quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Visita de Estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso - 9.º B

Museu Amadeo de Souza-Cardoso - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Visita de Estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso - 9.º B

A matéria de 9.º ano pede encarecidamente que calcorreemos esta calçada amarantina, para baixo e para cima, porque nada melhor do que ver as vanguardas artísticas do início do século XX no sítio onde elas estão guardadas, percorridas que foram, muitas delas, pelo nosso nome maior da pintura portuguesa, o nosso querido Amadeo.
Amadeo percorreu diversos ismos, depois de se ter dedicado à caricatura, e foi futurista, cubista, abstraccionista, fauvista... acima de tudo foi ele próprio e por isso triunfou, tal como ele queria, sem soçobrar!
Devo dizer que a visita decorreu de forma exemplar.
Descemos rápido a calçada de ruas estreitas e antigas que formam o pequeno miolo do centro histórico da cidade que se estende pela margem direita do Tâmega. Não tem que saber, para quem está cá no alto da cidade é só deixar-se-ir ruas abaixo e desembocará, inevitavelmente, no Largo de S. Gonçalo/Praça da República. Depois é só avançar mais uns passos e encontrar a porta do Museu Amadeo de Souza-Cardoso que acolhe algumas das mais importantes obras deste pintor amarantino de primeiríssima água!
A visita foi conduzida por uma "velha" amiga nossa, a Dr.ª Teresa Paiva, a quem agradeço desde já a amabilidade, simpatia e profissionalismo, e que nos guiou pelas várias salas, claro que, com mais detalhe, observámos o grande Amadeo, mas sem deixar de espreitar Jorge Pinheiro e uma ou outra obra do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso.
Sempre que lecciono 9.º ano, não falho a organização de visitas de estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso, visita que integra o Plano Anual de Actividades do Agrupamento de Escolas de Amarante. De facto, o modernismo do início do século XX faz parte integrante da matéria leccionada neste último ano do 3.º ciclo de escolaridade e, ademais, o museu está apenas à distância de uns passos a pé pelo centro histórico de Amarante, tão belo e pitoresco, e está apenas à distância de um levantamento de rabo da cadeira da sala de aula... isto para quem gosta de dar aulas sentado, o que não é, manifestamente, o meu caso.
Já aqui referi a estranheza e a tristeza que sinto sempre que tenho turmas de 9.º ano que à pergunta "Quem nunca visitou o Museu Amadeo de Souza-Cardoso?" respondem com muitos deditos no ar pertencentes a gente em formação acelerada, que não sabe se o interior do museu é branco ou é preto e que não faz a mais pequena ideia da riqueza e importância do seu recheio.
Já fui muito diplomata ao fazer e escrever as críticas a uma escola que se permite à arrogância de não dar a conhecer aos alunos que a frequentam, muitos desde o pré-escolar, um autor que é só o expoente máximo da pintura portuguesa do seu tempo, que ainda para cúmulo, é nosso conterrâneo e que nós temos a felicidade de "possuir" e, ao mesmo tempo, não dar a conhecer um Acácio Lino, um António Carneiro, ambos Amarantinos de gema, e ainda tantos e tantos vultos maiores das artes portuguesas do século XX e XXI... e tudo isto quando, ainda por cima!, temos pessoal muito qualificado e preparado neste museu e que guia os visitantes preparando excelentemente as visitas de acordo com as faixas etárias a que elas se destinam.
Não se arranjará um pretexto(zito) para nos ciclos anteriores fazer umas visitas ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso? Pergunto eu que continuo a abrir a boca de espanto porque uma grande parte de alunos numa turma, me confessa nunca ter entrado num equipamento municipal, nosso, portanto!, que ainda por cima não lhes cobra a entrada.
Por isso, e porque estou cansada de ser diplomata e estou já sem pachorra para isso, por ter já dado muito para este peditório, escrevo: A escola abominável em Amarante é aquela que permite que alunos residentes neste concelho, nesta cidade, muitos desde desde que nasceram, cheguem ao 9.º ano de escolaridade sem nunca terem entrado no Museu Amadeo de Souza-Cardoso.
É claro que eu podia adoçar esta afirmação para não ferir as susceptibilidades duma escola que permanece muito presa à sala de aulas, muito presa ao saber livresco ou, agora mais modernaça, ao saber PowerPointesco e que continua sem se preocupar em proporcionar aos seus alunos outras vivências, outras experiências, outras oportunidades, caminhos e trilhos outros, sem se preocupar em abrir janelas e portas escancarando-as de par em par. Poder, podia, é certo, mas não estaria a cumprir o objectivo deste post. É que há uma certa escola que precisa dum abanão gigantesco para se mover e modernizar, para tomar consciência do tempo que vive, situado no século XXI... vai fazer dezasseis anos...
E, só para terminar, o tempo não voltará atrás. E, é certo, santos da casa terão de fazer milagres.
Certo, Amadeo?




Nota 1 - Post adaptado de posts anteriores.
Nota 2 - No dia 25 de Outubro de 2018 cumpre-se o centenário da tão precoce morte de Amadeo.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Novas das Negociações - FENPROF


Novas das Negociações - FENPROF

A palavra a Mário Nogueira. Tantos problemas e tão graves! que apoquentam os professores que neste momento permanecem no activo como a questão dos horários e das suas componentes lectiva e não lectiva, o envelhecimento, brutal!, dos professores, com consequências óbvias no aumento do absentismo por doença, a aposentação dos professores... enfim! Sangue novo, precisa-se!
Ouviste, ME?!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Trabalho - Partilha


Trabalho - Partilha

A história do meu trabalho em PPT, realizado a partir do ano lectivo de 2004/2005 e partilhado em página web - porque os meus alunos, à data, me solicitavam que assim o fizesse -, está contada na página que aloja praticamente todos os PowerPoint que entretanto fui realizando para o 7.º, 8.º  e 9.º anos de escolaridade e pode ser lida se clicarem aqui.
É evidente que este trabalho está agora bem diferente do realizado inicialmente porque volta e meia dou-lhes uma volta porque me apetece, porque o ME lança documentos assim e assado, porque regresso de férias com umas fotografias catitas captadas aqui e ali, que incorporo, também aqui e ali, nos diapositivos que, juntos, fazem um PowerPoint dos meus e que eu tento personalizar o mais possível.
Passados todos estes anos, confesso, ainda não desisti desta ferramenta que, apesar da idade - na verdade já tem mais de uma década! - continua da minha preferência porque de muita utilidade para as minhas aulas.
Esta apresentação em concreto, da qual extraí as imagens que ilustram este post, chamada B - A Evolução o Homem, abordo-a entremeada com amostras de sílex, réplicas de bifaces - um biface a cortar uma ponta de cabelo é sempre sucesso garantido numa qualquer sala de aula! -, pontas de seta e raspadores, pirite que os alunos fazem chocar com sílex produzindo pequenas faíscas a partir das quais se pode fazer o fogo, amostras de cordas feitas de tripas de animais, de raízes de silvas, de tiras de couro... e o mais que engendrei ao longo de anos a fio a leccionar esta disciplina que pode ser uma grandessíssima maçada ou uma disciplina bem atraente.
Vem isto a propósito da última "voltinha" dada a esta apresentação, a pretexto das aprendizagens essenciais, que entrarão em vigor para o próximo ano lectivo em todas as escolas nacionais conjuntamente com a flexibilização... penso eu de que... isto se o ME entretanto não decidir outra coisa!
Por agora ainda estão codificadas... está bem Márcia Fabiani? Um dia destes talvez as descodifique e as partilhe descodificadas... o que não invalidará que as ditas cujas continuarão a ter um pai e uma mãe que sou eu.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Aniversários


Aniversários

Fazem uma dupla muito especial, unida pelo dia de aniversário... mas um só daqui a um ano alcançará a idade da outra, que já lhe terá fugido... mais uma vez!
Há dias assim, felizes!
Muitos parabéns, Flora Queirós!
Muitos parabéns, Helder Colmonero!

sábado, 27 de janeiro de 2018

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Listas de Vítimas do Holocausto nas paredes da Sinagoga Pinkas - Praga
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Convencidos da sua pertença a uma "raça superior", os nazis perseguiram e tentaram eliminar minorias étnicas - ciganos, judeus, negros - e também comunistas, homossexuais e deficientes.
Confesso que sinto dificuldade em escrever sobre estes factos e confesso ainda que sinto sempre bastantes dificuldades em explicar esta parte da história, que se escreve com letra muito pequena e miserável, aos meus alunos, pela violência da barbárie à solta, sem freios de qualquer espécie, por essa Europa/Mundo fora. 
Hoje assinalo este dia de má memória com uma singela fotografia e uma Tumbalalaika tocada e cantada num espaço precioso - a Sinagoga Judaico-Portuguesa de Amesterdão, na Holanda.
Haja esperança em amanhãs melhores 


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Vergonha - Tejo - Abrantes


Vergonha - Tejo - Abrantes

Confesso-vos que nunca tinha visto estas imagens surreais da poluição no rio Tejo. E confesso-vos que fiquei estarrecida com o que vi.
Mas o que é isto? Não há ministério/ministro do ambiente? O rio Tejo está a saque? É lixo?
Sei que pagaremos muito caro estes atentados ambientais. Porque a água já dá mostras de escassear... e "nós" alegres e contentes a transformar os rios em autênticos esgotos a céu aberto. Parece que somos um país do quarto mundo...
Vamos longe, vamos!
Obrigada pela denúncia, Arlindo Consolado Marques!
Pode ler e ver mais clicando aqui.

Em 15 de Novembro de 2017.


Em 22 de Janeiro de 2018.




quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Novas da Recomposição da Carreira Docente


Novas da Recomposição da Carreira Docente

De desapontamento em desapontamento até ao desapontamento final?
Não sei o que esperam...somos masoquistas?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Novas da Negociação Suplementar - LGP


Novas da Negociação Suplementar - LGP

A palavra a Mário Nogueira.

Refugiados


Refugiados

E se fosse... o que faríamos?

domingo, 21 de janeiro de 2018

Ainda os Amarantinos




Ainda os Amarantinos

Por agora, conseguimos a identificação de 33 alunos que frequentaram a Escola Primária de S. Pedro, no ano lectivo de 1940-41, segundo a mais recente actualização.
Agradecemos desde já a todos quantos puderem identificar mais miúdos. Manifestem-se. Acrescentem! Ampliem a fotografia clicando sobre ela. E usem uma lupa... se precisarem!

1 - Costa Carvalho
2 - Joaquim Oliveira
3 - Francisco Coelho
4 - Manuel Teixeira Ribeiro
5 - Eduardo Teixeira Pinto
6 - Manuel Braga
7 - Justiniano Moreira Granja
8 - Luís Magalhães Pinto de Queirós
9 - Rodrigo Pinto Basto
10 - Álvaro Teixeira da Silva (Irmão do Manuel da Saibra)
11 - José Castanheira
12 - Evaristo (Nucha) - (irmão do Catarino)
13 - Filho do Albino Costa, pai do Zé Carlos
14 - José Portugal (Moleiro - Torre)
15 - Adriano Brás Pinheiro (Pauzinhos)
16 - Manuel Teixeira da Silva (da Saibra)
17 - Eduardo Medeiros (Brasil)
18 - Carlos Carneiro (Negra)
19 - Augusto Freitas (irmão do dr. Celso)
20 - Filho do Joaquim do Bom-Retiro (GNR)
21 - Nuno Baptista
22 - Adriano (Pisco)
23 - José Ribeiro Vasconcelos de Sousa
24 - José Albano Freitas Diniz Mesquita
25 - Vitorino de Carvalho Teixeira Varejão
26 - Artur Rodrigues Seara
27 - José (Macacão)
28 - Floriano Soares
29 - António Silva (Maia e Silva)
30 - Eugénio Teixeira (Escope)
31 - Alberto Pereira (cunhado do Fernando Choina)
32 - Alberto Abreu (sapateiro do Seixedo)
33 - Artur Teixeira (Caché)

sábado, 20 de janeiro de 2018

Memórias Amarantinas (Costa Carvalho)


Memórias Amarantinas (Costa Carvalho)

Hoje partilho um pequeno texto da autoria do Costa Carvalho, intitulado "Duas páginas do livro da vida".

DUAS PÁGINAS DO LIVRO DA VIDA

Aqui, era a Escola; mesmo defronte, a Cadeia. 
Em oposição, as duas singulares páginas do livro da vida; numa, a pureza, nós, os meninos da Primária; na outra, o pecado, o "Palhinhas", hóspede frequente da enxovia, aluno, ainda assim bom, do ensino a curta distância.

Eu parodiava o professor Dinis:
- Ora dize, "Palhinhas", e vai apontando no mapa, quais são os afluentes da margem direita do rio Douro!

"Palhinhas" vogava nas correntes da liberdade:
- Sabor, Tua, Pinhão, Corgo, aquele (e apontava para fora das grades com o dedo indicador) e o Sousa.

"Aquele" - estava bem de ver - era o Tâmega, coluna vertebral que aguentava o corpo de outros mundos: a Ponte, o Largo de S. Gonçalo, a rampa de S. Domingos, o Largo de S. Pedro, a Rua da Cadeia, o terreiro da Escola.
A Escola era aqui! O Céu e a Terra andavam de bata branca e rompiam os cadernos de duas linhas com bicos de lança. O sangue era azul escuro, quase rouco.

E partilho ainda a identificação dos miúdos presentes na fotografia, ano lectivo de 1940-41, segundo a mais recente actualização, a saber:

1 - Costa Carvalho
2 - Joaquim Oliveira
3 - Francisco Coelho
4 - Manuel Teixeira Ribeiro
5 - Eduardo Teixeira Pinto
6 - Manuel Braga
7 - Justiniano Moreira Granja
8 - Luís Magalhães Pinto de Queirós
9 - Rodrigo Pinto Basto
10 - Irmão o Manuel da Saibra
11 - José Castanheira
12 - Evaristo (Nucha) - (irmão do Catarino)
13 - Filho do Albino Costa, pai do Zé Carlos
14 - José Portugal (Moleiro - Torre)
15 - Adriano Brás Pinheiro (Pauzinhos)
16 - Manuel a Saibra
17 - Eduardo Medeiros (Brasil)
18 - Carlos Carneiro (Negra)
19 - Augusto Freitas (irmão do dr. Celso)
20 - Filho do Joaquim do Bom-Retiro (GNR)
21 - Nuno Baptista
22 - Adriano (Pisco)
23 - José Ribeiro Vasconcelos de Sousa
24 - José Albano Freitas Diniz Mesquita
25 - Vitorino Varejão (Cunhado do Joaquim Oliveira)
26 - Artur Rodrigues Seara
27 - José (Macacão)
28 - Floriano Soares
29 - António Silva (Maia e Silva)
30 - Eugénio Teixeira (Escope)
31 - Alberto Pereira (cunhado do Fernando Choina)
32 - Alberto Abreu (sapateiro do Seixedo)
33 - Artur Teixeira (Caché)

Nota - Logo que possível coloco neste post a fotografia actualizada.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A Palavra a Hugo Vau


A Palavra a Hugo Vau

Hugo Vau surfou, na Nazaré, uma onda descomunal com mais de 35 metros de altura.
Fabuloso! Os meus parabéns pelo incrível feito que não teria sido possível de alcançar sem muito empenho, trabalho, persistência, resiliência, coragem... e superação.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico

Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico - E. B. 2/3
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico

É uma actividade que o grupo de História cumpre anualmente, em colaboração com os arqueólogos do Parque Arqueológico do Côa e que é do especial agrado de todos os alunos.
Inscrita no Plano Anual de Actividades, aconteceu na passada sexta-feira e dela beneficiaram todos os alunos do 7.º ano de escolaridade que puderam estar presentes.
Aproveito para recuperar o texto que escrevi em 4 de Dezembro de 2015, aquando da realização das referidas Oficinas do Paleolítico ao qual apenas faço uma alteração: onde se lê arqueólogo dr. Jorge Sampaio deve ler-se arqueóloga dr.ª Carla Magalhães, a quem agradeço desde já a simpatia e profissionalismo demonstrado ao longo de uma aula diferente que é sempre tão do agrado dos alunos.

"A viagem levou-nos à fase final do Paleolítico Superior para acompanharmos a luta pela sobrevivência de um pequeno grupo de caçadores-recolectores. E a recriação desta história desenrolou-se à volta da fundamental arte da caça e da realização das armas necessárias para esta perigosa actividade, nomeadamente de uma azagaia que exigia o talhamento do quartzito e do quartzo, os tipos de rocha de longe mais utilizados pelas populações ancestrais que um dia habitaram a região do Côa, mas de propriedades não tão espectaculares como o magnífico sílex, de dureza, durabilidade e eficácia incomparavelmente superiores e que também foi utilizado, muito embora só marginalmente pelas populações do Côa, já que apenas cerca de 1% dos instrumentos líticos aí encontrados são em sílex; exigia também o afeiçoamento de um pau comprido e fino que servisse de suporte à ponta de lança e ainda a feitura de corda a partir de crinas de cavalos, de tendões ou de peles de animais, de raízes, de cascas de árvore, de tripas de animais e que, por incrível que pareça, davam cordas super resistentes testadas com toda a força pelos alunos; e passámos à feitura da cola a partir de uma mistura de resina e hematite triturada que, sob acção do fogo, misturaram-se e deram origem a uma supercola muito ecológica e reversível, para além de muito eficaz. Por fim, a azagaia necessitava apenas dos estabilizadores, penas de pássaros, pois então!, que permitiam à arma planar em linha recta, eficazmente em direcção ao alvo.
Sempre guiados pela mão do nosso magnífico cicerone, o arqueólogo dr. Jorge Sampaio, foi tempo de passarmos ao fabrico do fogo através dos dois métodos usados em tempos paleolíticos - por choque ou percussão de duas pedras e ainda por fricção, usando dois pedaços de madeira de diferentes durezas, a mais macia a que fica fixa e a mais dura a que gira rapidamente sobre a outra - e de falarmos do uso do fogo em fogueiras, nalguns casos enormes, de dois ou três metros de diâmetro, que serviam de grelhadores gigantes. Entretanto os alunos olhavam espantados para a água a ferver à conta de pedras muito quentes deitadas dentro da água guardada numa "panela" de pele... sim, era possível fazer um chá paleolítico... quem diria!"

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Novas da Plataforma Sindical sobre a Carreira Docente


Novas da Plataforma Sindical sobre a Carreira Docente

Más. Mais uma vez.

A Importância da Fotografia para o Ensino da História

Arte Egípcia - Museu Britânico Londres
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

A Importância da Fotografia para o Ensino da História

Quando me tornei professora, algures nos anos oitenta, a fotografia estava longe de ter a importância que tem hoje nas minhas aulas. A fotografia era analógica, bastante cara, feita de rolos fotográficos que era necessário revelar para se ficar com as fotografias impressas em papel fotográfico, trabalho que, basicamente, só as casas de revelações executavam. Ou seja, fotografava-se com muita parcimónia e as fotografias estavam mais reservadas aos filhos, aos familiares, a nós próprios aqui e ali, nas férias, nos eventos xpto e não me passaria pela cabeça percorrer o interior de um museu de máquina fotográfica a disparar consecutivamente.
Usava, nessa época, os manuais adoptados, construía eu mesma os célebres acetatos, usava alguns filmes e os famosos slides que ia adquirindo no Porto, num organismo ligado ao Ministério da Educação. E, durante muitos anos, assim foi.
Até que, no ano lectivo de 2004/2005, iniciei o meu trabalho em PowerPoint, praticamente sem imagens da minha autoria... até porque eu não tirava fotografias. Pedi autorização aos autores do manual da ASA, que à época estava adoptado na ESA, para usar as imagens desse manual, autorização que me foi concedida, e atirei-me ao trabalho com imagens não minhas.
Entretanto, adquiri uma máquina digital, em 2007 abri este blogue... e o que seria de tudo isto sem as minhas fotografias?
E pronto, como costumo dizer, desatei a disparar sobre tudo o que se move e sobre tudo o que não se move também e já nem imagino as minhas aulas sem as minhas fotografias.
Estas, que hoje partilho, captadas a correr muito no fabuloso Museu Britânico em Londres, referem-se à civilização egípcia e são excelentes para abordar as actividades económicas e as características da pintura no Antigo Egipto.
Ora vamos lá, alunos meus! Vamos olhar... e ver... para depois compreender... e até amar, pois então!

A Palavra à Senhora Bastonária da Ordem dos Nutricionistas


A Palavra à Senhora Bastonária da Ordem dos Nutricionistas

Hoje partilho um artigo de opinião saído no Público e aproveito para afirmar que subscrevo tudo o que escreveu a senhora bastonária da Ordem dos Nutricionistas, doutora Alexandra Bento, sabendo o quanto é polémica, ainda!, esta posição.
E aproveito para fazer um reparo. Continuo incrédula perante um ME que assobia para o lado permitindo a existência de autênticas "porcarias" nos bares das escolas, escolas estas onde há muito blá blá... nem sempre consistente. A bota tem que condizer com a perdigota... sob pena de transformamos a Educação numa fraude. Ou não é assim, senhor ministro da Educação?
Que sentido faz andarmos a fazer demonstrações da quantidade astronómica de gordura e de açúcar existente, por exemplo, num croissant... e mais não sei o quê sobre a importância de praticarmos uma alimentação saudável... se depois, na mesmíssima escola, são vendidos croissants aos miúdos?!

Liberdade individual nos bares do SNS

Muita tinta tem corrido sobre o recente despacho que limita a venda de doces e salgados nos bares, cafetarias e bufetes das instituições do Ministério da Saúde.
Falamos de produtos alimentares prejudiciais à saúde e o objetivo parece-nos claro: melhorar a oferta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e promover uma alimentação saudável dentro destes espaços. Parece-nos igualmente claro que esta medida não pretende limitar a liberdade individual de cada um. Mas já lá iremos.
Recuemos a 2016 quando, em junho desse ano, é emitido um despacho que limita a disponibilização de produtos prejudiciais à saúde nas máquinas de venda automática existentes no SNS. Na altura, pouco foi o ruído que se fez sentir. Em vez disso, os concessionários aplaudiram a medida, adequaram a oferta alimentar e, veja-se, até mantiveram as vendas.
A iniciativa, muito positiva e que dava mais um passo na promoção de hábitos alimentares saudáveis, era, contudo, incompleta. Porque no SNS não existem apenas máquinas de venda automática. Há bares, cafetarias, bufetes. Por isso, e por uma questão de elementar congruência política e estratégica, era necessário uniformizar com as mesmas regras todos os locais que disponibilizam oferta alimentar no SNS. E foi exatamente isso que o Ministério da Saúde fez com o novo despacho, dando assim coerência à estratégia definida anteriormente. Simples, não é?
Depois, há um outro argumento que toda a gente compreenderá, já que, mais uma vez, tem a ver com uma questão de coerência. A questão é: faz sentido defendermos determinados padrões alimentares para depois, dentro do próprio SNS, praticarmos o seu contrário? O adágio popular “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço” até pode ser engraçado, mas é uma péssima prática.
Enquanto profissionais de saúde, não podemos demitir-nos da responsabilidade de promover bons hábitos alimentares. Como sabemos, é mais eficaz promover a saúde que combater a doença. E é por isso que o Ministério da Saúde deve ser felicitado. Ordem dos Nutricionistas, Ordem dos Médicos e Organização Mundial da Saúde (OMS) já o fizeram, esta última destacando, inclusivamente, que “Portugal é um dos países europeus líderes” em matéria de políticas de promoção de hábitos alimentares saudáveis.
Estamos no bom caminho e devemos orgulhar-nos disso. Mas não somos os únicos nem estamos isolados do resto do mundo. Medidas similares já são adotadas noutros países, como o Reino Unido, por exemplo, onde as bebidas açucaradas foram banidas dos hospitais do National Health Service, ou como na cidade de Londres, onde os restaurantes de fast-food foram proibidos num raio de 400 metros das escolas.
São medidas apoiadas na evidência cientifica e que estão em linha com as recomendações da OMS, uma autoridade de saúde. Mas são também, e acima de tudo, medidas preventivas para a diminuição de doenças crónicas na população.
Talvez seja importante recordar que, em Portugal, temos sérios erros alimentares e que existe uma forte evidência que nos mostra que a alimentação é um dos principais fatores modificáveis que mais contribui para a mortalidade e morbilidade da população.
Somos dos países com maior prevalência de hipertensão arterial. 40% dos portugueses são hipertensos. Consumimos o dobro da quantidade de sal recomendada pela OMS. Ingerimos mais de dez gramas por dia, quando a OMS aponta para cinco gramas diárias.
Mais de metade da população tem excesso de peso, a obesidade entre os jovens de 15 anos cresceu quase 60% nos últimos anos, quase um terço das crianças ainda tem excesso de peso. Se nada fizermos, os nossos filhos viverão menos do que nós.
Ou seja: estamos a morrer de doenças que se relacionam com a alimentação. Por isso, é da responsabilidade de quem nos governa a adoção de medidas que tornem mais saudáveis os locais onde as pessoas escolhem e compram alimentos. Naturalmente que os locais com maior responsabilidade de serem bons exemplos nesta matéria são os que estão sobre alçada pública, como os hospitais, os centros de saúde ou os estabelecimentos de ensino.
Posto isto, o que a recente polémica veio colocar a descoberto foi a necessidade de estas medidas serem acompanhadas por programas de literacia alimentar e nutricional, de forma a informar e capacitar a população para escolhas alimentares mais saudáveis.
E voltemos ao início. O que está em causa não é a liberdade individual. É garantido: esta medida não pretende limitar o direito de escolha alimentar de cada um. Todos são livres de consumir os produtos que entendem. Com mais ou menos açúcar. Mais ou menos sal. Mais ou menos gordura. Não esperem é que se promova a comercialização de produtos prejudiciais à nossa saúde nos mesmos espaços onde se promove a saúde e se tratam as doenças que deles decorrem.
Urge agora o acompanhamento destas medidas com programas de aumento da literacia alimentar e nutricional, para informar e capacitar para escolhas alimentares mais saudáveis.

A autora escreve segundo o novo Acordo Ortográfico




terça-feira, 16 de janeiro de 2018

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Dia do Perfil do Aluno

Dia do Perfil do Aluno - E. B. 2/3 de Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Dia do Perfil do Aluno

Foi hoje e, devo assinalar, em tempo recorde, a escola organizou-se muitíssimo bem.
Os alunos foram agrupados por ordem alfabética, baralhados relativamente à faixa etária e ao confortável grupo turma formando improváveis "turmas". Aos professores competia-lhes apenas fazerem a recepção dos alunos que compunham cada grupo, apresentarem os respectivos líderes e abandonarem a sala porque o trabalho durante os dois primeiros tempos da manhã competia-lhes por inteiro.
Da parte dos alunos, todas as etapas foram cumpridas na maior das civilidades incluindo o fórum de apresentação das conclusões que decorreu das 14:30 às 16:15, durante o qual uma representante do 2.º Ciclo e um representante do 3.º Ciclo, ladeando uma aluna moderadora dos trabalhos, e que é a presidente da Associação de Estudantes, apresentaram uma súmula das opiniões dos nossos alunos sobre o que alterar na forma como a escola se organiza - espaços físicos, modo de funcionamento, materiais pedagógicos, aulas, horários, desenhos curriculares, visitas de estudo, clubes, cantina, apoio de técnicos especializados...
De notar que tudo decorreu dentro da normalidade... e foi até muito produtivo... excepto o que dependia do ME. Bem tentamos acompanhar em directo a conferência que decorria no espaço expositivo da Fundação Champalimaud... mas a imagem chegava aos soluços, intercalada com enormes períodos estáticos, impossibilitando a compreensão da coisa . É que isto de querer fazer omeletes sem ovos é, comprovadamente, coisa impossível. E depois não sei o quê do aluno do século XXI... mas, nos entretantos, as escolas continuam com equipamentos já obsoletos do/no século XX.
Mas a Catarina Furtado estava gira... estava gira que eu vi!

Post Quase Verdadeiramente Facebookiano

Chá das Cinco -S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Post Quase Verdadeiramente Facebookiano

O pessoal que se passeia pelo facebook por certo já reparou que há postagens típicas que são partilhadas a torto e a direito pelo face de amigos, familiares e até de gente desconhecida que usa esta rede social. Sem fazer muito o meu género, as postagens de comidinhas assim e assado normalmente só entram no meu blogue por estas serem verdadeiramente excepcionais, ou porque são muito belas, ou porque são deveras divinais em sabor, ou até, o melhor! porque são excepcionais em ambos os parâmetros. Mas ainda há uma terceira categoria de que gosto particularmente, fora a comidinha da cantina da E. B. 2/3 de Amarante, e que é a doçaria tradicional, particularmente a amarantina, linda no seu género e maravilhosa para quem dela gosta.
Ontem comemorou-se a festa a S. Gonçalo - o seu dia foi a 10 de Janeiro mas calhando em dia de semana passa para o domingo seguinte - com a tradicional oferta de figos no final da missa das 11 horas e com o consumo dos tradicionais doces a esta festa associados.
Vai daí, ontem sequilhei-me ao lanche. E, de caminho, galhofei-me também com este doce a que chamam galhofas e que deve ser consumido com um golinho do prodigioso Vinho do Porto... ou um golinho de um bom vinho tinto. Tradicionalmente a covinha da galhofa servia até de recipiente da bebida que se bebia para depois comer o doce anteriormente transformado numa espécie de "copo".
Vai daí, Rosa Maria Fonseca... sequilhando e galhofando... estas foram as actividades desta tua amiga, ontem, ao lanche, usando a loiça da sua avó Luzia, avó que um dia também foi habitante desta rua que agora é minha e que igualmente a amava... até pintada nos pratos...

domingo, 14 de janeiro de 2018

Dia do Perfil dos Alunos


Dia do Perfil dos Alunos

O Dia do Perfil do Aluno...  assim dito até parece coisa de seita esquisita... está marcado para amanhã e será divulgado com pompa e circunstância em Conferência Nacional cujo programa pode ser consultado aqui.
Entretanto, pelas escolas, os alunos estarão divididos em grupos, na minha por ordem alfabética, tentando reflectir sobre "como organizar a escola e o ensino, com vista à concretização do Perfil dos Alunos no Final da Escolaridade Obrigatória" o que quer dizer que os alunos terão de conhecer o referido documento para já imposto pelo ME.
É um documento bastante complexo, de várias dezenas de páginas, relativamente recente, divulgado no final do ano lectivo anterior, e que, dirigindo-se também aos alunos, bem podia ter sido construído numa linguagem mais acessível e que bem podia ser mais sucinto para que pudesse ser mais facilmente lido, descodificado e apropriado por estes mesmos alunos. Ou não?
Quanto aos resultados práticos deste evento, amanhã veremos. No entanto, estou convencida que somos bem capazes de ter algumas surpresas. Ou não?

sábado, 13 de janeiro de 2018

Ministro da Educação - 0 / Ministro da Saúde - 1


 Ministro da Educação - 0 / Ministro da Saúde - 1

Reza o documento que traça o perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória que os alunos devem ser competentes em várias áreas, nomeadamente numa área intitulada Bem-estar, saúde e ambiente.
Passo a citar:
 "As competências na área de Bem-estar, saúde e ambiente dizem respeito à promoção, criação e transformação da qualidade de vida do indivíduo e da sociedade.
As competências associadas ao Bem-estar, saúde e ambiente implicam que os alunos sejam capazes de:

  • adotar comportamentos que promovem a saúde e o bem-estar, designadamente nos hábitos quotidianos, na alimentação, nos consumos, na prática de exercício físico, na sexualidade e nas suas relações com o ambiente e a sociedade;
  • (...)
Ora, o nosso ME mantém um comportamento disfuncional quando espera que os professores no terreno e outros técnicos ligados à saúde, nomeadamente os nutricionistas, desempenhem um papel de relevo na educação alimentar dos mais novos, educação alimentar essa que deve ser promotora de saúde e de bem-estar e depois permite que os bares das escolas... e, ainda pior, as máquinas!... funcionem com ofertas completamente erradas do ponto de vista nutricional e é ver as natinhas a rirem-se para os miúdos... e graúdos, e os lanches, e os queques, e os chocolates e os sumos e o diabo a quatro porque depois as receitas dos bares são das poucas fontes de rendimento próprias das escolas e é preciso facturar.
A proibição do fornecimento, em espaço escolar, de alimentos comprovadamente nefastos para a saúde e o crescimento saudável das nossas crianças, já há muito devia ter entrado em vigor, imposta por um ministério que se diz ser da Educação. Porque, depois da família, é na escola que muitos hábitos se moldam consolidados pelos conhecimentos que a miudagem vai adquirindo.
Mas a miudagem o que vê? Vê que a nossa bota não condiz com a nossa perdigota. Vê que a professora ou o técnico de saúde estão a falar para um lado mas depois nas escolas pode ser tudo ao contrário que ninguém se chateia.
Bom... ninguém se chateia também não é bem assim! Muitos de nós, que se preocupam com estes assuntos, chateiam-se e não é pouco...  enquanto esperam, sentados!, que o ME se digne olhar para este problema que é um problemão. E enquanto são ultrapassados, pela direita, pelo Ministério da Saúde... até quando?

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Trump Será Sempre Trump

Imagens retiradas da net

Trump Será Sempre Trump

Ou seja, será sempre vergonhoso.




Amarantinos Identificados


Amarantinos Identificados

Na Escola Primária de S. Pedro funcionavam as quatro classes que eram leccionadas, à data, pelos professores primários Pinheiro, Pereira (de Padronelo), Diniz e Vieira. Pelo que o meu pai me conta, a escola de S. Pedro também era frequentada por raparigas cujo recreio ficava situado na parte de trás da escola... de notar que eu ainda sou do tempo dos recreios separados por géneros, géneros estes que só se misturaram depois do 25 de Abril de 1974.
Esta rapaziada, fotografada no ano lectivo de 1940-1941, decorria a 2.ª Guerra Mundial, estava aqui em formação para a fotografia no recreio que era dela e, por detrás da lente da máquina que registou esta fotografia para sempre, está, por certo, o pai do futuro fotógrafo Eduardo Teixeira Pinto, aqui ainda muito criança, integrando a formação de figurantes.
No Largo de S. Pedro vê-se o telhado de uma cabine de electricidade que foi posteriormente demolida  e desmantelada e cujo equipamento haveria de ser embutido no interior do muro onde está o fontanário e onde permanece até aos dias de hoje.
Hoje partilho os miúdos que já foram identificados, agradecendo a todos quantos já colaboraram para que esta identificação fosse possível a cerca de 40 anos de distância.
E foi o que se conseguiu arranjar até agora. Mas, asseguro-vos, não ficaremos por aqui!

Nota 1 - Peço desde já desculpa pelos alcunhos...mas os mais antigos amarantinos, o meu pai por exemplo, falam escrevem assim: ai este é o não sei quantos Piça Negra, este é o não sei quantos Rei Preto, este é o não sei quantos Giga Mamas, aquele é o não sei quantos Pé Ôco, aquele pertence aos Escaravelhos, mais a não sei quantas que pertence às Garridas...  funcionando estes alcunhos como identificadores de famílias inteiras, o que não deixa de ser engraçado face aos nomes, alguns bem poderosos e obscenos, que se arrastam de geração em geração e que podem nem ser do agrado dos visados. Um dia escreverei sobre esta característica bem amarantina já que o meu pai compilou uma lista com centenas de alcunhos em uso nesta nossa Amarante bem-amada.
Nota 2 - Cliquem sobre as fotografias para terem acesso à sua totalidade. E se quiserem e puderem ajudar... todas as contribuições serão bem-vindas!