecesse, para que essa transferência fosse efectuada, certidões actualizadas da minha situação contributiva e tributária, bem como o preenchimento de uma nota de honorários, onde me aplicam a mencionada taxa de 10%, cuja existência é justificada pelo Director Geral das Artes como decorrendo de um pedido efectuado por aquela entidade à Direcção-Geral dos Impostos para emitir “um parecer no sentido de que, regra geral, o valor destes prémios fosse sujeito a IRS”.
Tomo o pedido de apresentação das certidões como uma acusação da parte do Estado de que não tenho a minha situação fiscal em dia e considero esse pedido uma atitude de má fé. A nota de honorários implica que prestei serviços à DGARTES. Não é verdade. Nunca poderia assinar tal documento.
Se tivesse sido informado do presente envenenado em que tudo isto consiste não teria aceite passar por esta charada.
Nunca, em todos os prémios que recebi, privados ou públicos, no país ou no estrangeiro, senti esta desconfiança e mesquinhez. É a primeira vez que sinto a burocracia e a avidez da parte de quem pretende premiar Arte. Não vou permitir ser aproveitado por um Ministério da Cultura ao qual nunca pedi nada. Recuso a penhora do meu nome e obra com estas perversas condições. Devolvo o diploma à AICA, rejeito o dinheiro do Estado e exijo não constar do historial deste prémio.

Paulo Nozolino
1 de Julho de 2010

Nota - Recebido por mail. Eu gostei da atitude firme. O estado é, cada vez mais, tudo menos uma pessoa de bem. Mas não foi tomado de assalto...
Dá para refletir, não dá?

Entretanto publico a fotografia que acompanhava o mail desconhecendo por completo a sua origem e autoria porque um homem desta estirpe não se pode deixar de rosto impublicado
Se alguém me puder ajudar na autoria, agradeço!

5 comentários:

  1. Há muitos, muitos anos...talvez 40!
    O médico da minha família que só fazia medicina privada foi solicitado para nas férias de um médico da Caixa, fazer as respectivas consultas.
    Assim fez por um mês, e fez como se estivesse no seu consultório.
    No fim do mês a Caixa mandou-lhe um cheque de cerca de 4.000$00!
    O referido médico escreveu à Caixa dizendo que tinha feito X consultas, tendo demorado Y tempo e portanto...segundo os honorários que cobraria no seu consultório o valor seria por exemplo 10.000$.
    A Caixa voltou a informá-lo que os seus honorários seriam de 4.000$000.
    O MÉDICO ESCREVEU À CAIXA DIZENDO: A CAIXA DEVE-ME PELO TRABALHO FEITO 10.000$0, E DEVOLVO O CHEQUE QUE ME ENVIARAM.
    A PARTIR DAQUI A CAIXA FICAR-ME-Á A DEVER PARA SEMPRE OS 10.000$00.
    E assim...FICOU.
    ONDE É QUE JÁ VI ALGO IGUAL?!
    O médico já morreu mas eu sei o nome...o que menos interessa.

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  2. eu fiquei a mar este Nozolino!
    tambem já foquei esta situação. Precisamos de gente desta!

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  3. Pois não nos faltam exemplos, não é assim, Hélio?
    Maus exemplos! E eis que, de onde a onde, nos sai um exemplo exemplar!

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  4. Presisamos, Em@!
    Eu sei que esta fotografia está na net, mas não sei de quem é...
    Beijocas!

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