quinta-feira, 3 de outubro de 2013

E Morrer na Sala de Aula?

 
E Morrer na Sala de Aula?

Não foi o caso, felizmente, desta professora que, após paragem cardíaca, foi reanimada graças à pronta intervenção de uma colega e de uma auxiliar que, seguindo as instruções telefónicas dadas por técnicos do INEM, lhe prestaram os primeiros socorros com êxito.
Confesso que esta pergunta, que deixo formulada no título deste meu post, faz parte das minhas preocupações de professora. Durante muitos anos não pensei nesta possibilidade. Depois chegou MLR e seus muchachos e as pressões intoleráveis sobre os professores que, por vezes, se assemelharam a uma autêntica guerrilha. Agora temos Crato, pior ainda, que corta, corta, sem parar... e não são fitas, meus senhores e minhas senhoras!
A pressão intolerável colocada sobre a Escola Pública e sobre uma grande parte dos profissionais que nela habitam, com ameaças de despedimento, de horário zero, de deslocação de ciclo, de deslocação de grupo disciplinar, de trabalho em múltiplas escolas obrigando os professores a deslocações quotidianas, de mais horas de trabalho na escola, dos muitos níveis disciplinares a preparar, de alunos de vários anos dentro de uma mesma sala de aula, do aumento de turmas por professor, do aumento da idade de reforma... acrescida ao aumento da indisciplina, da violência, do desajustamento e desfasamento sentida em contexto escolar concorrem para que cada vez mais casos de morte do professor em plena sala de aula possam ocorrer. Confesso que esta perspectiva, esta possibilidade, faz parte das minhas preocupações e costumo dizer, em tom de brincadeira, "ao menos que não seja à frente dos alunos para não deixar, ainda por cima, umas dezenas de moços traumatizados!". Em tom de brincadeira, para espantar os demónios...

Nota - Desejo rápidas melhoras à colega que despoletou este post.

Nota posterior - Infelizmente esta colega faleceu. Sentidos pêsames à família enlutada.

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