Cristina Branco em Concerto - Casa da Música - Porto
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Ontem foi dia/noite de trocar política por música. O pretexto foi a Cristina Branco e o lançamento do seu último disco intitulado, ironicamente, Alegria, na sala Suggia, na Casa da Música. Ontem foi dia de meter pés ao caminho para assistir a um excepcional concerto que merecia estar de sala cheia e não estava, dada a excepcional voz da Cristina Branco, acompanhada por excelentes músicos, Ricardo Dias no piano, Bernardo Couto na guitarra portuguesa, Carlos Proença na viola de fado e Bernardo Moreira no contrabaixo e ainda com o bónus da participação, muito bela, da Beatriz Batarda.
Ontem foi dia/noite de ouvir a mais extraordinária versão de Construção, de Chico Buarque, a ultrapassar de longe o original, para além de Alice no País dos Matraquilhos, Branca Aurora, O Lenço da Carolina, entre outras.
Preocupações com o rumo do país bem presentes nas palavras da Cristina Branco, assim como com a asfixia da cultura, matriz identitária de um povo.
Hoje foi dia/noite de assistir a um concerto sentindo esta presença como uma extravagância num país que definha a olhos vistos. Hoje foi dia/noite de olhar para os lados e ver tantos, mas tantos! turistas de mil e uma proveniências e de pensar que o meu país está agora preso por pinças.
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