sábado, 23 de setembro de 2017

Amarante e as Lutas Partidárias

A Ponte É Uma Passagem - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Amarante e as Lutas Partidárias

As lutas partidárias, principalmente as que se travam e que não são a feijões, são quase sempre excessivas, porque há sempre quem fala e quem escreve o que não deve e que mete o pé na poça com palavras e atitudes que estão longe de dignificar a Política.
Todo o homem é um animal político, já o sabia Aristóteles, e isto é válido para todos, mesmo para aqueles que aparentemente estão a milhas da Política, nada se importam, se abstêm, se mantêm à margem, não querem saber.. e têm raiva de quem sabe.
Assim, se eu desatar a postar flores no facebook... sim, isso pode ser Política... mesmo que eu não escolha flores cor-de-rosa ou cor de laranja, amarelas ou azuis... ou cor de burro quando foge.
E quando eu afirmo em sala de aula, ou noutro sítio qualquer, que, enquanto cidadãos, que somos, devemos estar vigilantes sobre o que nos rodeia, devemos estar atentos, ser interventivos e participantes, dotados de pensamento próprio e que não devemos tomar por bom tudo aquilo que nos garantem ser bom apenas porque sim, estou a fazer política. E podia continuar a apresentar mais exemplos porque tal como não podemos escapar à História... também não podemos escapar à Política.
A Política está para além do poder e está para além dos partidos políticos e não pode ser refém deles nas pessoas que os ocupam. A Política tem de estar na Pólis, tem de estar rua, em mim, em ti, em quem a apanhar.
Nos últimos dias tenho assistido ao mesmo de sempre, provavelmente ao mesmo que acontece um pouco por todo o país, ou seja, ao desfilar de tantas e tantas promessas que mais parecem caneladas nas pernas desta... vá lá! gata escaldada que da água fria tem medo. E ai se um espírito tresmalhado ousa uma opinião própria a marimbar-se nas tricas políticas locais entre gente que, por vezes, parece esquecer-se da vergonha na cara e esquecer-se que a sua inocência política ficou algures perdida lá muito atrás no tempo e se acentua quando agora atira à cara de outros aquilo com que um dia pactuou e vice-versa e versa-vice... e podia continuar quase indefinidamente porque nem vislumbro o fim desta história muito triste.
E chego a Amarante. Amarante não é propriedade de um só e muito menos é propriedade de quem exerce o poder de forma efémera ou de quem a ele se candidata. Porque Amarante já cá estava antes de a este mundo chegarmos e, provavelmente, a nós vai sobreviver. Mas, se assim é, também é verdade que por agora é a Nossa Cidade, aquela que amamos, aquela que calcorreamos todos os dias. Por isso, se conseguirmos colocar uma Amarante Asseada acima da trica, da dica, da voz e do interesse específico e imediato por que se gerem os partidos políticos, Amarante só poderá ganhar com o asseio.

nota - A ponte é uma passagem... p'rá outra margem...

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