terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Efeito Dominó - Agora em Marrocos
Luz Azul - Chefchaouen - Montanhas do Rif - Marrocos
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Efeito Dominó - Agora em Marrocos
Marrocos tem várias almofadas que poderão atenuar este efeito dominó que parece querer varrer todo o mundo muçulmano, não sabendo eu até que ponto este efeito não contornará o Mediterrâneo e começará a varrer esta classe política europeia que se comporta como se tivesse o rei na barriga. Mas adiante, volto ao assunto Marrocos porque não me quero desviar dele, e, tal como dizia lá acima, Marrocos dispõe de várias almofadas que poderão atenuar este efeito dominó, a saber: o rei, Mohammed VI, é jovem e já implementou reformas importantes no país, desde que subiu ao poder, por morte do seu pai, Hassan II. Por outro lado é, simultaneamente, o líder político e religioso, o que lhe dá um prestígio enorme dentro do seu reino. Por último, goza do apoio de uma vasta camada da população que, genuinamente, o respeita e ama e que não está minimamente interessada em derrubar a monarquia.
Mas estas almofadas chegarão para atenuar o efeito dominó da Revolução de Jasmim, iniciada na Tunísia? Não esqueçamos que o poder se excerce aqui de forma, digamos que musculada...
Talvez sim, se o governo for célere nas reformas a implementar procurando ir ao encontro dos desejos e das reivindicações de reformas exigidos pela população, decididamente não, se o regime enveredar pela repressão e pela força provocando a resposta violenta dos manifestantes.
As últimas notícias de Marrocos, lidas aqui, não auguram nada de bom e deixam-me deveras preocupada com os meus amigos do Sul.
Por isso, decidi postar uma fotografia que captei numa manhã de luz feliz, no interior da medina de Chefchaouen, por onde costumo deambular ao acaso, penetrando aqui e ali em pátios sureais, pintados de cal, que reflectem a luz como só a cal o pode fazer, como só a cal o sabe fazer.
Hoje abro uma porta de luz para o mundo fascinante do Sul, desejando que as mudanças, que sinto inevitáveis e desejáveis, se processem sem mais derramamento de sangue.
Hoje abro um porta de luz pacífica, com desejos que ela inunde o meu Sul, que é, simultaneamente, o meu Norte.
Sem comentários:
Enviar um comentário