terça-feira, 25 de julho de 2017

A Caligrafia Está Condenada?


A Caligrafia Está Condenada?

A palavra caligrafia tem origem em duas palavras gregas kalli, beleza a que se junta graphe, escrita e pode traduzir-se pela arte da bela escrita ou arte da escrita bela.
No tempo em que entrei na escola e aprendi a escrever já não se usava aprender os muitos e variadíssimos tipos de caligrafia artística com que me deparei um dia, investigando um baú de casa dos meus avós maternos situada na Régua, em caderno de escola pertencente por certo a uma das muitas minhas tias, agora já todas falecidas, e que relembro ainda hoje tal a beleza primorosamente desenhada naqueles cadernos de linhas diferentemente espaçados e apropriados aos vários tipos de caligrafia que eram aprendidos pelas miúdas e miúdos nessa longínqua primeira metade do século XX. Quem me dera ter hoje um desses cadernos na minha posse... até para ilustrar este post!... mas a verdade é que não tenho.
Bom, retomando a história, quando entrei na escola ainda tive uma caligrafia digamos que mais restrita e aprendi a desenhar as letras todas do alfabeto nas suas versões minúsculas e maiúsculas com as famosas canetas de tinta permanente que nos davam cabo do toutiço por exigirem perícia no seu manuseio para que não borrássemos a escrita toda com nódoas azuis que tratávamos de secar rapidamente com aquele célebre papel rosa mata-borrão que, por vezes, tal a aflição perante a ameaça da lostra ou do sadicamente chamado "bolo", deixava, quantas vezes! a coisa ainda pior do que já estava.
E eis que chegados ao dia de hoje nos deparamos com a abolição da caligrafia em escolas de múltiplos quadrantes antecipando, por certo, uma generalização de fim de caligrafia que me deixa, confesso, um pouco preocupada pelas consequências que daí podem advir para a humanidade se a coisa for generalizada e esta competência se perder ficando talvez reduzida, de novo, a alguns restritos escribas.
É por aqui que vamos?

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