sábado, 14 de janeiro de 2012

"Inauguração" - S. Domingos




Igreja de S. Domingos em 14-1-2012 - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Igreja de S. Domingos em 26-10-2011 - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

"Inauguração" - S. Domingos

A inauguração, entre aspas, da Igreja de S. Domingos ou de Nosso Senhor dos Aflitos ocorrerá amanhã e coloco a efeméride entre aspas porque, na verdade, as obras de conservação e restauro estão ainda um pouco longe de estarem terminadas para que se possa proceder a uma verdadeira inauguração. Mas, o que é facto, é que assim será feito, tal e qual o previsto, já que a data acordada para a efeméride foi o primeiro domingo após o dia de S. Gonçalo que ocorreu, como sabemos, no passado dia 10 de Janeiro. Et voilá! Será então amanhã!
Não estando completamente pronta, é certo que está mostrável ao público e eu mesma me encarreguei de verificar e registar em fotografia os avanços relativamente ao caos controlado de ontem e de anteontem e, principalmente, os avanços verificados desde que acompanhei os sócios do Clube História em Movimento, da E.B. 2/3 de Amarante, em visita guiada a esta pequena jóia barroca, mandada construir pela Ordem Terceira do Patriarca São Domingos nos inícios do século XVIII.
Os técnicos da empresa Signinum envolvidos nas obras de conservação e restauro foram já mais do que muitos e iniciaram a intervenção de cima para baixo, como é de lei neste tipo de intervenções, pelas coberturas caóticas de tão velhas, estancando as águas que deterioravam o monumento a olhos vistos e que o deixaram, antes da intervenção, num estado mais do que lastimável. Depois foi preciso tratar da bicharada aos molhos, das térmitas e do caruncho presentes nas madeiras, que foi preciso desinfestar e tratar uma e outra vez, madeiras que, muitas, suportam os douramentos realizados com perícia por técnicos douradores de tempos em que a religião católica andava de mãos intimamente dadas com o luxo e a ostentação. Depois, não sei se por esta ordem, foi necessário retirar todas as peças passíveis de serem retiradas, talhas, retábulos, imagens e pinturas, recheio da igreja, e enviá-las para tratamento nos laboratórios da empresa, em Braga, e eis que aparecem, retirado o arco cruzeiro, pinturas polícromas com motivos arquitectónicos, vegetalistas e antropomórficos.  Entretanto o altar-mor estava completamente empenado e foi preciso endireitá-lo... no dia da visita de estudo assistimos a parte desta operação mesmo por detrás do dito altar... e o orgão, claro está, que foi integralmente restaurado e refeitas algumas peças que desapareceram com o tempo ou que estavam completamente irrecuperáveis. E depois as paredes, cobertas de rebocos vários que foi preciso estripar com todo o cuidado deixando revelar pinturas murais que, sem serem excepcionais, são deveras interessantes, porque de cor invulgar para igreja - preto.
A igreja não está pronta, é certo, mas está já visitável. Amanhã será o dia da pompa e da circunstância. A pequena jóia barroca abre-se agora a quem a queira visitar para depois voltar às obras a todo o vapor, que a ultimarão, e lhe darão os últimos retoques.
Já agendei um segunda visita de estudo para os meus alunos, para que eles a vejam nesta fase, ainda sem a totalidades das talhas douradas colocadas no seu sítio, para que possam apreciar convenientemente as pinturas murais que posteriormente ficarão ocultas do olhar humano, depois de estabilizadas. E, claro, só terminaremos esta abordagem à Igreja de S. Domingos numa terceira visita, quando ela estiver completamente pronta.... lá para Abril?
Darei novas.

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