Formação Contínua
Lá ando a frequentar a acção de formação dos quadros interactivos. A ferramenta parece-me interessante, mas a quantidade de informação é tanta, ao fim de um dia de trabalho, que tenho a sensação que muito pouco terá ficado nesta minha pobre cabeça que já conheceu melhores dias.
Digamos que para quem tem o trabalho que eu tenho, realizado em PowerPoint, será mesmo um passo à frente em atractividade/interactividade relativamente aos miúdos, em contexto de sala de aula, mas, e apesar destas mais-valias, vejo dois entraves à sua aplicação, isto para além de um cuidado, que terei de ter quando fizer o meu flipchart, e que é exactamente o mesmo que eu mantive ao fazer as apresentações em PowerPoint e que é resistir às infinitas possibilidades de macaquear com efeitos mirabolantes, que talvez sejam muito interessantes para os mais pequeninos mas que eu considero desajustados aos meus alunos, recusando-me, de forma consciente, a infantilizar a informação.
O primeiro grande entrave que eu encontro é o tempo que os professores têm hoje disponível e que é muiiiito pouco para semelhante investimento. Porque para que se concretize este trabalho são necessárias muiiiiiitas horas de investimento a reciclar trabalho já feito, que ainda está a ser reciclado em apresentações mais atractivas e eficazes e os meus dias só têm 24 horas, como todos sabem. E além deste entrave, de dias e dias quase sem tempo para respirar, ainda tenho um outro, e que é enormesco, em contexto de sala de aula - a obrigação de cumprir um programa onde temos de ter tudo tudinho absolutamente controlado, sob pena de nos perdermos no tempo em pestanejos sem fim e ai meus deuses que não tenho tempo para cumprir o que o ministério antes me exigia que cumprisse em 150 minutos semanais e agora espera que eu cumpra em 90! Porra! Estou cansada!
Bem sei que a velocidade aumenta a cada dia que passa, mas também sei que a cada dia que passa mais me lembro da linha de montagem a ditar a velocidade e o ritmo de trabalho ao homem até que este baixou os braços, porque homem é homem e não é, de todo, máquina.
Tenho a sensação que estamos todos a esticar as nossas cordas e a levá-las ao limite e que rompidas estas ninguém se safará sem uns valentes remendos.
A ver vamos o que o futuro nos reserva. Sendo certo que não gostaria de me ver remendada. E que também não gostaria de ver os meus parceiros de labuta igualmente remendados.
A bem de nós todos. A bem do país.
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