Eu de Vestidinho e o Próprio Passados Quase Cinquenta Anos
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Hoje mergulhei de cabeça numa grande mala existente na garagem do meu pai para daí retirar memórias dele, da sua mãe, minha queridíssima avó Luzia, da minha mãe, de mim, da minha filha.
Como tenho a mania de guardar tudo, tomara ter espaço suficiente que ainda guardaria mais, lá fui abrir sacos e mais saquinhos, todos fechados com agrafos, onde guardei, a seu tempo, a roupa da minha filha bebé... lençóis pequeninos... porra todos bordados por moi même com pontos esquisitos e bainhas abertas... mas fui mesmo eu que fiz tudo isto? Pois fui... e carapins e casaquinhos e camisolinhas pequeninos pequeninos quase todos feitos pelas mãos mais que prendadas da minha mãe. Pelo meio as primeiras peças de roupa que a parteira do meu pai lhe vestiu há 75 anos, finamente bordadas, as primeiras peças de vestuário que a minha própria filha haveria de vestir aquando do seu nascimento, fiz eu questão, para manter a tradição.
Um dia destes publico-as, lindas e delicadas...
Hoje partilho com os meus leitores um vestido feito pela minha mãe, para que eu brilhasse como menina das alianças num casamento que penso ter sido o da sua irmã, minha tia Bernardete.
O corpo é de renda, justo, a saia de tule bem rodada com um saiote por debaixo que armava aquela estrutura e me colocava de cuecas chiques à mostra.
Outros tempos, outras modas, estávamos nos inícios dos anos sessenta...
Hoje retirei o vestidinho da grande mala existente na garagem do meu pai, carregada de naftalina de quando em vez para que a estuporada da traça não desse cabo das malhas, tantas feitas por mim e pela minha mãe, vindas de um tempo em que as ofertas de roupa existentes na província eram deveras limitadas e aguçavam a imaginação de meninas e senhoras prendadas em noites de trabalho ao despique enquanto se via televisão depois de jantar.
Hoje retirei-o da grande mala e foi tempo de ficar surpreendida... nem uma mancha amarela do tempo que por ele já passou, nada de nada, nem uma mácula, impecável como sempre esteve desde que foi feito pelas mãos maravilhosas de fadinha do lar da minha mãe, imutável, o vestidinho, perante a sua dona já tão crescida e alterada...
Olá Anabela,
ResponderEliminarFinalmente de férias!!! Ano de imenso trabalho. Não via o fim!
Adorei o seu post, as suas recordações e a sua escrita.
É sempre agradável e interessante visitá-la aqui.
bjs
Como uma cândida menina...se transforma numa "rabina" de primeira água!
ResponderEliminarFinalmente! Também já estou, Maria de Lourdes! Obrigada por gostar da minha escrita...
ResponderEliminarBeijinhos e votos de excelentes férias... enfim, temos mesmo de fazer por isso...
Eheheh... pois foi, caro amigo! Mas era só aparência porque a minha mãe dizia-me sempre que eu era levada da breca!!!!
ResponderEliminarAnabela
ResponderEliminarAdorei as tuas recordações. Vi-me nelas também . Beijinho
Que bom, Paula CD! Fico contente!
ResponderEliminarbeijocas!