terça-feira, 18 de novembro de 2014

Caixinha do Neolítico

Caixa do Neolítico - Centro de Recursos da EB 2/3 de Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
 
Caixinha do Neolítico

A Caixa do Neolítico que agora partilho, e que está ainda longe de estar acabada, surge na sequência da organização da Caixa do Paleolítico no ano lectivo anterior e que já fez as delícias dos meus alunos deste ano... sim, esta professora conhece o método de fabrico do fogo por choque e é capaz de o reproduzir em contexto de sala de aula e sim, leva umas voluntárias ao "cabeleireiro paleolítico" cortando-lhes umas madeixinhas de cabelos em três tempos somente armada de um biface de sílex para que os alunos vejam, com os seus próprios olhos, que sim, o sílex é eficaz de caramba! E mostra-lhes a lamparina alimentada a tutano e as cordas feitas de tripas ou de tendões de animais, ou de pele, ou mesmo de raízes, e sim, de raízes de silva são excelentes!
Entretanto, nada como ter neurónios irrequietos, achei que estava mais do que na hora de organizar a Caixa do Neolítico e ontem meti pés a caminho depois de ter feito uns peditórios aos alunos nas salas de aula. Por peditório entenda-se materiais para recheio da dita cuja que se apresenta, neste momento, como podem ver na imagem. A vida muda radicalmente com a passagem do Paleolítico para o Neolítico, e o homem passa, pela primeira vez, a produtor e começa a fabricar o seu próprio aliment com o surgimento da agricultura, o cultivo dos cereais, a domesticação dos animais. O homem sedentariza-se, inventa a olaria, a cestaria, a tecelagem, a pedra polida, a roda... e... e... e não mais parou de tentar adaptar o planeta em que vivemos às suas necessidades,necessidades estas que se vão tornando cada vez mais exigentes e complexas a cada geração que habita esta nossa casa comum.
Esta caixa já tem linho, estopa, algodão, exemplares de cestaria, alguns dos animais sucessivamente domesticados, pedra polida (por acaso uma pedra redondinha e bem polida que dará uma boa movente para um futuro moinho a que ainda me falta a dormente e que está fechada na caixinha preta pequena), a caixa grande tem ainda um ramo de trigo e caules diversos que serviam para múltiplos fins e que ficarão, num futuro mais próximo do que longínquo, na primeira divisão à esquerda já que constituem, entre outras finalidades, matéria prima que alimentava o fabrico de cestaria diversa.
Indispensável será acrescentar o centeio, a cevada, uma ou outra peça de cerâmica, um cão, provavelmente o primeiro animal a ser domesticado e, por isso mesmo, imprescindível ao recheio desta caixa, um molho de palha pequenino, uma miniatura de habitação que até poderemos fabricar numa próxima sessão do Clube História em Movimento.
Quando houver mais novidades deste trabalho, avisarei.

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