sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Resposta a Um/Uma Anónima

 
Verso - S. Gonçalo - Amarante
 
Resposta a Um/Uma Anónima

Anónimo disse...
Se precisasses do dinheiro, não faltavas... ou se fosses precária...
8 de Novembro de 2013 às 15:25

Sempre tive a preocupação de adequar o meu acto à minha palavra, independentemente dos meus recursos económicos.
Venho de um tempo em que aguentei/carreguei quase até aos 40 anos a condição de contratada. Nesse tempo, caro/a anónimo/a, perdia o trabalho e a remuneração em Agosto, perdia a ADSE e só a recuperava caso fosse colocada em mini-concursos, o que podia acontecer quando calhasse, com horários completos, incompletos, para o ano todo ou a fazer substituições. É claro que venho de um tempo em que não havia subsídio de desemprego e os professores contratados eram tratados como gente sem quaisquer direitos e com muitos deveres permanecendo com as carreiras vedadas até terem o "sagrado" vínculo, qual milagre! Por isso não me venha falar de precários como se eu não soubesse o que isso é!
De resto, venho de um tempo em que o dinheiro não abundava, até muito pelo contrário... estávamos nos inícios dos anos oitenta em Portugal e a minha casa não era diferente da maioria.
Apesar disto, hoje olho para trás e com orgulho afirmo aqui e agora - Nunca deixei de lutar por aquilo em que acreditava e fiz as greves praticamente todas que foram decretadas neste país, apenas porque me revia nas reivindicações, apenas porque não suportaria olhar para o espelho e ver uma minhoca. Mas é que preferia comer côdeas de pão com bolor.
Mas "esta" sou eu, claro!
 
Só mais uma coisa... devo informar, porque por certo não sabe e eu não mando recados por ninguém e vou logo directa ao assunto, que eu adoooooooro anónimos/as de paixão.
 
E só mais outra, por certo os precários dos funcionários da minha escola que hoje fizeram greve andarão a nadar em dinheiro...

E outra, como se o dinheiro não fizesse falta a quem hoje fez greve!!!
 
Ele há cada uma!!!
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3 comentários:

  1. Fico danada! E envergonhada só de pensar em quem pagou com a própria vida para que nós pudessemos usufruir deste direito!
    Xi-coração, Maria!

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  2. Eu não diria melhor!
    Também fiz greve e não pensem que foi fácil ficar sem o dinheiro daquele dia de trabalho - também me faz muita falta, sou só eu a ganhar cá em casa - mas não posso ficar na minha “zona de conforto” e esperar que as injustiças e humilhações cessem como por magia. Conheço até vários contratados que, pelo menos aparentemente, vivem com mais folga do que eu e, no entanto, esse seu estatuto precário serve-lhes sempre de desculpa para não se envolverem em luta nenhuma. Esquecem-se que sempre que nos deixamos humilhar, damos mais força a quem nos humilha.

    Paula Silva

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