quinta-feira, 7 de abril de 2011

Memórias duma Área de Projecto



Rampa do Manel - EB 2/3 de Amarante

Fotografia de Anabela Matias de Magalhães


Memórias duma Área de Projecto


O arranjo da rampa entre o Pavilhão 4 e o 3, para mim a Rampa do Manel, foi uma das últimas Áreas de Projecto que liderei, na Escola para onde voltei no ano lectivo anterior.

As rampas da escolinha metiam nojo, todas elas, à época, algures na primeira metade da primeira década dos anos 2 mil. Os alunos identificaram o problema e toca de atacar o trabalho que nós somos gente de acção.

As plantas arranjei-as eu, aos molhos e molhos, às carradas, literalmente transportadas no meu carro, junto do Manel, daí o nome da rampa, junto da minha mãe que amava plantas e flores, da minha sogra qua as continua a amar e junto dos serviços camarários, na pessoa da Eng. Eulália e arranjaram-nas ainda os meus alunos, que também contribuíram, dentro das suas possibilidades, com as plantas possíveis.

Esta rampa estava particularmente nojenta e as árvores foram podadas, a terra picada, as plantas plantadas. Durante o Verão, já de férias, era ver-me de mangueira na mão a regar as pobres para que estas não morressem no meio de uma canícula de Agosto, capaz de esborrachar qualquer cristão. Tive sempre a mania de intervir melhorando o espaço que me rodeia. Fui assim ontem. Sou assim hoje. Por certo, serei assim amanhã.

Depois interrompi tudo porque fui colocada na ESA. Ainda dei uns saltitos, à EB 2/3, em manhãs livres para orientar os miúdos do Clube da Horta, liderados pela professora Glória Bento, tentando acompanhar condignamente o trabalho deixado para trás, fruto duma colocação desejada/indesejada... mas depois tive de me deixar de estar a trabalhar para uma e estar a trabalhar para outra que eu sou hiperactiva mas também nem tanto. Pura e simplesmente não dava, não conseguia, e a rampa ficou para trás. Voltei no ano lectivo de 2009/2010.

Hoje foi dia de fotografar as flores das plantas plantadas lá atrás no tempo, a rirem-se para mim, aos molhos, atapetando uma grande extensão de uma rampa que, muito embora não esteja cinco estrelas, está agora bem melhor do que já esteve antes.

Riram-se para mim... talvez elas tenham intuído o meu desalento...

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