Imagem surripiada ao Protesto Gráfico
Hoje não posso deixar acabar o dia sem marcar o meu luto por esta nação que é minha. E não quero deixar de afirmar que se a critico é porque dela gosto, caso contrário nem me daria ao trabalho.
Mas não critico só. Actuo. Da melhor maneira que posso e sei.
O meu núcleo familiar faz o mesmo e trabalha até dizer chega. Praticamos a decência, estamos francamente preocupados com o país e o seu rumo, tão divergente dos valores que pregamos, defendemos, praticamos.
No início desta crise, que nos atazana os dias, os meus companheiros de vida - A. e J. - resolveram arriscar criar empregos, tão em falta aqui por Amarante. E abriram o Aquacool. E criaram três empregos e qualquer coisa. Uma cabeleireira, uma esteticista, uma recepcionista e uma empregada de limpeza que por lá faz umas horas.
Passados dois anos a recepcionista foi substituída por outra cabeleireira, já tão necessária para atender uma clientela que vem num crescendo desde a abertura e, por certo, a criação de postos de trabalho não ficará por aqui. Podíamos ficar de braços caídos, é certo, amarrados a uma crise avassaladora que já em 2009 nos preocupava, mas fizemos o que muitos poderiam fazer mas não fazem e arranjámos uma grandessíssima carga de trabalhos.
A decência pratica-se por cá e por lá, com a clientela excelentemente tratada, condições xpto, instalações mais do que condignas e belas, preços banais, e, pasme-se, recibos a saírem automaticamente sem que as/os clientes os tenham que solicitar. É mesmo de pasmar! E logo eu que detesto pagar impostos apenas porque tenho a noção exacta que quanto mais dinheiro lhes der para as mãos, aos desgovernantes, mais eles têm dinheiro para esbanjar, corromper, estourar, delapidar. Mas, é igualmente certo que, para eu poder criticar, não posso ter os meus armários cheios de esqueletos escondidos e além do mais os meus armários nem portas têm, que eu tenho horror a elas, excepto às portas que dão para a rua. E continuo a amar adormecer em cinco minutinhos...
Tenho consciência plena que este país será o que dele fizermos... eu, tu, eles... mais decente, mais indecente, mais honesto, mais aldrabão, mais verdadeiro, mais faz-de-conta... eu, tu, eles... o faremos.
Por agora detesto o resultado atingido e não engulo a situação reles em que o país se encontra -desencaminhado, espoliado, roubado, maltratado, perdido, confuso - tão diverso do que eu defendo, do que eu pratico.
Por isso não levanto o luto e hoje quero marcá-lo neste blogue. E declaro que o meu luto só será levantado quando o meu país for um lugar asseado.
Nota - Mas que raio! Então não é que agora o blogger nos remete as postagens para a hora da publicação?!
Totalmente de acordo ... as tristezas e as alegrias têm celebrações próprias e diferenciadas ... podemos estar tristes, mas não pessimistas de todo ... agora é tempo de afirmação! E a juventude tem de ter a nossa confiança ... sendo nós os seus formadores!
ResponderEliminarA juventude não deve arcar com os pecadilhos da geração anterior de forma a ficar de passos tolhidos.
ResponderEliminarEles estão conscientes do que os espera. Ontem era dia de sonhar com um mundo melhor a abrir-se, pleno, perante eles...
Tudo está em aberto, Black. Tudo é possível. :)