Cristas diz que há casos em que a escola pública deve ser sacrificada
Cristas não precisava de nos relembrar o que sentimos na pele durante o governo da coligação que ela própria integrou. A Escola Pública, a única rede de Escolas que os sucessivos governos estão obrigados a manter pela Constituição da República Portuguesa, já foi sacrificada. Muito sacrificada. E ainda hoje sentimos os efeitos destes sacrifícios promovidos e impostos pelo anterior ministro da Educação que contou com o apoio dos restantes membros do governo liderados por Pedro Passos Coelho que, por estes dias, também não se tem poupado em declarações de apoio aos colégios privados que parecem viver e depender na totalidade dos dinheiros públicos. Também quero um negócio privado com estas características. O negócio é meu, o lucro é meu... e uma fatia do dinheiro investido, que pelos vistos deve ser gigantesca tal é o alarido amarelo que vai pelo país, é paga por todos nós, contribuintes desgraçados que pagamos tudo e mais alguma coisa, tudo e o seu contrário... basta ver a pouca vergonha das PPP rodoviárias.
Assim, e voltando à rede de Escolas Públicas, a única que o Estado Português está obrigado a manter pela Constituição da República Portuguesa, relembro que assistimos nos últimos anos à sua desvalorização constante com racionamentos que se materializaram em cortes no uso dos detergentes de limpeza diária, no papel higiénico, na luz, no aquecimento, nas fotocópias, nas visitas de estudo, nos materiais usados nas experiências, nos recursos humanos que vão desde o pessoal auxiliar ao pessoal técnico e docente especializado, assistimos ao aumento do número de alunos por turma, ao amontoar de alunos a frequentarem vários níveis de escolaridade numa mesma turma nos primeiros quatro anos de escolaridade... e por aí adiante que a lista é quase infindável.
Quem se importa com os alunos com necessidades educativas especiais integrados em turmas gigantescas e sem qualquer tipo de acompanhamento especializado? Que, curiosamente, devem ter para que a legislação deste país seja cumprida... mas que não é cumprida porque esbarra no impedimento por parte das escolas/agrupamentos de contratarem o pessoal de que necessitam seja ele docente ou pessoal técnico especializado como por exemplo no âmbito da psicologia, pessoal este indispensável para o bom funcionamento de uma comunidade educativa.
Foi aqui que os cortes promovidos pelo anterior governo nos trouxeram. Ao sacrifício. Ainda o continuamos a sentir na pela. Todos os dias da nossa vida de docentes colaboradores da Escola Pública, a única que o Estado Português deve assegurar aos portugueses e que se quer da maior qualidade possível.
Tenho saudades do largo.
ResponderEliminarAh ah ah... também eu, Anónimo! Também eu! Do antigo, claro!
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