sexta-feira, 13 de julho de 2018

A Palavra a Santana Castilho


A Palavra a Santana Castilho

Dura. Merecida. E a greve prossegue em muitas escolas deste país. Agora com os professores em luta abandonados pela quase totalidade dos seus sindicatos que pagarão bem caro mais esta afronta.

Um flop tão grande como as ondas do mar


Ponto prévio: tenho passado documentado, na vigência do anterior regime, e vastíssima exposição pública e matéria publicada, no decurso do actual, sobre a importância vital dos sindicatos, que dispensam possíveis acusações de discurso anti-sindicalista face às linhas que se seguem. Particularmente por parte de quem baralha a obra-prima do mestre com o primo do mestre d’obras. Poupem-me a isso. Contraditem a mensagem, se quiserem e puderem, mas deixem o mensageiro em paz.
Ontem, em artigo do Público (A retórica do IP3) escrevi:
“António Costa reduziu o PS ao que sempre foram os figurões incompetentes que propôs para a Educação. O significado político da retórica pelintra do IP3 ilustrou-o bem. Dizendo o que disse, António Costa deixou implícito que a negociação que hoje vai recomeçar não pode ser mais que a repetição da coreografia do costume, para tentar desmobilizar uma greve que dura há cinco semanas, com uma eficácia que surpreendeu.
Com efeito, os textos das cartas trocadas entre os sindicatos e o ministério, como preâmbulo do tango (para usar a metáfora do próprio ministro) que a partir de hoje vão dançar, enlaçados num faz de conta de desfecho já escrito (a plataforma mortinha por suspender a greve e uma vez mais sair de cena sem resultados, quando a hora era de cerrar fileiras e dizer não, e o ministério decretando previamente quem comanda o baile) são confrangedores: o dos sindicatos por mendigar a retomada de uma negociação que o ministério interrompeu quando chantageou; o do ministério por começar logo (ponto 1 da missiva) com a perfídia de sempre.”
Hoje, melhor, ainda ontem, ficou confirmado o que estava escrito nas estrelas. A plataforma sindical ajoelhou. E como a minha memória não prescreveu, é a terceira vez que ajoelha, desprezando a generosidade dos professores e permitindo que os seus representados continuem a ser calcados.
Entendamo-nos: os sindicatos existem para defender os interesses dos trabalhadores, sem pagar tributos a interesses partidários, muito menos a jogos palacianos que eternizam discursos ocos de resultados.
Comissão técnica para calcular os custos? Então o Governo não os aventou (é certo que aldrabando-os miseravelmente) repetidas vezes? Não os corrigiu recente e publicamente?
A FENPROF não os divulgou (em conferência de imprensa, pela voz de um dirigente seu), depois de os ter feito?
E que têm que ver os custos com a substância ética do cerne do contencioso?
Leiam o comunicado de imprensa, ridículo, do Governo, depois da reunião que decidiu a comissão técnica para … calcular os custos, onde se diz que … “os cálculos disponíveis indicam que não é possível a contagem integral do tempo”.
Oiçam a patética alocução de Mário Nogueira, falando aos professores reunidos na 24 de Julho.
Que palhaçada é esta, depois de tanta dádiva e sacrifícios?
Tirem então as vossas conclusões. A minha, expressou-a bem Almada Negreiros:
“Uma resma de charlatães e de vendidos, que só podem parir abaixo de zero!”

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