terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Defesa de Trabalho Exemplar e Defesa dos CEF

Defesa de Trabalho Exemplar e Defesa dos CEF

Estou na blogosfera desde Fevereiro de 2007, data em que dei à luz este Anabela Magalhães, e desde então acumulei uma aprendizagem que até aqui não tinha, já que não fazia parte desta comunidade super alargada de bloggers e de frequentadores de blogues que todos os dias povoam esta coisa maravilhosa que está ao alcance de um teclar.
O meu blogue insere-se dentro da blogosfera docente e penso que não estarei longe da verdade se afirmar que a esmagadora maioria dos que entram nesta minha casa virtual serão professores. É certo que o meu blogue vai para além da parte de mim que é a da profissional que desempenha a sua profissão e é certo que todas as exposições são arriscadas, principalmente as que veiculam ideias próprias, opiniões e gostos pessoais...
Por vezes alcanço até outros públicos, que não os meus leitores assíduos, aqueles que me seguem os passos há já muito tempo e que já sabem do que esta casa gasta.
Sei, por experiência própria que há dois temas, para além de muitos outros de que agora não falarei, que não se deverão tocar para não se ter chatices, opiniões menos agradáveis, ataques pessoais e outras coisas que tais.
Um é o do trabalho que se procura fazer de forma exemplar. Outro é o da defesa dos Cursos de Educação e Formação. Ambos polémicos, ambos a provocar reacções por vezes até de certa agressividade e má criação, isto para ser suave.
Vem isto a propósito de um certo post sobre trabalho e decisão sobre ele, que eu pedi ao Ramiro para expandir no seu blogue, por me parecer uma atitude digna, caso contrário tomaria outra, e por ser o contraponto de uma outra imensamente aplaudida na blogosfera e que vai no sentido absolutamente oposto.
A este propósito, vá lá, só tive um comentário um bocado desagradável no blogue do Ramiro, nada que me surpreenda, em que o comentador, como se estivesse na posse dos dados sobre a minha vida pessoal, que ninguém os tem todos excepto eu, faz juízos de valor, extrapolações e tira conclusões de forma absolutamente superficial e até mesmo levianas sobre a minha pessoa, sobre a minha conduta.
Vá lá! E até tive sorte. No caso da defesa dos CEF já me aconteceu pior, num tempo em que o Ramiro Marques permitia comentários a coberto do anonimato, de gente muito assumida e corajosa.
Este post não procurará encontrar explicações para estes dois fenómenos, muito embora eu tenha as minhas opiniões sobre tão delicados assuntos que provocam uma urticária danada a certas e determinadas pessoas.
Só para terminar, tenham a certeza que os continuarei a abordar, sempre que me apetecer, sempre que estiver para aí virada.

João Carlos Narciso disse...
Ninguém a obriga a ser uma «trabalhadora incansável». Por este artigo, dá a impressão que não tem vida própria, vivendo somente para o trabalho. Este é que é o erro. As pessoas têm vergonha de dizer que precisam de descansar, de ter momentos de lazer com a sua família, de parar, escutar o coração...Este é o testemunho das pessoas complexadas que só vêem o seu emprego à frente e que, por isso, nunca serão bons funcionários, mas sim funcionários dependentes de uma situação que lhes impuseram.Quanto aos cortes, são necessários. Sobretudo nos salários altos.
17 de Janeiro de 2011 14:51

Anabela Magalhães disse...
João Carlos
Este post foi um post. E foi um post sobre um assunto específico que foi uma decisão minha face à atitude que manterei perante o trabalho, que eu amo e que permanecerá intacta perante o assalto ao meu bolso. Como no dia 23 não posso chamar a polícia, rumarei ao meu sindicato para ver o que poderei fazer nem que seja em nome individual.Se há coisa de que não me envergonho é dos momentos de lazer, que os tenho como qualquer mortal. Adoro bombos, adoro tomar café com os meus amigos e conversar, adoro música, adoro ir a concertos, adoro viajar, adoro jardinar, adoro pintar fazer muros e caminhos de pedra, adoro andar a pé... tudo isto está espalhado pelo meu blogue... e até podia não estar...Mas este post não tratava de mais nada para além daquilo que eu quis tratar - a tomada de uma decisão face a um problema concreto que se me colocou pela efectivação do roubo perpetrado pelos desgovernantes que espatifam um país, que por acaso é o meu.E quanto aos cortes nos salários, estamos em completo desacordo. O mal não está nos salários, o mal está a montante no compadrio e na corrupção que grassa neste país e no facto do estado estar refém, essencialmente, de dois partidos políticos e dos seus acólitos acolitados à sombra protectora do pálio rosa ou laranja que proliferam que nem silvas em campos ao abandono.
17 de Janeiro de 2011 23:07

Vá lá! Desta vez tive sorte e a coisa não chegou ao nível desta outra, passada no já longínquo ano de 2008.

Anónimo says:
1 de Dezembro de 2008 01:32
Anabela Magalhães, se levasses umas nos cornos como alguns profs dos CEFs levam, não dizias tantos disparates

Anónimo says:
1 de Dezembro de 2008 11:58
Anabela Magalhães, será que lhes ensinas mesmo alguma coisa, ou és daquelas que diz que aquilo até não é assim tão mau? É que conheço alguns professores que estão na segunda categoria, mas são aqueles que lhes deixam fazer tudo o que eles querem e não lhes ensinam absolutamente nada. Assim são umas crianças adoráveis.Ou então os CEF's daí não são iguais aos do Porto.

Anónimo says:
1 de Dezembro de 2008 12:09
Umas perguntinhas à colega Anabela:
- Nas suas aulas os programas são cumpridos?
- Nas suas aulas os alunos aprofundam conteúdos?
- O seu horário contempla diversidade de níveis?
- Cumpre sempre os planos, elaborados de acordo com os objectivos programáticos?
- Exige trabalho quotidiano aos seus alunos que sofrem de resiliência ao trabalho e mesmo assim eles cumprem?
Obs. ainda não vi os seus powerpoints, mas estou curiosa, sabe porquê? Porque sei o que é ser uma boa professora.

Anabela Magalhães says:
1 de Dezembro de 2008 13:00
Ao anónimo da 1:32
Espero que não seja professor. Se é, considero tal facto assustador. Assustador porque revela uma baixeza de linguagem e carácter simplesmente aberrante ainda para mais quando tem de lidar com crianças em formação.
Quanto ao levar nos cornos, provavelmente estaria a ver-se ao espelho quando escreveu semelhante aberração.

Anabela Magalhães says:
1 de Dezembro de 2008 13:11
Ao anónimo das 11:58.
Nunca tive jeito para entreter. Que é aquilo que muitos fazem com os CEF`s passando-lhes filmes atrás de filmes sem qualquer sentido e fio condutor e potenciando assim a indisciplina. Os meus CEF`s dão-me muito trabalho, mas é um desafio de que gosto. Os meus alunos de Cef`s trabalham. Já o disse em comentário lá acima. O que é que não percebeu do que escrevi?Continuo a gostar de trabalhar para e com os meus alunos. No dia em que deixar de gostar disto, abandono a profissão. Estamos entendidos?
Já agora, repare que eu não me escondo no anonimato.E outra coisa. Eu fui a primeira a levantar a questão das diferenças entre os Cef`s de turma para turma, de escola para escola, de região para região. O que é que não percebeu do que escrevi?

E agora só em jeito de conclusão, escrito agorinha mesmo, dia 18 de Janeiro de 2011, para que os meus leitores tirem as conclusões que entenderem - É só para lembrar que escolhi uma turma de CEF para ter as minhas aulas observadas/avaliadas durante este ano lectivo.
Apenas por duas razões:
1 - Porque quem não deve, não teme.
2 - Porque a bota tem que estar de acordo com a perdigota.

Para quem quiser relembrar esta novela triste ela está toda precisamente aqui.

4 comentários:

  1. Miga, com que então eu retida na Educação Sexual e tu na cidade me esperando para um café? Kakakakaka... arre, que desta foi mesmo o sexo e a cidade!
    E sim, por vezes o bloguito anima... e com ele a sua dona... ou será que é ao contrário?
    Beijocas, Linda, outra moura, outra da minha estirpe em trabalho...

    ResponderEliminar
  2. Bem...isto é que é farra. Para os anómimos, eu digo, vê-se logo que não conhecessem a colega. E mais não digo, pela simples razão que quando não se conhece não se opina, por tanta ignorância é que este país está neste marasmo. Mas ainda bem que há gente como a Anabela que expõe o que lhe vai na alma, que com heroímo acredita que se quisermos nós somos capazes.
    Até lá com a sua ironia acutilante faz-me rir e e também me dá voz através do seu blog.
    Força Miga! As nossas convicções...SEMPRE!
    beijitos escorpiões

    ResponderEliminar
  3. Somos capazes, Alice. Basta querermos. E continuemos a gargalhar e a incomodar uns quantos que permanecem no marasmo... kakakakaka...
    Vou procurar uma canção que já postei há muito neste blogue e que vou recuperar. Vais ver que é oportuna.
    Dedico-a aos escorpiões... principalmente aos que de entre eles são fêmeas...
    Besito

    ResponderEliminar