domingo, 5 de agosto de 2012

Barca

Campos - Barca - Serra da Aboboreira
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Barca

Confesso que tenho passado dias e dias na Barca, dedicada a um trabalho intenso, porque eu gosto dele, e em contacto estreito com a natureza. Limpos os campos e os muros do grosso da entulheira, chegou a vez de eu entrar em acção com a minha vassoura delicada, o meu pano do pó e o meu produto próprio para puxar lustro e abrilhantar pequenos pormenores aqui e ali.
Agora é tempo de cortar os ramos secos e velhos dos castanheiros e dos carvalhos preparando a lenha, de limpar os campos numa limpeza mais fina, amontoando os resíduos, muitos, em medas enormes, puxadas para fora deles para que se tenha uma leitura muito limpa dos mesmos e que daqui a uns tempos estarão transformadas em composto que será incorporado na terra, porque nada se perde e tudo se transforma.
Os muros, os meus queridos muros acabados pelas minhas mãos, estão agora ao nível da terra nos campos, certinhos por estes, acompanhando-os, estão agora consolidados e ninguém diria que os costurei um dia, muitos dias a fio para ser mais exacta, carregando pedras na minha inseparável carreta, monte acima, monte abaixo, colocadas posteriormente, uma a uma, sem qualquer ajuda, nas camas que para elas fiz um dia. Se não tivesse fotografado esta intervenção, nos inícios dos anos dois mil, já ninguém diria que estas pedras não estiveram sempre ali...
Adoro este meu trabalho duro no campo. Enquanto por lá trabalho relaxo completamente e nem penso em chatices mais que muitas... nem políticos, nem Troika, nem MEC... constituindo, este trabalho pesado, uma terapia de uma qualidade que nem consigo explicar.
Por agora as minhas férias são passadas assim... e eu gosto...

2 comentários:

  1. Gosto muito dessa mesas e das árvores e as vezes comó coma minha família numas mesas parecidas. Gosto muito

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