Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Durante esta pausa lectiva andei às voltas com uma apresentação em PowerPoint que só publicarei amanhã e que já foi por mim integralmente reformulada. Avisei os meus alunos de 9º ano, nas últimas aulas sobre as "Novas correntes artísticas de 1900 a 1939", sobre esta reciclagem que só poderia levar a cabo durante a paragem lectiva do Natal pois adivinhava uma tarefa complexa por ter de ir catar fotografias a diversas viagens realizadas em diferentes anos de férias, aproveitadas também para me enriquecer, culturalmente falando, e ao mesmo tempo enriquecer o meu trabalho... pois é Crato, o trabalho de um Professor também se vê nestas atitudes não medíveis, não mensuráveis e que não podem ser avaliadas/classificadas em exame!
Percorri milhares de fotografias com os meus olhos seleccionando as que me interessavam, captadas essencialmente em dois magníficos museus que visitei equipada com máquina digital, um em Roterdão, o outro em Lyon, mas não só porque catei ainda fotografias de visitas de estudo realizadas em anos diversos ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso e outras espalhadas por aqui e por ali.
O tempo "gasto" nesta tarefa, primordial e indispensável para a concretização do meu trabalho, é descomunal e não é minimamente percebido nem valorizado por quem nunca o fez e o ignora por completo. Aliás, aproveito para aqui deixar a minha opinião relativamente à palhaçada, e está dada a minha opinião!, feita por muitos professores-avaliadores, essa estirpe inventada pelo MEC!, que não entendem o alcance e a dificuldade da criação de conteúdos originais para as aulas, porque nunca os criaram, e que estão a anos luz desta forma de trabalhar e que depois ainda têm a lata de nos aconselhar a diversificar estratégias... a sério?! Como disse?! Como disse???!!!! Que papelório!
Mas voltemos ao assunto que me trouxe aqui, a este post, continuava eu às voltas com este trabalho meu, agora aqui, no manual digital que cobrirá todo o 3º ciclo de escolaridade, quando entra um comentário de um aluno que não é meu, segundo ele e ele lá saberá! e que me deixou deveras sensibilizada e que passo a transcrever, feliz, sempre!, por saber que ainda existe gente capaz de agradecer um trabalho que eu faço porque sim, apesar de eu ser, para ele, uma professora desconhecida. Gosto desta delicadeza de gesto, deste não usar e abusar e deste não mastigar e deitar fora que é o que a esmagadora maioria das pessoas faz.
Tenho dito.
"Boa tarde estou no 8º ano e tenho estudado pelo seu blog e pelos power points que faz e são 5*. Nunca tive grandes notas a história e desde que comecei a estudar por aqui aumentei as minhas notas. Obrigada professora ainda que não seja minha professora"
Muito obrigada, meu querido anónimo! Nem sabes como fico contente por saber que te sou útil! Sabes, essa é uma das preocupações que norteiam a minha vida - gosto de ser útil e de me sentir com alguma utilidade.
Beijo grande!
É, é assim que eu estou na vida e sei que isto é deveras esquisito para algumas pessoas...
Temos penas!
É isto que faz ACREDITAR! É isto que paga verdadeiramente o trabalho de quem dá o corpo e a alma. É esta a verdadeira remuneração. É esta a verdadeira AVALIAÇÃO. E é esta, que aqui transmito, a satisfação que sentem colegas e amigos, quando genuínos e verdadeiros, porque admiradores sinceros e legítimos da dedicação de outros aos trabalho e às causas. Parabéns, Anabela. És grande! Fico feliz por saber que ainda há quem faça a diferença no ensino; por descobrir a cada dia que ainda há quem faça a diferença em Portugal.
ResponderEliminarMuito obrigada pelas tuas palavras carinhosas de incentivo ao meu trabalho, Luís Rosmaninho Neto!
ResponderEliminarDe resto não sou grande, apenas sou uma grande trabalhadora! Eheheh...
Beijo grande!