Mercado Municipal de Amarante - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
A apresentação desta ideia, ou ideias, estará a cargo de quem a(s) teve, no caso o arquitecto Eduardo Souto Moura, mediante uma encomenda do Município de Amarante para a intervenção/ampliação do Mercado Municipal de Amarante e rearranjo (?) da Alameda Teixeira de Pascoaes.
A conclusão deste edifício, dos mais marcantes de toda a cidade de Amarante, data de 1963 e é, sem dúvida, uma magnífica peça arquitectónica do falecido arquitecto Januário Godinho. O Mercado Municipal de Amarante está ali desde que me conheço e faz parte do meu ADN Amarantino, do sangue que me corre nas veias e é alimento meu, do ponto de vista estético/artístico, herança muito boa dos que me precederam e que, como tal, deve ser respeitado.
Implantado em local sublime, tal como todos os mercados deveriam ser, na margem direita do Tâmega, enfrenta o casario do velho casco urbano de caras, sem subterfúgios e com ele se relaciona, através dos reflexos líquidos de um e de outro lado, nas águas que já conheceram mais limpidez e que correm ora revoltas, ora tranquilas, ora se apresentam qual charco putrefacto, consequência da acção nefasta do Homem que o degrada até não poder mais.
Mas, se se relaciona sem pudor com o património anteriormente construído, a verdade é que este edifício, marcadamente horizontal, marcadamente de linguagem "industrial", encontra-se adoçado pelas árvores frondosas e magníficas que se debruçam sobre o Tâmega e dele bebem a vida.
Já houve por aqui sugestões, do meu ponto de vista completamente idiotas, de esvaziar este equipamento da sua função de mercado e transferir este mesmo mercado para um outro espaço, por certo nas imediações da cidade o que seria, em grande parte, desastroso para a sustentação do núcleo histórico da cidade de Amarante.
Percebo que o mercado, passados quase 60 anos sobre a sua construção, tenha de ser intervencionado. Agora, só espero que o seja com pinças.
Já a remodelação da Alameda Teixeira de Pascoaes... bom, esperarei de qualquer modo pela apresentação das ideias, no caso de um arquitecto por quem nutro muita admiração... mas, partilho desde já que também nutro muita admiração pelo arquitecto Siza Vieira e, olhando para a maqueta do projecto pensado para as ruínas do Solar dos Magalhães, só posso desejar que nunca em tempo algum haja verbas para construir semelhante "coisa" destruindo-nos uma memória que é nossa e que é a única deste tipo em todo o centro histórico de Amarante.
Concordo com o que li... e concordo quando diz que a intervenção deverá ser feita com "pinças"..a ver vamos...
ResponderEliminarEscutei as explicações do arquitecto. A intervenção no mercado será, se for permitida, com pinças já que só está prevista a ampliação de um módulo igual aos que já existem. Quanto à envolvente, a intervenção prevista será mais de buldozer. Saí de lá com muitas dúvidas sobre um projecto que, a ser executado, mudará a leitura de todo o espaço da Alameda tal como a conhecemos em termos de dimensão, já que o muro de suporte desta será em parte desmantelado e colocado uns valentes metros mais atrás.
ResponderEliminarSerá que não vem aí mais uma asneira arquitetónica por parte da nossa câmara municipal...fértil nestas coisas... de cometer atrocidades?
EliminarGostei do que ouvi. Quanto à Alameda, transformada em parque de estacionamento, urge arrumá-la a dar dignidade ao centro histórico.
ResponderEliminarAcredito. Se toda a gente gostasse da mesma cor... o que seria do amarelo?
ResponderEliminarDo meu ponto de viosta, vem! Pela certa! Mas tudo faremos para impedir esta atrocidade.
ResponderEliminarde vista, claro!
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