sábado, 10 de setembro de 2011

Reabilitação do Quarteirão Corpo da Guarda

Quarteirão do Corpo da Guarda - Porto
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Reabilitação do Quarteirão Corpo da Guarda

Hoje desloquei-me ao Porto logo pela manhã, para usufruir, na companhia da Rosa Maria Fonseca, de uma visita guiada a um dos seus núcleos urbanos mais antigo, constituído pela Sé, Igreja dos Grilos, Igreja de S. Francisco e suas envolventes, Ribeira incluída, conduzida por um professor da Portucalense, e seu actual vice-reitor, Dr. José Manuel Tedim. Visitar assim o Porto, magistralmente guiada e armada de máquina fotográfica, que se dispara sobre tudo e sobre todos, é um privilégio que raramente se pratica porque o Porto trata-se por tu, porque o Porto albergou-nos o final da adolescência, findos os estudos amarantinos e iniciados os tripeiros, porque ao Porto vai-se às compras, ver a família, vai-se a baptizados, comunhões e casamentos e raramente se pratica com o Porto a relação que um turista estabelece ao entrar na cidade, não se saboreia longamente o espanto duma cidade feita de uma topografia inconstante, por vezes até violenta, feita de escadas, escadinhas, lanços vários a descer... ok!... e também a subir, e às vezes muito! E feita de um casario denso, colorido, de telhados assim e assado, esquinas muitas, vielas e ruas nunca desafogadas, antes abrigadas em abraços protectores múltiplos e variados.
A minha deslocação ao Porto, muito rica, dará pano para mangas nos próximos dias mas hoje faço questão de começar pelo início, pelo Quarteirão do Corpo da Guarda, reabilitado há bem pouco tempo, integrado num projecto mais vasto de reabilitação urbana chamado Porto Vivo. A última vez que por aqui tinha andado, não há muito tempo, nada de casas prontas, nada de Boulangerie de Paris, só prédios e prédios envoltos em invólucros de obras, em andaimes, em gruas e confusão.
Hoje vi-os, hoje vi finalmente as frontarias dos prédios burgueses e maravilhosos, recuperados a partir da pena do meu querido amigo Helder Colmonero, aquele tal de amigo radical que faz viagens de deixar qualquer um de boca aberta de espanto que, quis o destino, nos encontrássemos um dia em Amarante, no Largo de S. Gonçalo, após uma fabulosa e para sempre inesquecível visita à Líbia, que fizemos em separado, ligados apenas pelo fio condutor do nosso querido Sahel.
O projecto de arquitectura desta correnteza de prédios altos e esguios, mais ou menos populares e burgueses, todos belos, é do Helder Colmonero e hoje partilho-o com os meus leitores. E quero agradecer-lhe pelo trabalho de colaboração na reabilitação da "antiga mui nobre sempre leal e invicta cidade do Porto", que será inevitável, é certo, mas que será tarefa demorada.
O meu dia de hoje começou aqui... eheheh... na Boulangerie de Paris, já o sabeis, na correnteza de prédios que melhorou e deu um ar mais digno à envolvente da Estação de S. Bento.

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