"Gostaria de perguntar a todos os políticos ― mas em especial aos governantes da última década e, entre estes, particularmente aos que “andaram” com a pasta da Educação ― o que pensam fazer para recuperar tamanha taxa de insucesso: 70% de eleitores absolutamente desinteressados, desmotivados, alheados das eleições… em clara situação de abandono dessa nobre missão cívica.
Tal como têm dito aos professores ― e repetido, repetido, repetido, repetido…. ― não podem andar uma vida inteira a atirar para cima dos eleitores o ónus da abstenção. É preciso saber ― nós queremos saber, o povo português exige saber ― o que vão realmente mudar, para inverter objetivamente esta tendência? Vão fazer campanhas eleitorais do século XXI? Vão ser mais sérios? Vão ser mais transparentes? Vão, realmente, defender mais as causas deste povo do que os interesses pessoais e partidários? Vão dar os lugares a quem está realmente preparado para os ocupar em vez de os distribuírem pelos boys ou por familiares e amigos? Vão apresentar e discutir propostas em vez de falarem mal uns dos outros nas campanhas eleitorais? Vão deixar de proteger os corruptos (deixar de tirar a quem trabalha para pagar os prejuízos causados pelos ladrões de colarinho branco)? And so on, and so on, and so on… E escusam de se escudar nos dados dos outros países, porque cada caso é um caso.
Vamos lá, senhores políticos, façam agora ― muito bem feito, de forma circunstanciada e com suficientes evidências ― o vosso plano de recuperação, ou PPCA (Plano Político de Combate à Abstenção), e definam, de forma clara, as metas que pretendem atingir já nas Legislativas de outubro e nas seguintes. Saibam dar o exemplo, adotando o que com tanta autoridade impõem aos “súbditos”. Sabem uma coisa? Também é preciso discutir, urgentemente e de forma muito séria, o vosso sistema de avaliação. Acho que o vosso salário também deveria estar indexado, entre outras referências, à taxa de abstenção."
Nota - Post integralmente surripiado ao Luís Costa, tratador do blogue Cronopio Contumaz
O problema, cara Anabela, é que a coisa está feita para ser assim mesmo. Ou seja, a legitimidade é exactamnente a mesma, ainda que a abstenção chegasse aos 80% ou mais. Não acredito que eles vão fazer qq coisa para melhorar a situação porque isso lhes é totalmente indiferente. Agora se a abstenção mais os nulos e brancos implicasse cadeiras vazias, aí sim. Se houvesse uma lei, como existe na UE, a estipular que ninguém pode tomar nenhuma decisão onde tenha interesses directos ou indirectos, aí sim. Acabava o remanso para aqueles a quem tudo é permitido e nada é impedido.
ResponderEliminarMas gostei muito da tua sugestão: uma plano de recuperação para os políticos relapsos. Não sei é se seria alguma vez possível recuperar essa gentinha...
Abraço
Zé
Já estou a ver o filme... Mais uma disciplina a criar nas escolas. A culpa é dos professores, que não ensinaram os alunos a votar...
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