A Palavra a Manuel António Pina
Gravatas & Gasolina
A notícia é animadora: a "jihad" decretada por Assunção Cristas no Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenação do Território contra as gravatas terá resultado numa poupança de 136 mil euros em electricidade e 395 toneladas em CO2. O Ministério tem 10 500 funcionários, o que (é só fazer as contas, como diria Guterres) significa que, só pelo facto de se terem desengravatado, e presumivelmente apenas os do sexo masculino, cada um custou, em média, menos 13 euros aos contribuintes em 2011. E nem quero imaginar o que se poupará se a ministra for em 2012 um pouco mais longe e alargar a medida a mais peças de roupa.
Imagino, no entanto, quanto pouparia Assunção Cristas em euros e em CO2 se lhe tivesse ocorrido, além de desengravatar o pessoal, reduzir também os cerca de 4 000 automóveis herdados pelo seu ministério dois-em-um ou, ao menos, os ditos de "representação" e de "uso pessoal". O Ministério de Assunção Cristas é, de facto, o recordista absoluto dos ministérios "civis": 4 000 carros para 10 500 funcionários representa um carro por cada 2,5 funcionários, dez vezes mais do que a média dos restantes ministérios.
Infelizmente, os indicadores da Agência Nacional de Compras Públicas omitem quantos desses automóveis são Mercedes ou BMW topo de gama de "representação" ou para "uso pessoal" (e decerto com motorista de gravata), preferindo deixar isso à pérfida imaginação do contribuinte pagante.
Imagino, no entanto, quanto pouparia Assunção Cristas em euros e em CO2 se lhe tivesse ocorrido, além de desengravatar o pessoal, reduzir também os cerca de 4 000 automóveis herdados pelo seu ministério dois-em-um ou, ao menos, os ditos de "representação" e de "uso pessoal". O Ministério de Assunção Cristas é, de facto, o recordista absoluto dos ministérios "civis": 4 000 carros para 10 500 funcionários representa um carro por cada 2,5 funcionários, dez vezes mais do que a média dos restantes ministérios.
Infelizmente, os indicadores da Agência Nacional de Compras Públicas omitem quantos desses automóveis são Mercedes ou BMW topo de gama de "representação" ou para "uso pessoal" (e decerto com motorista de gravata), preferindo deixar isso à pérfida imaginação do contribuinte pagante.
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