Fotografia surripiada a Francisco Rodrigues
Ainda o MEC, os Professores, a PACC e a Polícia
Começo este post pelos enunciados da PACC, para quem não sabe Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades destinada a Professores com menos de 5 anos de serviço, que um dia foi parida pelo ME em tempos da outra senhora independente pê esse que eu deixei de nomear neste blogue e que foi substancialmente piorada por este MEC que ainda conseguiu fazer mais borrada, coisa que nem nos nossos piores pesadelos pensaríamos ser possível.
O enunciado de ontem pode ser consultado aqui. Cliquem e analisem a prova. A sério que pensam que um Professor poderá ser afastado do ensino à conta de uma nota alcançada numa prova que mais parece uma prova destinada a alunos?
Esta prova, apresentada pelo ministro como uma prova que visa o aumento do rigor e da excelência no Ensino e na scola Pública, segundo as palavras do senhor ministro, é uma verdadeira patranha. Tal como a primeira, que pode ser consultada clicando aqui, já o foi.
Em que país do mundo existe semelhante anormalidade? Em que país do mundo se concebe afastar profissionais treinados e especializados pedagógica e cientificamente para exercerem uma profissão tão exigente e complexa como a de Professor com base num gozo destes? Deitam-se borda fora professores, depois do país gastar verbas a rodos na formação destes profissionais especializados e que servem para leccionar em todos os países do mundo menos naquele que os formou? A sério que isto se passa no meu país?
Pois pobre país este que mantém (des)governantes deste calibre!
Continuo convencida que esta equipa ministerial, tal como as imediatamente anteriores, tem uma agenda que não é muito escondida para nós mas é escondidíssima para a maioria da população que aplaude este desprezo e achincalhamento da Escola Pública esquecendo-se que se ela for descredibilizada e parcialmente desmantelada em benefício do sector privado será esta mesma população, que aplaude, a mais penalizada.
Ontem escutei o ministro atónita. Parece-me que vive num outro planeta que não é o meu. Porque falar de rigor, transparência, melhoria no ensino, excelência e o mais com que ele enche a boca e ao mesmo tempo potenciar e provocar as imagens que mais uma vez vimos ontem - escolas com filas de polícias nos portões prontos a actuarem contra os profissionais que aí poderão trabalhar, os Seus Professores, é demasiado deprimente para ser apagado e branqueado. O mesmo para quem coloca profissionais que nada têm a perder, os mexilhões dos mexilhões, encostados contra uma parede anunciando-lhes que os vai esmagar... e foi o que se viu mais uma vez.
Ontem ficou mal um país inteiro à conta de um ministro que exerce um autoritarismo primário e bacoco, que não aprendeu nada de nada sobre o que é dirigir, sobre o que é mobilizar os Professores para o seu lado, para uma caminhada que deveria ser cumprida a par e passo, lado a lado - Ministro, Professores e Alunos.
O país perde pela e para a roubalheira, perde pela e para a corrupção, perde também pela e para a verdadeira guerra instalada entre o MEC e os docentes no terreno.
E ministro que não percebe este prejuízo incomensurável não serve para Ministro da Educação.
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